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Publicado 18/12/2024 • 15:39
KEY POINTS
O dólar subiu na tarde desta quarta-feira (18) e chegou a atingir R$ 6,26, mesmo com os leilões recentes da moeda feitos pelo Banco Central.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a taxa de câmbio do Brasil está pressionada por um clima de incerteza, mas deve se acomodar à frente. Haddad reforçou que o câmbio é flutuante e que tanto o Banco Central como o Tesouro têm agido para estabilizar o mercado.
Ele afirmou, ainda, que as previsões de grandes instituições financeiras para a inflação indicam uma melhora do cenário. “A previsão de inflação para o ano que vem, a previsão de câmbio para o ano que vem, até aqui, nas conversas com as grandes instituições, são melhores do que as que os especuladores estão fazendo”, comentou.
Indagado sobre a possibilidade de o Brasil estar sofrendo com uma especulação contra o real, o ministro afirmou que o ideal é “olhar os fundamentos.” Movimentos especulativos são coibidos com intervenções do Banco Central e do Tesouro Nacional, ele destacou, citando os leilões de recompra de títulos anunciados pelo Tesouro.
“A Fazenda trabalha com os fundamentos, e esses movimentos mais especulativos, eles são coibidos com a intervenção do Tesouro, Banco Central. Funciona assim. Já houve outros momentos na história recente em que aconteceram desancoragens desse tipo”, afirmou Haddad.
O banco central dos EUA, o Federal Reserve (Fed) deve tomar uma decisão sobre a taxa de juros no país.
Por causa disso, o dólar se valorizou em relação aos principais concorrentes nesta quarta-feira, à espera de uma decisão esperada do Federal Reserve dos EUA de cortar as taxas de juros.
O Fed deve cortar os custos de empréstimos pela terceira vez consecutiva. Com a inflação nos EUA caindo, os tomadores de decisão puderam afrouxar seu controle sobre a política desde setembro. No entanto, com Donald Trump prestes a retornar à Casa Branca no próximo mês – prometendo cortes de impostos, desregulamentação e tarifas sobre importações da China – há temores de que os preços possam reacender, forçando o Fed a reavaliar seu cronograma de taxas.
Haddad disse que todos os indicados pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, à diretoria do Banco Central têm capacidade técnica para “saber o que é melhor para o Brasil”. Indagado sobre como será a relação entre governo e a autarquia daqui para a frente, com a troca de comando da autarquia, Haddad afirmou que Lula “nunca interferiu” no BC.
“O que é importante é que o presidente Lula, em oito anos de mandato, nunca interferiu no Banco Central. Foi até atestado pelo próprio Henrique Meirelles [ex-presidente do BC], e agora está fazendo o mesmo”, disse Haddad a jornalistas na entrada do prédio da Fazenda, em Brasília, referindo-se aos dois primeiros mandatos de Lula. “É preciso confiar na capacidade técnica de quem vai tomar a decisão em momentos importantes como esse que nós estamos vivendo.”
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu na quarta-feira (11), aumentar a Selic em 1 ponto porcentual, para 12,25%, e sinalizar mais dois aumentos da mesma magnitude. Essa trajetória, se confirmada, levaria os juros a 14,25% em março do ano que vem, já durante a gestão de Gabriel Galípolo. Seria o maior nível nominal da taxa básica desde 2016.
No domingo, Lula criticou a decisão do Copom, em entrevista ao programa Fantástico.
Haddad reforçou que todos os nomes indicados pelo governo ao BC foram aprovados pelo Senado com “larga margem”, o que demonstraria a sua “capacidade técnica inquestionável.”
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