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Galípolo sobre perseguir e cumprir a meta de inflação: “durmo tranquilo”
Publicado 08/07/2025 • 16:15 | Atualizado há 6 horas
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Publicado 08/07/2025 • 16:15 | Atualizado há 6 horas
KEY POINTS
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central
Pedro França/Agência Senado /Reprodução Flickr
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reiterou o compromisso de fazer a inflação convergir ao centro da meta, de 3%. Ele negou a possibilidade de mirar o intervalo superior do alvo, de 4,5%. “A meta é 3%: eu não recebi uma sugestão ou um conselho, há um decreto que definiu que a meta é 3%”.
“O intervalo é para absorver choques temporários externos, exógenos. Um choque de oferta, um choque cambial, tem um buffer para absorver aquele choque. Mas não é uma leniência”, disse Galípolo.
Respondendo a perguntas de associações e parlamentares, Galípolo lembrou que o BC não tem como meta um nível para a taxa de juros, mas sim a convergência da inflação. Ele repetiu diversas vezes que o Comitê de Política Monetária (Copom) tem o compromisso de atingir a meta, sem tergiversar.
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“Eu tenho plena consciência de que, ao colocar a taxa de juros em 15%, dificilmente eu e meus colegas do Copom vamos ganhar o torneio de Miss Simpatia no ano de 2025. Mas eu durmo muito tranquilo sabendo que o que eu estou fazendo é cumprir a meta e perseguir a meta”, afirmou.
Ele lembrou que deve ter o “infeliz recorde” de ser o primeiro presidente do BC a escrever, em seis meses, duas cartas para justificar o descumprimento do alvo. Isso porque, em 2024, o IPCA ficou acima da meta. A partir deste ano, o alvo passou a ser contínuo, apurado com base na inflação acumulada em 12 meses – que deve voltar a superar o teto em junho.
Galípolo voltou a defender que é importante ampliar o acesso da população a linhas de crédito de menor custo. Linhas com juros muito altos diminuem a sensibilidade do crédito à política monetária, ele destacou.
“Temos de tentar facilitar o acesso a essas linhas de crédito, que são adequadas para o problema das pessoas”, disse, durante palestra em um evento da Frente Parlamentar de Empreendedorismo (FPE), em Brasília.
Galípolo voltou a defender a importância de aumentar a colateralização do crédito, de forma a reduzir a percepção de risco e os juros cobrados. A agenda de inovação do BC, ele disse, é importante por aumentar a liquidez de ativos e facilitar o uso de garantias.
Galípolo disse também que a potência e a efetividade da política monetária têm a ver com a capacidade que a autarquia tem de comunicar suas decisões.
Ele destacou que a comunicação sobre política monetária tem um dialeto próprio, e disse que é importante que os bancos centrais possam se comunicar também com a sociedade como um todo.
“A obrigação é do Banco Central de conseguir modular o seu discurso, conseguir amplificar e atingir uma camada maior da sociedade a partir da sua comunicação e da informação”, disse Galípolo, ponderando que é necessário segmentar a comunicação.
Fatores como a prevenção de golpes de fraudes também exigem uma nova comunicação, mais aberta, ele afirmou. Galípolo aproveitou para elogiar a qualificação técnica da equipe voltada à comunicação na autarquia.
Galípolo repetiu que há indícios de entupimento nos canais de transmissão da taxa Selic para a economia, o que exige juros mais altos do que em países semelhantes.
“O tema que geralmente causa estranheza quando você conversa com outros economistas de outros países, especialmente outros banqueiros centrais, é como é o Brasil convive com taxas de juros num patamar mais elevado, e ainda assim consegue performar do ponto de vista de apresentar uma atividade econômica dinâmica”, disse.
Ele destacou que alguns subsídios cruzados parecem ter impacto na transmissão da política monetária, como exemplo o uso do crédito rotativo pelas famílias. Como os juros da modalidade superam em muito a Selic, eles são pouco sensíveis à taxa básica.
“Subir de 10% para 15% a Selic tem basicamente o mesmo efeito para o cara que está pagando uma taxa de 300%. A sensibilidade é baixa”.
O presidente do BC mencionou, ainda, que uma série de empresas no Brasil consegue emitir títulos de dívida com juros menores do que os de emissões do Tesouro Nacional. Também citou o financiamento imobiliário, dependente da caderneta de poupança, que rende menos do que a taxa básica de juros e cujo financiamento vem caindo estruturalmente, segundo ele.
“Como a gente consegue desfazer algumas dessas distorções? Não vai ser simples”, disse Galípolo. “Nesse caso, não vai ter uma bala de prata”.
Na mesma ocasião, Galípolo defendeu a importância de fortalecer a institucionalidade da autoridade monetária. Para o presidente do BC, o fato de o mercado ver a possibilidade de alguns membros do Copom não perseguirem o centro da meta reflete uma “flacidez institucional”.
“A ideia de que, a depender de quem eu coloquei lá no BC, ele pode perseguir mais ou menos a meta, que tem uma meta que a gente passou para você, mas também não é que você persegue ela de verdade, sugere uma flacidez institucional que me preocupa muito”, disse Galípolo.
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