Embraer decola, mas Ibovespa B3 cai com pressão de commodities; dólar fecha abaixo de R$ 5,34

O Ibovespa B3 encerrou a sessão desta segunda-feira (22) em baixa de 0,52%, aos 145.109,25 pontos, após perder 755,86 pontos no pregão.

O desempenho refletiu ajustes após os recentes recordes do índice e a pressão vinda das quedas expressivas em papéis ligados a commodities, como Cosan (-18,53%) e Raízen (-7,75%).

O giro financeiro também foi influenciado por movimentos técnicos após vencimentos de contratos e em um ambiente de cautela no cenário político e fiscal doméstico.

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No mercado de juros, a taxa do DI seguiu estável em 14,90% nesta segunda-feira, com o Índice DI em 52.200,10 pontos. Já o S&P/B3 VIX, indicador de volatilidade, recuou 1,18%, a 15,12 pontos, refletindo menor percepção de risco após eventos importantes da semana passada, como as decisões do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e do Copom.

Entre os destaques positivos, a Embraer teve dia de protagonismo. A companhia anunciou acordo com a LATAM Airlines para a venda de até 74 aeronaves do modelo E195-E2, em operação avaliada em US$ 2,1 bilhões (cerca de R$ 11,21 bilhões, na cotação atual) a preços de tabela, considerando as 24 entregas firmes e 50 opções adicionais.

A notícia impulsionou as ações da fabricante brasileira, que chegaram a subir quase 5% no início da tarde, cotadas a R$ 80,57. O contrato reforça a presença da Embraer na malha aérea sul-americana e marca um movimento estratégico para o grupo LATAM, que nunca havia operado modelos da fabricante brasileira antes da fusão com a LAN Chile.

Dólar avança em meio a cautela global e incertezas domésticas

No câmbio, o dólar à vista abriu em queda de 0,01%, a R$ 5,3205, mas ganhou força ao longo da sessão e chegou à máxima intradia de R$ 5,365, às 11h31. No fechamento, a moeda avançou 0,33%, cotada a R$ 5,337 na compra e R$ 5,338 na venda. A alta reflete tanto fatores externos quanto domésticos.

No exterior, investidores ajustaram posições antes da divulgação do PIB dos EUA, na quinta-feira (25), e do índice de preços de gastos com consumo (PCE), na sexta-feira (26), considerado o termômetro de inflação mais relevante para o Federal Reserve. O dado deve ajudar a calibrar as expectativas sobre o ritmo do ciclo de cortes de juros nos EUA.

Além disso, o mercado monitora a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursará nesta terça-feira (23), em meio a expectativa de encontro com o presidente americano, Donald Trump.

No Brasil, as atenções se voltam para a divulgação da ata do Copom, na terça-feira, que deve detalhar os argumentos para a manutenção da Selic em 15% e reafirmar o tom conservador diante de incertezas fiscais. Na sequência da semana, os investidores acompanharão o IPCA-15 e o Relatório de Política Monetária, que devem balizar projeções sobre os próximos passos do Banco Central.

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Felipe Pjevac

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