Após 15 altas consecutivas, Ibovespa B3 oscila para baixo; dólar fecha em alta

O Ibovespa B3 teve um leve respiro nesta terça-feira (12) após sequência de 15 altas consecutivas, a maior dos últimos 30 anos. O índice encerrou o pregão praticamente estável, com leve queda de 0,07%, aos 157.635,84 pontos, em um movimento de realização de lucros após as fortes valorizações recentes.

Apesar da pausa, o saldo segue amplamente positivo, e o mercado continua animado com o cenário de juros em queda no horizonte e fluxos estrangeiros sustentando a Bolsa brasileira em patamares historicamente elevados.

Entre as maiores altas do dia, destaque para Recrusul (RCSL4), que disparou 21,16%, seguida por CM Hospitalar (VVEO3), com ganho de 10,61%, Azevedo & Travassos (AZEV3), que subiu 11,11%, e Armac (ARML3), com avanço de 10,24%.

Já entre as blue chips, B3 (B3SA3) voltou a brilhar com alta de 4,21%, enquanto Petrobras e Vale oscilaram levemente. Por outro lado, Cosan (CSAN3) recuou 3,89, devolvendo parte dos fortes ganhos acumulados nos últimos dias.

Mesmo com a pausa técnica, analistas avaliam que o movimento foi saudável e esperado. Segundo operadores, a correção leve, de pouco mais de 50 pontos, reflete apenas ajustes pontuais de carteiras, sem mudança estrutural no otimismo do mercado.

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O apetite por risco continua alimentado por dados de inflação mais controlados, expectativas de corte na Selic a partir de março e fluxos consistentes de capital estrangeiro em busca de ativos brasileiros ainda considerados baratos em dólar.

No cenário internacional, as atenções seguem voltadas para os desdobramentos do fim da paralisação do governo dos Estados Unidos e para os discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que podem consolidar apostas em um novo corte de juros americanos em dezembro.

Esses fatores, combinados à percepção de que o Brasil mantém fundamentos sólidos e juros reais elevados, sustentam o bom humor dos investidores.

Dólar interrompe sequência de quedas

O dólar comercial, por sua vez, interrompeu uma sequência de cinco quedas consecutivas e fechou o dia em alta de 0,37%, cotado a R$ 5,292.

A moeda americana oscilou entre a mínima de R$ 5,266 e a máxima de R$ 5,302, acompanhando o movimento de ajuste técnico após perdas acumuladas de 2,33% nas últimas sessões.

No exterior, o dólar se fortaleceu frente a moedas de países desenvolvidos, mas ainda cedeu ante várias divisas emergentes, como o peso chileno e o peso mexicano, refletindo expectativas de afrouxamento monetário nos EUA após dados fracos do setor privado.

No Brasil, indicadores domésticos mostraram resiliência da atividade de serviços, com alta de 0,6% em setembro, acima do esperado, o que reforça a visão de que o Copom pode adiar o início do ciclo de cortes da Selic para março.

Além disso, o Banco Central divulgou seu Relatório de Estabilidade Financeira, destacando a solidez do sistema bancário e a capitalização robusta das instituições. No campo fiscal, o governo ampliou o alcance do Plano Brasil Soberano, com novas linhas de financiamento para mitigar impactos do tarifário americano sobre exportações brasileiras.

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Felipe Pjevac

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