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Empresa americana prevê alta de 25% no suco de laranja após ação contra tarifas dos EUA

Publicado 22/07/2025 • 17:51 | Atualizado há 6 horas

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • A imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as importações vindas do Brasil, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, gerou reação imediata de uma das maiores fornecedoras de suco de laranja dos Estados Unidos.
  • A Johanna Foods, responsável por cerca de 75% do fornecimento de suco de laranja “não concentrado” de marcas próprias no país, entrou com um processo na Corte de Comércio Internacional alegando que a medida é inconstitucional, viola leis federais e causará prejuízos expressivos tanto à empresa quanto aos consumidores.

Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos

A imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as importações vindas do Brasil, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, gerou reação imediata de uma das maiores fornecedoras de suco de laranja dos Estados Unidos. A Johanna Foods, responsável por cerca de 75% do fornecimento de suco de laranja “não concentrado” de marcas próprias no país, entrou com um processo na Corte de Comércio Internacional alegando que a medida é inconstitucional, viola leis federais e causará prejuízos expressivos tanto à empresa quanto aos consumidores.

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Segundo o processo, a tarifa — prevista para entrar em vigor em 1º de agosto de 2025 — pode elevar os preços do suco de laranja nos Estados Unidos entre 20% e 25%. A companhia estima que o custo adicional será de, no mínimo, US$ 68 milhões por ano, superando o lucro líquido anual em qualquer exercício desde a fundação da empresa em 1995.

“A Tarifa sobre o Brasil resultará em um aumento significativo — talvez proibitivo — no preço de um item básico do café da manhã americano”, afirma o processo protocolado no tribunal.

A Johanna Foods destaca ainda que não existem alternativas viáveis no mercado interno que possam substituir o suco importado do Brasil. A matéria-prima vinda do país sul-americano, conhecida como not from concentrate (NFCOJ), representa cerca de 80% do volume usado pela empresa — insumo que, segundo a fabricante, “não está razoavelmente disponível de fornecedores nos Estados Unidos em quantidade ou qualidade suficientes”.

Contexto da tarifa e seus fundamentos questionados

O aumento tarifário foi comunicado por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em carta datada de 9 de julho. No documento, Trump atribui a decisão a “como o Brasil tratou o ex-presidente Bolsonaro”, à alegada censura a plataformas de redes sociais norte-americanas e ao que chamou de “relação comercial injusta de longa data”. No entanto, segundo dados do Escritório do Representante de Comércio dos EUA, os Estados Unidos registraram superávit de US$ 7,4 bilhões no comércio de bens com o Brasil em 2024 — um aumento de quase 32% em relação ao ano anterior.

A Johanna Foods argumenta que a medida não está amparada por nenhuma ordem executiva, decreto ou legislação que justifique o aumento da tarifa. “A carta ao Brasil não constitui uma ação executiva válida, não é uma Ordem Executiva, não faz referência ou incorpora nenhuma Ordem Executiva existente nem a modifica ou altera”, diz o documento judicial.

Além disso, a empresa sustenta que o presidente “não identificou nenhuma ameaça incomum ou extraordinária originada fora dos Estados Unidos que represente risco à segurança nacional, política externa ou economia do país”, e tampouco declarou uma emergência nacional — o que seria pré-requisito para a aplicação da tarifa segundo a International Emergency Economic Powers Act (IEEPA).

“A Tarifa sobre o Brasil excede qualquer autoridade tarifária delegada ao presidente sob a IEEPA”, afirmam os advogados da empresa.

Riscos para empregos e abastecimento

A Johanna Foods emprega cerca de 700 pessoas nos estados de Nova Jersey e Washington, onde mantém unidades industriais. O CEO da companhia, Robert Facchina, afirma que a tarifa representa uma “ameaça existencial” às operações da empresa e alerta para a possibilidade de demissões em massa, fechamento de turnos e redução da capacidade produtiva caso a medida seja mantida.

O processo detalha ainda que os custos da tarifa serão repassados aos clientes da empresa — que incluem grandes redes varejistas como Walmart, Aldi, Wegmans, Safeway e Albertsons — e, consequentemente, aos consumidores finais. Dados do Bureau of Labor Statistics mostram que o preço médio do suco de laranja já vinha subindo antes do anúncio: apenas no último ano, o valor de uma embalagem de 473 ml aumentou mais de 5%, passando para US$ 4,49.

Impacto estrutural na oferta de suco

Com a produção de laranjas nos EUA em queda acentuada — principalmente na Flórida, onde fatores como doenças, furacões e urbanização reduziram a produção em mais de 95% nas últimas décadas — o país depende de países como Brasil e México para garantir o abastecimento interno. A previsão do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) é de que a safra de 2025 na Flórida caia 33% em relação ao ano anterior, atingindo o menor nível em 95 anos.

A ação judicial movida pela Johanna Foods pede que o tribunal declare a tarifa ilegal e inconstitucional, além de exigir o reembolso de qualquer valor que venha a ser pago sob a nova taxação. A empresa também solicita o bloqueio imediato da implementação da medida.

Em resposta à ação, de acordo com a NBC News, um porta-voz da Casa Branca declarou que “a administração está exercendo, de forma legal e justa, os poderes tarifários que foram concedidos ao Poder Executivo pela Constituição e pelo Congresso para equilibrar o campo de atuação em favor dos trabalhadores americanos e proteger a segurança nacional”.

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