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EUA compram pesos e fecham swap de US$ 20 bi com a Argentina; operação é vista como apoio direto ao governo Milei

Publicado 09/10/2025 • 23:09 | Atualizado há 7 horas

KEY POINTS

  • Tesouro estadunidense afirma que o acordo visa reforçar a liquidez e evitar colapso cambial na Argentina.
  • Analistas veem a medida como gesto político de apoio ao governo de Javier Milei.
  • Ação inédita é interpretada como tentativa de conter avanço da influência chinesa na América do Sul.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bassett, confirmou que o governo estadunidense realizou uma compra direta de pesos argentinos e firmou um acordo de swap cambial de US$ 20 bilhões com o Banco Central da Argentina.

O mecanismo permitirá que o país sul-americano troque dólares por pesos — e vice-versa — com o objetivo de reforçar a liquidez e sustentar a estabilidade monetária em meio a um cenário de fragilidade econômica. A informação foi divulgada em nota publicada nas redes sociais oficiais do Tesouro dos Estados Unidos.

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“Somente os Estados Unidos podem agir rapidamente”, diz Bassett

Na publicação, o secretário Bassett afirmou que a Argentina vive um momento de grande falta de liquidez e que a comunidade internacional, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), está “unida em apoio à Argentina e à sua estratégia fiscal prudente”.

“Somente os Estados Unidos podem agir rapidamente”, escreveu o secretário. Ele também declarou que os EUA estão “preparados para tomar imediatamente todas as medidas excepcionais necessárias para proporcionar estabilidade ao mercado”.

Apesar da mensagem enfática, Bassett não especificou o montante de pesos comprados nem se as medidas já foram executadas. Segundo ele, o swap está “em fase de estruturação final”, o que indica a definição de um plano técnico, mas não sua execução imediata.

Agustin Marcarian/Reuters
EUA realizam compra direta de pesos e anunciam swap de US$ 20 bi com a Argentina.

Motivações e sinal político

Analistas avaliam que o gesto dos Estados Unidos vai além da dimensão financeira. O movimento pode refletir preocupações dos Estados Unidos com a crescente aproximação da Argentina com a China, especialmente em acordos agrícolas e de infraestrutura.

Fontes do setor de commodities afirmam que parte do desconforto em Washington está ligada a negociações estratégicas que envolvem o agronegócio argentino e interesses chineses no país.

No programa Fast Money, da Times Brasil – Conteúdo Licenciado CNBC, o economista e colunista Vinícius Torres Freire analisou o posicionamento de Bassett como um voto de confiança ao governo Milei, além de também ser uma ação de contenção geopolítica diante da influência chinesa na América do Sul.

“Os Estados Unidos estão, por enquanto, salvando o Milei”

Torres Freire avaliou que as medidas representam um salvamento direto ao governo argentino. “Os Estados Unidos estão, por enquanto, salvando o Milei”, afirmou.

Segundo ele, a Argentina enfrenta dois problemas urgentes: a necessidade de manter o peso dentro de uma banda de flutuação para conter a inflação e a falta de dólares para honrar compromissos da dívida externa.

“O Banco Central da Argentina até tem reservas, mas está no negativo porque deve mais do que possui”, explicou. A situação, disse ele, ficou ainda mais delicada após a derrota parcial do governo Milei nas eleições da província de Buenos Aires, o que aumentou a percepção de risco político e reduziu a confiança dos investidores.

Presidente da Argentina, Javier Milei
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Medida é vista como apoio a Milei e tentativa de conter influência da China.

Intervenção inédita para evitar colapso

Torres Freire classificou o movimento dos Estados Unidos como “excepcional e inédito”, já que o país optou por comprar diretamente pesos argentinos, injetando dólares na economia local por meio do Banco Santander. “Eles estão colocando dinheiro bom em uma moeda que pode se desvalorizar, correndo o risco de prejuízo”, observou.

Segundo o economista, a medida tem um efeito imediato: conter o pânico e evitar uma crise antes das eleições argentinas de 26 de outubro. “Pelo menos até a eleição, Milei ficou com o nariz fora d’água. Ele corria o risco de colapsar antes mesmo da votação”, afirmou.

Apoio explícito e mensagem ao mercado

Para Torres Freire, o comunicado de Bassett não é apenas econômico, mas também um manifesto político de apoio ao presidente argentino.

“O secretário não fez só um anúncio técnico. Ele publicou um manifesto pró-Milei, destacando as boas relações entre Estados Unidos e Argentina e garantindo que tomará quaisquer medidas necessárias para assegurar a liquidez e a estabilidade do peso”, destacou.

Na avaliação do analista, a ação evita um colapso imediato, mas não resolve os problemas estruturais do país. “A Argentina tem muita coisa ainda por fazer, qualquer que seja a linha política. A economia está fragilizada, os salários pararam de crescer e a recuperação que começou em abril já perdeu força”, afirmou.

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“Os Estados Unidos salvaram Milei. A Argentina fica para depois”

“Os Estados Unidos, sim, salvaram a Argentina — ou melhor, salvaram Milei. A Argentina fica para depois”, explicou o economista. Para ele, as medidas garantem fôlego temporário para o governo argentino, mas não eliminam o risco de instabilidade cambial e inflação no médio prazo.

A mensagem, contudo, é clara: Washington está disposta a agir para evitar que a crise argentina se transforme em um colapso político e econômico às vésperas das eleições.

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