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Ex-secretário de Comércio Exterior diz que Brasil e EUA deveriam apostar no etanol em negociações comerciais

Publicado 27/10/2025 • 21:09 | Atualizado há 2 horas

KEY POINTS

  • Sobre a repercussão e os impactos do encontro entre o presidente Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Roberto Gianetti, economista e ex-secretário de Comércio Exterior, afirma que o "clima é de otimismo", em entrevista exclusiva para o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC.
  • Porém, o ex-secretário afirma que a preocupação atual em realção a quando as medidas concretas irão de fato acontecer, precisa de "paciência" pela complexidade das negociações e pelas inumeras reuniões que ainda virão.

O ex-secretário de Comércio Exterior Roberto Gianetti afirmou que Brasil e Estados Unidos deveriam fazer do etanol o eixo de uma nova agenda comercial entre os dois países. Em entrevista exclusiva ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, o economista destacou que os governos precisam substituir a competição por cooperação, especialmente no agronegócio e no setor de biocombustíveis.

“Vamos ampliar o mercado de etanol para que a gente possa dobrar, triplicar a produção. Estados Unidos e Brasil podem ser parceiros muito mais do que concorrentes. Eu acho que isso é o que tem que levar para a mesa. Vamos trabalhar em parceria com os Estados Unidos no agronegócio. Não é necessário ser concorrente hostil, inclusive porque parte desse trading das commodities brasileiras é feita por tradings americanas”, afirmou Gianetti.

Segundo ele, o foco dos dois países deveria ser em aumentar o mercado mundial de etanol, diante da demanda global crescente por energia limpa. “Os países não deveriam ficar competindo um com o outro numa visão mesquinha, porque existe uma demanda mundial muito grande”, completou.

Otimismo e cautela após encontro entre Lula e Trump

Gianetti avaliou como “otimista” o clima entre as delegações do Brasil e dos Estados Unidos após o encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, mas alertou que as medidas concretas devem levar tempo. “A preocupação atual em relação a quando as medidas concretas irão de fato acontecer precisa de paciência, pela complexidade das negociações e pelas inúmeras reuniões que ainda virão”, disse.

Para ele, parte do trabalho deveria ser feita pelo setor privado. “O setor empresarial brasileiro e americano podem e devem assessorar os dois países”, defendeu, sugerindo que o CEO Forum, fórum que reúne 11 integrantes do setor privado do Brasil e 11 dos Estados Unidos, sirva como mediador nas negociações.

O economista considera que a redução de tarifas ainda neste ano seria “uma condição precedente” para o avanço das conversas. “A tarifa elevada continua castigando os dois lados, porque castiga, no fundo, mais o lado americano do que o brasileiro. Se há um objetivo de retirar as tarifas e resolver uma série de assuntos pendentes, nada como suspender o efeito da tarifa enquanto se discute e se resolve com calma aquilo que é fundamental”, afirmou.

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Minérios críticos, big techs e a nova agenda bilateral

Além do agronegócio, Gianetti citou duas áreas de cooperação promissoras: minerais críticos e tecnologia. Segundo ele, é preciso construir um entendimento privado de como levar propostas ao setor público de ambos os países. “No caso dos minerais críticos, nós temos que ter um fast track, uma agilidade no licenciamento ambiental em mineral, de forma que o prazo máximo para obter uma licença seja, vamos dizer, um ano. É mais do que necessário. Se não, quer dizer, nós não precisamos dessas terras raras daqui a cinco ou dez anos. Precisamos agora.”

Gianetti defende ainda a criação de um acordo off-take — compromisso de compra de longo prazo a preço mínimo garantido — para dar segurança e previsibilidade aos investimentos em minerais estratégicos. Ele também mencionou o papel das big techs, que, segundo o economista, precisam passar por processos de licenciamento e autorregulação. “Eu acho que aí, no caso, teria que vir também as organizações não governamentais, as ONGs, que trabalham na questão de autorregulação, de criar uma forma de que não haja abuso na utilização das big techs para fake news.”

Concorrência com a China e visão de longo prazo

Ao comentar as negociações comerciais entre Estados Unidos e China, Gianetti classificou a concorrência americana no agronegócio como saudável, por forçar eficiência e inovação. “Ter um monopólio de fornecimento é uma responsabilidade, uma interdependência muito grande e que, por sinal, até dificulta às vezes o relacionamento. A gente tem que ser competente, ter melhor preço, melhor condição de qualidade, de entrega, de confiabilidade — e isso nós já conquistamos na China.”

Para o ex-secretário, a cooperação no etanol e em minerais críticos poderia marcar uma nova etapa da relação bilateral, capaz de unir crescimento econômico, sustentabilidade e segurança energética em torno de uma agenda pragmática.

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