EXCLUSIVO: Setor privado pode aproveitar a COP30 para acelerar a transição climática, diz especialista

A COP30 surge como uma oportunidade para acelerar a implementação de soluções climáticas no setor privado, afirmou Marina Cançado, fundadora da Converge Capital e co-organizadora do Climate Implementation Summit, em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC. Ela ressaltou que empresas brasileiras já estão assumindo compromissos voluntários de descarbonização, mas que a consolidação depende de capital e articulação entre setores.

“Hoje, as empresas brasileiras estão fazendo voluntariamente esse esforço de descarbonização. Porque faz sentido econômico e porque cada vez mais, para participar de uma cadeia de valor global, precisam atender essas exigências”, disse.

A especialista destacou que, embora investimentos globais em soluções climáticas tenham triplicado entre 2020 e 2023, apenas uma pequena parcela foi destinada à América Latina. “De R$ 2 trilhões que a gente tem hoje, só R$ 100 bilhões estão aqui na América Latina. E quando a gente olha para esses R$ 100 bilhões, 60% desse capital está indo para a energia e para transporte, que já são setores mais maduros”.

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Ainda na avaliação de Marina, cerca de 65% das soluções necessárias para uma economia descarbonizada ainda estão em estágio inicial e dependem de capital de risco para se desenvolver. Nesse contexto, eventos preparatórios à COP30, como o Climate Implementation Summit, são essenciais para reunir CEOs, lideranças globais e investidores, promovendo a articulação de recursos e experiências que aceleram a implementação dessas soluções emergentes. Ela destacou que já existem iniciativas de empresas grandes, médias, startups e filantropias que demonstram que esses novos modelos são viáveis.

Sobre o papel do Brasil, a especialista apontou que o país tem potencial para se tornar referência global em produção sustentável de alimentos e biocombustíveis. “Se a gente continuar produzindo comida para o mundo sem desmatar novas áreas, fazendo isso de uma forma eficiente e sustentável, é o que o mundo mais precisa”, disse, acrescentando que áreas degradadas podem ser aproveitadas para biocombustíveis usados na aviação e indústria marítima.

Por fim, Marina reforçou que ser protagonista envolve assumir responsabilidade sobre o próprio futuro, reconhecendo que ele não é algo pré-determinado. Ela acrescentou que é preciso tomar decisões conscientes e agir de forma alinhada aos objetivos que se quer alcançar, contribuindo não apenas para o próprio caminho, mas também para resultados coletivos.

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Vanessa Loiola

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