CNI: impostos e falta de mão de obra qualificada lideram as reclamações dos industriais

A carga tributária segue sendo o motivo da maior preocupação dos donos de indústrias, seguido de perto da escassez de mão de obra qualificada, apontou uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta manhã.

Segundo o levantamento, 70% dos empresários industriais consideram a carga tributária como o maior obstáculo do Custo Brasil. A falta de mão de obra qualificada é apontada por 62% dos entrevistados.

Outros gargalos também foram apontados:

• dificuldade em financiar o negócio (27%)
• insegurança jurídica e regulatória (24%)
• baixa competitividade (22%)
• acesso a insumos (20%)
• capacidade de inovar (14%)
• infraestrutura deficiente (12%)
• acesso a serviços públicos (10%)
• integração internacional (4%)
• burocracia para abrir ou encerrar empresas (3%)

Impacto para o consumidor

A CNI apontou que 77% dos industriais acreditam que o Custo Brasil encarece os preços finais pagos pela população. A percepção é mais forte no Nordeste, onde 93% dos entrevistados veem impacto direto. Para 64% dos empresários, o peso do Custo Brasil cresceu nos últimos três anos, enquanto 78% defendem que reduzi-lo deve ser prioridade estratégica para a economia.

Comparação

Em relação à competitividade internacional, a pesquisa mostra que tributos (66%), financiamento (66%) e a dificuldade para encerrar ou retomar um negócio (60%) são os fatores que mais encarecem a atuação das empresas brasileiras frente a economias avançadas.

Riscos da inércia

Para os empresários, não enfrentar os problemas do Custo Brasil pode levar ao aumento de falências e fechamento de empresas (24%), risco de crise e recessão (19%) e perda de competitividade (10%).

Gatilhos

O levantamento indicou que 77% dos donos de indústrias aumentariam investimentos caso os juros para empresas fossem reduzidos pela metade. Além disso, 56% afirmaram que a diminuição dos processos trabalhistas estimularia contratações, enquanto 46% empregariam mais trabalhadores e investiriam simultaneamente.

O levantamento foi realizado pelo Instituto Nexus, que ouviu 1.002 empresários de diferentes portes e regiões do país entre 14 de julho e 7 de agosto de 2025.

Allan Ravagnani

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