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“Não tenho por que ligar para o Trump. Ele cuida dos EUA. Do Brasil, cuidamos nós”, diz Lula, que não pretende retaliar país por tarifaço

Publicado 06/08/2025 • 16:00 | Atualizado há 3 horas

Da Redação

KEY POINTS

  • “Não liguei porque o Trump não quer telefonema. Estamos com os melhores negociadores. Não tenho por que ligar para o presidente Trump", declarou o presidente brasileiro.
  • O governo norte-americano iniciou a aplicação de tarifas de até 50% sobre importações brasileiras em setores como aço, alumínio, suco de laranja e produtos químicos, medida criticada por autoridades brasileiras nos últimos dias.

Em entrevista à agência Reuters nesta quarta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, por enquanto, não pretende retaliar os EUA por causa da tarifa 50% imposta pelo presidente norte-americano, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Lula também descartou fazer contato direto com Trump neste momento e classificou a decisão como uma ruptura de uma relação antes estável.

“Não liguei porque o Trump não quer telefonema. Estamos com os melhores negociadores tentando negociar com os negociadores deles. Não tenho por que ligar para o presidente Trump, porque nas cartas que ele mandou e nas decisões, ele não fala em negociação. O que ele faz é uma nova de ameaças”, disse Lula.

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“Um presidente não pode ficar se humilhando para outro.” Conforme Lula, o comunicado norte-americano foi recebido de forma “totalmente autoritária” pelo governo brasileiro. Ele classificou a medida como mais do que uma “simples intromissão”, afirmando que se tratava do próprio presidente dos EUA agindo como se pudesse ditar regras a um país soberano.

A medida norte-americana afeta produtos como aço, alumínio, suco de laranja e químicos. Segundo o presidente brasileiro, a decisão é uma intromissão inaceitável nos assuntos de um país soberano.

“Olha, ele que cuide dos Estados Unidos. Do Brasil cuidamos nós. Só tem um dono nesse país, e só um dono manda no presidente da República, é o povo. É o povo que elegeu, é o povo que pode tirar. Essas atitudes antipolíticas, Anticivilizatórias, é que colocam problema numa relação que não existia.”

Lula também destacou que a taxação dos produtos brasileiros terá impactos negativos para ambos os lados da relação comercial. “Vai encarecer o produto para os Estados Unidos e para o Brasil. Mas agora, não é uma intromissão pequena. É o presidente da República dos Estados Unidos achando que pode ditar regras para um país soberano como o Brasil. E não é admissível.”

E afirmou ainda que o Brasil, que acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o tarifaço, vai buscar alternativas para apoiar empresas prejudicadas.

Apoio às empresas brasileiras e busca por novos mercados

O presidente informou que o governo já se articula para oferecer suporte às companhias nacionais. “Estamos preparando como é que vamos lidar com as empresas brasileiras que vão ter prejuízo nessa notificação. Temos a obrigação de cuidar da manutenção dos empregos, de ajudar essas empresas a procurar novos mercados.”

“Temos a obrigação de ajudar essas empresas, cuidar dos empregos, abrir novos mercados e tentar convencer empresários americanos a pressionarem Trump. Eu poderia retaliar, mas não quero agir como ele. Quero mostrar que quando um não quer, dois não brigam.”

Lula também revelou que há esforço para sensibilizar o empresariado norte-americano. “Temos a preocupação de convencer os empresários americanos a brigarem com o presidente Trump para que possa flexibilizar isso.”

Apesar da pressão, o presidente reafirmou que o Brasil não responderá com retaliações imediatas. “Veja que estou fazendo tudo isso quando eu poderia anunciar uma taxação sobre produtos americanos. Não vou fazer porque não quero ter o mesmo comportamento do presidente Trump. Quero mostrar que quando um não quer, dois não brigam. E eu não quero brigar com os Estados Unidos.”

Brasil defende solução com responsabilidade fiscal

O presidente afirmou que a resposta do governo será equilibrada. “Vamos fazer aquilo que estiver no alcance da economia brasileira, mantendo a responsabilidade fiscal que estamos mantendo no governo”, pontuou.

Em sua fala, Lula reforçou: “A única certeza que eu tenho é que acredito que a gente vai encontrar uma solução.”

Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, “traidores da Pátria”

No fim da entrevista, Lula fez críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao deputado Eduardo Bolsonaro, acusando-os de influenciar a decisão de Trump contra o Brasil.

“Eles foram aos Estados Unidos para insuflar o presidente de lá contra o Brasil. Isso nunca existiu na história de nenhum país. Estão causando prejuízo à economia brasileira e aos trabalhadores. Eles deveriam ser processados como traidores da pátria.”

Lula ainda defendeu a atuação do Supremo Tribunal Federal nos processos contra Bolsonaro e relembrou episódios de suas próprias derrotas eleitorais para contrastar com o comportamento do ex-presidente.

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