Recall da Airbus: entenda o papel das caixas-pretas na solução de incidentes aéreos

Recentemente, foi anunciado o recall da Airbus. A medida surgiu em meio a problemas relacionados aos painéis de fuselagem dos aviões, responsáveis pelo controle de voo.

Dessa forma, voos foram cancelados, pensando na preservação dos passageiros e equipe de bordo. No entanto, caso algo acontecesse, há um elemento que ainda pode oferecer soluções: caixas-pretas (em inglês, black boxes).

Conforme explicado pela CNBC, a caixa-preta de um avião é um equipamento que une dados de voos e gravação de voz da cabine. Presente em todo voo comercial, são utilizadas quando acontecem incidentes aéreos no geral, mas principalmente em acidentes graves. 

Além disso, embora toda marca comercial possua, são empresas aeroespaciais como GE Aerospace e Honeywell que produzem as versões mais indestrutíveis do mercado.

Funções das caixas-pretas

As caixas-pretas mostram como decisões críticas ocorrem em segundos. A título de exemplo, há o caso do acidente da Air India, no qual os dados indicaram cortes quase simultâneos de combustível nos dois motores. Naquela ocasião, a gravação da cabine captou os pilotos discutindo os comandos e expôs a dinâmica exata dos últimos instantes do voo.

São informações como essas que aceleram investigações. Em fala para a CNBC, John Goglia, ex-membro do The National Transportation Safety Board (NTSB) dos Estados Unidos, afirmou que o intuito é entregar informações confiáveis rapidamente. Nesse sentido, as caixas-pretas ampliam o entendimento técnico e ajudam equipes que trabalham diretamente no local do incidente.

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Consequentemente, os dados das caixas-pretas também orientam avanços de segurança para viagens futuras. Enquanto uma queda de avião pode gerar perdas milionárias para fabricantes e companhias aéreas, o impacto emocional para as famílias é incalculável. Logo, quanto antes houver respostas sobre acidentes, melhor. 

Contudo, algumas caixas-pretas não resistem ao impacto ou nunca são encontradas. Pensando nisso, especialistas defendem melhorias, como gravadores de vídeo na cabine e transmissão de dados em tempo real. 

Para Jeff Guzzetti, analista de aviação e ex-investigador da Federal Aviation Administration (FAA) dos Estados Unidos e do NTSB, a tecnologia já existe e funciona bem em helicópteros e outras aeronaves. Por outro lado, ele observou que questões de privacidade e custo ainda travam a adoção – embora o NTSB recomende sua obrigatoriedade há anos.

É pensando em não chegar a situações extremas que na sexta-feira de 28 de novembro, foi anunciado o recall da Airbus. Na ocasião, a fabricante orientou que todas as companhias aéreas que utilizam o software vulnerável suspendessem os voos de aviões A320 até segunda ordem ou substituição.

Letícia Maia

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