Retorno aos escritórios cresce após boom do trabalho remoto
Publicado 24/03/2025 • 11:06 | Atualizado há 1 dia
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Publicado 24/03/2025 • 11:06 | Atualizado há 1 dia
KEY POINTS
Essa mudança marca uma reviravolta em relação a 2020, quando o trabalho remoto e híbrido eram vistos como o futuro
Pexels
A pandemia de Covid-19 transformou a forma de trabalhar, impulsionando o modelo remoto. No entanto, até mesmo empresas que inicialmente apoiaram essa tendência estão mudando de postura.
Nos últimos meses, grandes corporações americanas, como Amazon, Dell e Walmart, além do governo federal, têm exigido que funcionários retornem aos escritórios cinco dias por semana. Essa mudança marca uma reviravolta em relação a 2020, quando o trabalho remoto e híbrido eram vistos como o futuro.
No entanto, muitos profissionais resistem à perda da flexibilidade. Oportunidades para trabalho remoto estão diminuindo, mas a concorrência por essas vagas segue intensa: apenas 20% das ofertas no LinkedIn são para trabalho remoto ou híbrido, mas elas recebem 60% das candidaturas.
Além disso, quase metade dos trabalhadores remotos afirma que provavelmente deixaria seus empregos se fossem obrigados a retornar ao escritório em tempo integral, segundo dados da BambooHR.
Aqueles que permanecem adotando estratégias como o “coffee badging”, compareceram ao escritório apenas brevemente para registrar presença ou ficam menos engajados, impactando produtividade e desempenho.
Empresas têm diversos motivos para retomar o trabalho presencial. Kory Kantenga, economista-chefe do LinkedIn para as Américas, destacou que um deles é o alto custo dos imóveis corporativos.
Outro fator é a crença de que a produtividade é maior no escritório. Segundo um estudo de 2024 com empresas do S&P 500, companhias com quedas no valor de suas ações foram mais propensas a implementar o retorno presencial na tentativa de impulsionar a produtividade e os lucros.
Mark Ma, professor da Universidade de Pittsburgh, afirmou que empresas com CEOs homens e com mais poder tendem a adotar o retorno presencial com mais frequência. “Esses líderes estão acostumados ao modelo tradicional de trabalho e sentem que perdem o controle quando os funcionários trabalham de casa”, explicou.
A mudança no mercado de trabalho também favorece os empregadores. Durante a “Grande Renúncia”, os profissionais tinham mais poder de negociação, mas, com menos contratações e mais demissões, as empresas agora têm menos incentivos para oferecer benefícios como a flexibilidade.
Além disso, algumas companhias utilizam a exigência de retorno como uma “demissão disfarçada”, esperando que funcionários insatisfeitos peçam para sair.
Andy Jassy, CEO da Amazon, negou essa intenção após o chefe da área de nuvem da empresa, Matt Garman, sugerir que funcionários contrários à medida poderiam procurar outro emprego.
Ainda não há consenso sobre se o trabalho presencial de cinco dias melhora o desempenho financeiro das empresas. Entretanto, Ma afirmou que sua pesquisa encontrou evidências significativas de que as exigências de retorno reduzem a satisfação dos funcionários.
Analisando milhões de avaliações no Glassdoor, o estudo indicou que a satisfação dos trabalhadores caiu significativamente após a implementação das novas regras.
Além disso, o retorno presencial elevou a rotatividade de mulheres, profissionais altamente qualificados e funcionários com mais tempo de casa — grupos estratégicos para as empresas.
Alguns trabalhadores, no entanto, aprovam a volta ao escritório. Clinton Stamper, engenheiro de software da Amazon, contou que, após três anos de trabalho remoto, sentia-se desconectado e menos produtivo.
“No escritório, posso ter pequenas conversas no elevador e até apresentar ideias a líderes de forma espontânea”, disse.
Outro efeito do retorno ao escritório é o impacto positivo na economia local. “Muitos negócios, como food trucks e lavanderias, dependem da presença de trabalhadores nos escritórios para se manterem”, destacou Kantenga.
Apesar da retomada do trabalho presencial, especialistas acreditam que a flexibilidade veio para ficar. Em 2024, mais de um quarto dos dias de trabalho nos EUA foram realizados remotamente, um aumento expressivo em relação a 2019, quando era apenas um em cada 14, segundo dados da WFH Research.
Pesquisas do Federal Reserve Bank de Atlanta e da Universidade Stanford apontam que a maioria das empresas com políticas remotas ou híbridas não pretende alterá-las nos próximos 12 meses.
Ma acredita que o modelo híbrido continuará sendo uma alternativa, especialmente para empresas menores, que usam a flexibilidade como diferencial competitivo. Algumas companhias, inclusive, podem reverter suas decisões de retorno.
A H&R Block, por exemplo, tentou implementar o retorno em 2021, mas retrocedeu após resistência dos funcionários.
Kantenga prevê que as mudanças demográficas do mercado de trabalho podem favorecer os trabalhadores no futuro. “Com o envelhecimento da população e a redução da força de trabalho, os empregadores precisarão oferecer mais benefícios para atrair talentos e a flexibilidade pode ser um deles”, afirmou.
Sam Spurlin, especialista em trabalho híbrido, ressaltou que o retorno presencial não é uma solução mágica para desafios organizacionais. “Se acharmos que basta impor o RTO para resolver problemas estruturais nas empresas, ficaremos muito decepcionados”, concluiu.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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