Tarifas dos EUA afetam exportações de algodão brasileiro, diz presidente da ANEA
Publicado 08/04/2025 • 18:30 | Atualizado há 1 uma semana
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Publicado 08/04/2025 • 18:30 | Atualizado há 1 uma semana
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As novas tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos têxteis importados, estão impactando diretamente o mercado global de algodão. Em entrevista ao Money Times, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (ANEA), Miguel Faus, afirmou que o setor está em compasso de espera devido à incerteza sobre os efeitos das medidas.
“O mercado de algodão está paralisado. As cotações em Nova York já tiveram recuo da ordem de 6% a 8%, e isso se reflete diretamente no preço do algodão que nós exportamos”, disse Faus.
Segundo ele, o Brasil é atualmente o terceiro maior produtor de algodão do mundo, atrás de China e Índia, e o maior exportador global da fibra. A produção nacional cresceu nos últimos anos, enquanto o consumo interno se manteve limitado.
“O Brasil conquistou essa posição à base de muito trabalho, muitos anos, muito investimento em tecnologia, desenvolvimento, novas sementes, alta produtividade e uma promoção do algodão brasileiro no exterior”, afirmou.
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As tarifas dos EUA sobre produtos têxteis afetam países que importam o algodão brasileiro, como Vietnã, Bangladesh, Paquistão, China e Turquia. Os produtos acabados exportados por esses países ficam mais caros no mercado norte-americano, o que pode impactar toda a cadeia produtiva.
“O Vietnã foi taxado em 46%. Bangladesh, 39%. Paquistão, 29%. E a China, vocês acabaram de anunciar, 104%. Isso tem um efeito no consumo. O varejista tira o pé do acelerador, pode cancelar contratos de compra, e isso vai do fim até o início da cadeia produtiva”, afirmou Faus.
A expectativa é de que a situação seja resolvida antes do início da nova safra brasileira, prevista para maio e junho. Parte da produção já está vendida, mas outra parte ainda depende da retomada das negociações internacionais.
“Se essa questão tarifária não se resolver, podemos ter cancelamentos de contratos e prejuízos em toda a cadeia. Esperamos que essa questão se resolva o quanto antes porque temos uma nova safra batendo na porta”, disse.
Faus acrescentou que o algodão pode ser armazenado por um período sem grandes perdas. “Depois de um ou dois anos, pode perder um pouco de cor, um pouco de característica, mas não é crucial”, explicou.
Para ele, o prazo ideal para uma solução seria de 30 a 60 dias. “Se a coisa se resolver nesse prazo, seria bom. Mas o importante são os sinais. Se houver um acordo entre Vietnã e Estados Unidos, isso pode se estender aos demais países. À medida que os sinais entram no mercado, o mercado começa a reagir”, afirmou.
Sobre as ações do setor, Faus disse que a ANEA acompanha as negociações entre os países asiáticos e os Estados Unidos. “Vamos olhar a negociação dos países que são clientes nossos com os Estados Unidos: Vietnã, China, Bangladesh, Paquistão e Turquia. À medida que eles avancem, vamos poder continuar exportando mais para eles”, explicou.
O presidente da ANEA também comentou os fatores que levaram ao crescimento da exportação brasileira. “O Brasil, 20, 25 anos atrás, era o segundo maior importador de algodão do mundo. Quando a produção no Sul e Sudeste desapareceu, ele reapareceu no cerrado. A produtividade do produtor brasileiro é da ordem de 1.800 kg por hectare. O algodão americano tem uma produtividade 50% menor”, afirmou.
Segundo Faus, essa vantagem de produtividade garante competitividade ao algodão brasileiro. “Temos custo menor, qualidade e uma marca internacional, o Cotton Brazil, que é promovida no exterior em parceria com a ABRAPA e a ApexBrasil”, completou.
Sobre um cenário em que apenas alguns países asiáticos fechem acordos com os EUA, deixando a China de fora, Faus afirmou que o Brasil continuará competitivo. “Na safra passada vendemos para a China 1,15 milhão de toneladas. Na atual, estamos em 450 mil. Desenvolvemos os outros mercados. A gente quer continuar vendendo para a China, mas existem outros mercados: Europa, Japão, Ásia.”
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