Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
Trabalhadores debatem no Senado efeitos de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil
Publicado 17/10/2025 • 08:10 | Atualizado há 2 horas
“Deusa da riqueza”, chinesa é condenada pelo maior golpe em criptomoedas da história
Fintech avaliada em US$ 7,3 bilhões abre nova rodada de financiamento
Alibaba diz que seus gastos com IA em e-commerce já estão no ponto de equilíbrio
Rendimentos do Tesouro Americano caem enquanto pesquisa do Fed da Filadélfia mostra fraqueza regional
Bolha da IA ameaça mercado, mas chance de uma correção é “muito alta”, diz ex-executivo da Meta
Publicado 17/10/2025 • 08:10 | Atualizado há 2 horas
KEY POINTS
Trabalhadores de diversos setores participaram, nesta quinta-feira (16), de uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para discutir os impactos do projeto de lei que isenta do Imposto de Renda (IR) quem recebe até R$ 5 mil por mês.
A proposta, de iniciativa do governo federal e já aprovada pela Câmara dos Deputados, prevê compensação da perda de arrecadação e a criação de um patamar mínimo de imposto a ser pago por contribuintes com rendimento tributável superior a R$ 600 mil anuais.
No formato atual, o texto estabelece alíquota de 10% do IR para esse grupo, o que deve atingir cerca de 141,4 mil pessoas físicas de alta renda. Hoje, esses contribuintes pagam em média 2,5% de imposto sobre seus rendimentos totais.
O projeto também prevê uma redução gradual da cobrança para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350 mensais. Para rendimentos acima de R$ 7.350, não há alterações.
O comerciário Tiago Bitencourt Neves defendeu que a atualização da tabela do Imposto de Renda é uma questão de justiça social. Para ele, a progressividade tributária vai além de uma proposta econômica — “é uma proposta de país”.
“O Brasil precisa de um sistema que taxe o luxo, e não o arroz e o feijão. Que cobre de quem vive de especulação, como os bancos. Que taxe as bets, super-ricos e bilionários”, afirmou.
Segundo Tiago Neves, o projeto representa uma oportunidade de corrigir uma desigualdade histórica no país.
“Não se trata apenas de uma discussão técnica, mas de uma escolha política sobre quem paga a conta e sobre quem se beneficia do país que a gente constrói todos os dias, com nossa luta diária”, completou.
O trabalhador do setor de serviços Jadiel de Araujo Santos destacou que os parlamentares têm agora a chance de corrigir uma distorção acumulada ao longo dos anos.
“É uma correção histórica de uma tabela que há muito tempo está defasada, fazendo com que milhões de brasileiros — justamente os que mais trabalham — paguem mais do que deveriam”, afirmou.
Leia mais:
Haddad vê com otimismo encontro e diz que “clima mudou” nas relações com os EUA
Crise perto do fim? Reunião entre Rubio e Mauro Vieira entra na agenda oficial e pode destravar impasse comercial entre Brasil e EUA
‘Marco Rubio vai cumprir instruções de Trump’, diz Celso Amorim sobre negociações entre Brasil e EUA
“Isso devolverá dignidade e poder de compra às famílias, com um dinheiro que circulará na economia. Quem ganha até R$ 5 mil não é privilegiado, é quem faz o país ficar de pé. É reconhecer o esforço de quem move o país”, complementou.
O trabalhador do setor financeiro Juliano Rodrigues Braga se apresentou como um dos quase 45 mil bancários que serão beneficiados com a isenção do IR.
“Talvez vocês não tenham noção, mas este valor tem impacto direto no meu bolso, de cerca de R$ 2,5 mil por ano”, disse.
“E talvez achem isso pouco, haja vista a enorme disparidade salarial de rendimento deste país. Mas não se enganem. Esse valor representa a quantia necessária para pagar várias despesas ordinárias, para que tenhamos sobrevivência digna neste país. E será um dinheiro devolvido ao mercado, aquecendo a economia”, argumentou.
Jadiel Santos vê, na proposta, uma possibilidade de justiça tributária, na qual todos possam contribuir para o financiamento de políticas públicas, na medida da capacidade contributiva de cada um.
“E capacidade contributiva, neste país, é dizer que quem ganha menos deve pagar menos; e quem ganha mais deve pagar mais. Vale uma observação. Quem ganha mais neste país, via de regra, são aquelas pessoas que, quase inequivocadamente, ganham por meio do suor e do sacrifício humano alheio, a exemplo dos bancos que adoecem seus trabalhadores com metas abusivas; das bets que retiram dinheiro do pai e da mãe de família; e dos investidores da Faria Lima”.
A gerente de posto de combustíveis Silvia Letícia Alves Mattar que revelou receber, em média, salário de R$ 3,8 mil, disse que no seu caso a isenção trará o retorno de aproximadamente R$ 200 por mês.
“É praticamente um 14º salário no bolso. Essa medida vai aumentar o poder de compra de quem ganha menos e ajudar a movimentar o comércio”, disse.
Trabalhador do setor de alimentação, Zacarias Assunção disse ser “muito injusto quem ganha pouco pagar mais e quem ganha mais pagar menos”. Isso, segundo ele, “é uma luta injusta e desigual porque quem leva o Brasil nas costas acaba pagando mais impostos”.
Segundo o metalúrgico Claudionor Vieira do Nascimento, 68% dos trabalhadores de sua categoria na região do ABC deixarão de pagar ou terão o pagamento reduzido de IR.
Dirigindo-se aos parlamentares, o trabalhador disse ficar desapontado ao ver muitos que deveriam atuar em favor dos trabalhadores associarem esse projeto a aumento de impostos, por fazer uma justa compensação ao cobrar mais de quem ganha muito mais.
Ele citou, também como exemplo de descompromisso com a classe trabalhadora, a atuação de parlamentares para isentar grandes grupos econômicos.
“Por que os mais de R$ 800 bilhões em isenção para as empresas desse país não são comentados e não incomodam a maioria dos parlamentares brasileiros?”, questionou.
“A classe brasileira está de olho nessas votações, porque isso não é aumentar impostos. É fazer um pouco de justiça social e dar um pouco de dignidade para aqueles que constroem a riqueza de nosso país”, defendeu.
O frentista Willian Ferreira Da Silva foi além e defendeu, também como justiça social, a redução da jornada de trabalho, que atualmente é de 6 dias trabalhados por 1 de descanso.
“Isso também vai melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores que sustentam qualquer sistema. Até porque capital não gera renda por ele próprio. As empresas têm sempre, atrás dela, na ponta, o trabalhador”, disse.
“Trabalhadores nunca conquistaram direito sem lutar. Para nós, só a luta faz a lei”, acrescentou.
Trabalhador do setor químico, José Evandro Alves da Silva defendeu que a sociedade se mobilize novamente, como fez nas manifestações contra a anistia, para conseguir essas conquistas.
“Temos de ir novamente às ruas, como fizemos recentemente”, disse.
—
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Mais lidas
EXCLUSIVO: Presidente dos Correios prepara trocas nas diretorias como parte do ‘choque de gestão’ para conter rombo bilionário
Embraer fecha parceria com o Grupo Mahindra para fabricar cargueiro militar na Índia
Pela segunda vez, CNI reduz expectativa de crescimento da indústria; setor de transformação é o mais afetado
Governo negocia empréstimo com bancos públicos e privados para salvar Correios e evitar aporte do Tesouro
Tarifaço: em nota conjunta, Brasil e EUA classificam reunião entre Vieira e Rubio como ‘muito positiva’ e prometem ampliar cooperação