Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
Sendo o Brics antissistêmico, qual seu sistema proposto?
Publicado 07/07/2025 • 19:09 | Atualizado há 2 meses
Executivos do setor solar alertam que ataque de Trump às renováveis pode causar crise energética e disparar preço da luz
Secretário de Comércio confirma que governo dos EUA é dono de 10% das ações da Intel
Meta fecha acordo com Google Cloud de mais de US$ 10 bilhões
Texas Instruments anuncia Megaprojeto de US$ 60 bilhões onde a Apple fará chips para iPhone
Agentes do FBI realizam busca na casa de John Bolton, ex-conselheiro de segurança nacional de Trump
Publicado 07/07/2025 • 19:09 | Atualizado há 2 meses
KEY POINTS
Durante décadas, a economia global foi definida pela liderança ocidental — mais especificamente, pela aliança entre Estados Unidos e Europa, com Japão em posição de suporte tecnológico.
Mas o século XXI viu surgir um movimento contrário, liderado por potências emergentes que buscaram maior protagonismo. Esse movimento passou a ser identificado como o surgimento do chamado "Sul Global" — um termo que engloba economias da Ásia, África e América Latina que não integraram plenamente a lógica de poder da Guerra Fria, mas que, nos últimos anos, começaram a reivindicar maior peso político e econômico nos fóruns internacionais.
Leia mais:
O Sul Global não é homogêneo, tampouco ideologicamente alinhado, mas sua importância cresce à medida que representa a maior parte da população mundial, vastas reservas de recursos naturais e potencial de taxas mais altas de crescimento econômico.
É neste contexto que nasceram blocos como o BRICS, enquanto os já consolidados União Europeia (UE) e NAFTA se redefiniram frente à nova geopolítica.
O bloco dos dissidentes: BRICS
Criado como uma sigla inventada por economistas do Goldman Sachs em 2001, o BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China) virou realidade política com a entrada da África do Sul em 2010, formando o BRICS.
Em 2024, o BRICS foi ampliado com o ingresso formal de novos membros: Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita — ampliando tanto o peso econômico quanto as divergências internas.
O bloco uniu países com grandes populações, mercados internos em expansão e, não raro, governos insatisfeitos com a ordem liberal anglo-saxã e ocidental.
País | Regime | População (milhões) | PIB (US$ trilhões) |
Brasil | Democracia | ~212 | ~2,2 |
Rússia | Autoritário | ~146 | ~2,2 |
Índia | Democracia | ~1.461 | ~3,9 |
China | Ditadura | ~1.408 | ~18,3 |
África do Sul | Democracia | ~63 | ~0,4 |
Egito | Autoritário | ~107 | ~0,4 |
Etiópia | Autoritário | ~132 | ~0,1 |
Irã | Teocracia autoritária | ~90 | ~0,4 |
Emirados Árabes Unidos | Monarquia absoluta | ~10 | ~0,5 |
Arábia Saudita | Monarquia autoritária | ~36 | ~1,1 |
Totais BRICS (10 países): População ~3,67 bilhões | PIB ~US$ 29,4 trilhões
Apesar da musculatura numérica, o bloco sofre com desequilíbrios internos.
A China representa cerca de 62% do PIB deste Bloco e opera sob regime de partido único. Rússia vive regime autoritário e enfrentou sanções ocidentais. Brasil, Índia e África do Sul são democracias instáveis e desiguais.
Os novos membros, em sua maioria autocracias ou monarquias, trazem petróleo, gás e localização geopolítica estratégica, mas também ampliam as diferenças de regime e visão de mundo, além de serem geograficamente descontínuos.
A promessa de uma nova ordem multipolar através da institucionalização deste bloco parece distante de se consolidar.
União Europeia: coesão política e heterogeneidade econômica
A União Europeia é, de longe, o bloco mais institucionalizado do planeta. Com 27 países, moeda comum em boa parte deles e um mercado único, a UE consolidou-se como um experimento inédito de soberania compartilhada.
País | Regime político | População (milhões) | PIB (US$ trilhões) |
Alemanha | Democracia parlamentar | ~83 | ~4,7 |
França | Democracia semi-presidencial | ~68 | ~3,2 |
Itália | Democracia parlamentar | ~59 | ~1,9 |
Espanha | Democracia parlamentar | ~48 | ~1,7 |
Países Baixos | Democracia parlamentar | ~18 | ~1,2 |
Polônia | Democracia parlamentar | ~36 | ~0,9 |
Suécia | Democracia parlamentar | ~10 | ~0,6 |
Bélgica | Democracia parlamentar | ~12 | ~0,6 |
Áustria | Democracia parlamentar | ~9 | ~0,5 |
Irlanda | Democracia parlamentar | ~5 | ~0,5 |
Totais UE (27 países): População ~449 milhões | PIB ~US$ 19,9 trilhões
O bloco é coeso institucionalmente, contínuo geograficamente, mas enfrenta desafios estruturais: envelhecimento populacional, transição energética cara, perda de relevância industrial.
Ainda assim, lidera em IDH, governança e sofisticação produtiva.
É o contraponto liberal à agenda do BRICS.
NAFTA (USMCA): o pragmatismo continental
O NAFTA, assinado em 1994, foi renegociado sob Trump e renomeado USMCA. Une as economias da América do Norte em um pacto de integração comercial sem precedentes na região. Apesar de suas assimetrias, funciona: EUA, Canadá e México são dependentes entre si — mas cada uma conserva sua soberania política e monetária.
País | Regime político | População (milhões) | PIB (US$ trilhões) |
Estados Unidos | Democracia presidencial federal | ~340,0 | ~29,2 |
Canadá | Democracia parlamentar federal | ~41,5 | ~2,2 |
México | Democracia presidencial (frágil) | ~132,0 | ~1,8 |
Totais NAFTA / USMCA: População ~513 milhões | PIB ~US$ 33,2 trilhões
Entre os três blocos, o NAFTA é o mais concentrado economicamente dado que os EUA respondem por quase 88% do PIB deste Bloco.
No entanto, a continuidade geográfica e a complementaridade produtiva com México e Canadá gera ganhos de escala e eficiência.
É o modelo liberal funcional — distante das ambições geopolíticas do BRICS e mais ágil que a burocracia europeia.
Conclusão: números dizem, regimes explicam
O BRICS pode ter o maior peso populacional e um PIB expressivo, mas é um colosso com pés desiguais.
A União Europeia, mesmo com menor população, oferece estabilidade institucional e legitimidade democrática.
Já o NAFTA/USMCA mostra como o pragmatismo liberal, quando bem alinhado, entrega resultado.
No fundo, o regime importa: sem instituições estáveis, liberdades garantidas e quem sabe, continuidade geográfica, números grandiosos podem não sustentar uma liderança duradoura.
—
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Mais lidas
Fiesp se pronuncia sobre tarifa de Trump ao Brasil; Firjan manifesta ‘grande preocupação’
Programa Conecta gov.br alcança economia estimada de R$ 3 bilhões no primeiro semestre de 2025 com integração entre sistemas
CCJ do Senado pauta PEC da autonomia financeira do Banco Central para 20 de agosto
Semana começa tensa para agronegócio com expectativa de recursos contra suspensão da Moratória da Soja
China criticou o vício em “blind boxes” — mas isso não deve abalar a fabricante dos bonecos Labubu