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Sendo o Brics antissistêmico, qual seu sistema proposto?
Publicado 07/07/2025 • 19:09 | Atualizado há 12 horas
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Publicado 07/07/2025 • 19:09 | Atualizado há 12 horas
KEY POINTS
Durante décadas, a economia global foi definida pela liderança ocidental — mais especificamente, pela aliança entre Estados Unidos e Europa, com Japão em posição de suporte tecnológico.
Mas o século XXI viu surgir um movimento contrário, liderado por potências emergentes que buscaram maior protagonismo. Esse movimento passou a ser identificado como o surgimento do chamado "Sul Global" — um termo que engloba economias da Ásia, África e América Latina que não integraram plenamente a lógica de poder da Guerra Fria, mas que, nos últimos anos, começaram a reivindicar maior peso político e econômico nos fóruns internacionais.
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O Sul Global não é homogêneo, tampouco ideologicamente alinhado, mas sua importância cresce à medida que representa a maior parte da população mundial, vastas reservas de recursos naturais e potencial de taxas mais altas de crescimento econômico.
É neste contexto que nasceram blocos como o BRICS, enquanto os já consolidados União Europeia (UE) e NAFTA se redefiniram frente à nova geopolítica.
O bloco dos dissidentes: BRICS
Criado como uma sigla inventada por economistas do Goldman Sachs em 2001, o BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China) virou realidade política com a entrada da África do Sul em 2010, formando o BRICS.
Em 2024, o BRICS foi ampliado com o ingresso formal de novos membros: Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita — ampliando tanto o peso econômico quanto as divergências internas.
O bloco uniu países com grandes populações, mercados internos em expansão e, não raro, governos insatisfeitos com a ordem liberal anglo-saxã e ocidental.
País | Regime | População (milhões) | PIB (US$ trilhões) |
Brasil | Democracia | ~212 | ~2,2 |
Rússia | Autoritário | ~146 | ~2,2 |
Índia | Democracia | ~1.461 | ~3,9 |
China | Ditadura | ~1.408 | ~18,3 |
África do Sul | Democracia | ~63 | ~0,4 |
Egito | Autoritário | ~107 | ~0,4 |
Etiópia | Autoritário | ~132 | ~0,1 |
Irã | Teocracia autoritária | ~90 | ~0,4 |
Emirados Árabes Unidos | Monarquia absoluta | ~10 | ~0,5 |
Arábia Saudita | Monarquia autoritária | ~36 | ~1,1 |
Totais BRICS (10 países): População ~3,67 bilhões | PIB ~US$ 29,4 trilhões
Apesar da musculatura numérica, o bloco sofre com desequilíbrios internos.
A China representa cerca de 62% do PIB deste Bloco e opera sob regime de partido único. Rússia vive regime autoritário e enfrentou sanções ocidentais. Brasil, Índia e África do Sul são democracias instáveis e desiguais.
Os novos membros, em sua maioria autocracias ou monarquias, trazem petróleo, gás e localização geopolítica estratégica, mas também ampliam as diferenças de regime e visão de mundo, além de serem geograficamente descontínuos.
A promessa de uma nova ordem multipolar através da institucionalização deste bloco parece distante de se consolidar.
União Europeia: coesão política e heterogeneidade econômica
A União Europeia é, de longe, o bloco mais institucionalizado do planeta. Com 27 países, moeda comum em boa parte deles e um mercado único, a UE consolidou-se como um experimento inédito de soberania compartilhada.
País | Regime político | População (milhões) | PIB (US$ trilhões) |
Alemanha | Democracia parlamentar | ~83 | ~4,7 |
França | Democracia semi-presidencial | ~68 | ~3,2 |
Itália | Democracia parlamentar | ~59 | ~1,9 |
Espanha | Democracia parlamentar | ~48 | ~1,7 |
Países Baixos | Democracia parlamentar | ~18 | ~1,2 |
Polônia | Democracia parlamentar | ~36 | ~0,9 |
Suécia | Democracia parlamentar | ~10 | ~0,6 |
Bélgica | Democracia parlamentar | ~12 | ~0,6 |
Áustria | Democracia parlamentar | ~9 | ~0,5 |
Irlanda | Democracia parlamentar | ~5 | ~0,5 |
Totais UE (27 países): População ~449 milhões | PIB ~US$ 19,9 trilhões
O bloco é coeso institucionalmente, contínuo geograficamente, mas enfrenta desafios estruturais: envelhecimento populacional, transição energética cara, perda de relevância industrial.
Ainda assim, lidera em IDH, governança e sofisticação produtiva.
É o contraponto liberal à agenda do BRICS.
NAFTA (USMCA): o pragmatismo continental
O NAFTA, assinado em 1994, foi renegociado sob Trump e renomeado USMCA. Une as economias da América do Norte em um pacto de integração comercial sem precedentes na região. Apesar de suas assimetrias, funciona: EUA, Canadá e México são dependentes entre si — mas cada uma conserva sua soberania política e monetária.
País | Regime político | População (milhões) | PIB (US$ trilhões) |
Estados Unidos | Democracia presidencial federal | ~340,0 | ~29,2 |
Canadá | Democracia parlamentar federal | ~41,5 | ~2,2 |
México | Democracia presidencial (frágil) | ~132,0 | ~1,8 |
Totais NAFTA / USMCA: População ~513 milhões | PIB ~US$ 33,2 trilhões
Entre os três blocos, o NAFTA é o mais concentrado economicamente dado que os EUA respondem por quase 88% do PIB deste Bloco.
No entanto, a continuidade geográfica e a complementaridade produtiva com México e Canadá gera ganhos de escala e eficiência.
É o modelo liberal funcional — distante das ambições geopolíticas do BRICS e mais ágil que a burocracia europeia.
Conclusão: números dizem, regimes explicam
O BRICS pode ter o maior peso populacional e um PIB expressivo, mas é um colosso com pés desiguais.
A União Europeia, mesmo com menor população, oferece estabilidade institucional e legitimidade democrática.
Já o NAFTA/USMCA mostra como o pragmatismo liberal, quando bem alinhado, entrega resultado.
No fundo, o regime importa: sem instituições estáveis, liberdades garantidas e quem sabe, continuidade geográfica, números grandiosos podem não sustentar uma liderança duradoura.
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