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Alberto Ajzental

Sinais de uma Recessão nos EUA

Publicado 18/03/2025 • 17:56 | Atualizado há 3 horas

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Alberto Ajzental

Trabalha há mais de 30 anos no mercado imobiliário de São Paulo, nas funções financeiro-administrativa, tendo atuado em incorporadoras e construtoras de alto padrão, assim como em fundo imobiliário. Há 15 anos é Diretor-Presidente de uma importante empresa patrimonialista imobiliária. Desde 2019 é Coordenador e Professor do curso Desenvolvimento de Negócios Imobiliários na PEC/FGV-SP. Em novembro de 2024 passou a ser Analista Econômico exclusivo do Jornal Times Brasil, apresentado por Christiane Pelajo e no Money Times, apresentado por Natália Ariede, no Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC. 

O presidente dos EUA, Donald Trump, desembarca do Air Force One no Aeroporto Internacional de Palm Beach, em West Palm Beach, na Flórida, nesta sexta-feira, 14.

O presidente dos EUA, Donald Trump, desembarca do Air Force One no Aeroporto Internacional de Palm Beach, em West Palm Beach, na Flórida

Foto: MANUEL BALCE CENETA/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Durante a campanha eleitoral, Donald Trump prometeu prosperidade aos Estados Unidos, mas, dois meses após sua posse, reconheceu dificuldades para reduzir preços e alertou sobre possíveis turbulências econômicas. Enquanto a inflação dá sinais de queda, analistas apontam um aumento no risco de recessão devido às políticas adotadas pelo governo.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, minimizou as preocupações, afirmando em 16 de março em uma entrevista que não há garantias de uma recessão, mas que ajustes podem ser necessários. 

Embora seja improvável que o PIB dos EUA se contraia no primeiro trimestre, a economia pode entrar em recessão no segundo ou terceiro trimestre de 2025. Se isso acontecer, a gravidade e a duração da recessão dependerão, em grande parte, de fatores imprevisíveis, como tarifas comerciais e a geopolítica.

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Relatórios de bancos e consultorias econômicas elevaram as projeções de recessão, com o JP Morgan estimando uma probabilidade de 40% e a Moody’s Analytics aumentando sua previsão de 15% para 35%, citando tarifas sobre importação de aço e alumínio como fator de risco. O ex-secretário do Tesouro dos EUA, Lawrence Summers, elevou para 50% as chances de uma recessão neste ano.

Segundo o FMI, não existe uma definição oficial de recessão, apesar do consenso geral de que o termo se refere a um período de declínio na atividade econômica. Períodos muito curtos de queda não são considerados recessões. A maioria dos analistas e comentaristas utiliza, como definição prática, a ocorrência de dois trimestres consecutivos de queda no PIB real (ajustado pela inflação) de um país. 

Embora essa definição seja uma regra prática útil, ela apresenta limitações. Focar apenas no PIB pode ser uma abordagem restrita, sendo muitas vezes mais apropriado considerar um conjunto mais amplo de indicadores de atividade econômica para determinar se um país está, de fato, em recessão.

No entanto, nem todas as recessões são iguais. A gravidade e a duração de uma possível recessão nos EUA dependerão, em grande parte, de fatores incertos, como as tarifas comerciais e o cenário geopolítico.

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Além disso, o uso de outros indicadores pode oferecer uma avaliação mais rápida e precisa do estado da economia.

Indicadores

Pode-se analisar os sinais de uma possível recessão nos EUA em 2025 através de indicadores como a queda na confiança do consumidor, a desaceleração do setor manufatureiro, o crescimento do emprego abaixo do esperado, a redução da jornada média de trabalho e a queda na taxa de demissões voluntárias. 

Mercado financeiro – Aponta para um aumento da aversão ao risco, com alta no preço do ouro, queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro e maior volatilidade das opções de venda. A tendência de queda do mercado de ações dos EUA continua, com o Dow Jones e o S&P 500 registrando perdas de 4% e 6%, respectivamente, neste ano. Esse é apenas um dos sinais que levam líderes empresariais, investidores e formuladores de políticas a se prepararem para uma desaceleração econômica.

Declínio da confiança do consumidor – O índice da Universidade de Michigan caiu de 71,7 em janeiro para 64,7 em fevereiro, o menor nível desde novembro de 2023. Da mesma forma, o Índice de Confiança do Consumidor do Conference Board caiu sete pontos em fevereiro, chegando a 98,3. O Índice de Expectativas, que reflete a visão dos consumidores sobre renda, negócios e mercado de trabalho no curto prazo, caiu 9,3 pontos para 72,9 — abaixo de 80, o que historicamente sinaliza recessão.

Enfraquecimento do setor manufatureiro – O Índice ISM de Manufatura caiu de 50,9 em janeiro para 50,3 em fevereiro, abaixo das expectativas do mercado. A queda nos novos pedidos, impulsionada pela incerteza sobre tarifas, contribuiu para esse declínio após três meses de crescimento.

Dados de emprego – O crescimento do emprego nos EUA ficou aquém das expectativas em fevereiro, com a criação de 151 mil postos de trabalho, abaixo da previsão de 159 mil e da média mensal de 168 mil dos últimos 12 meses. Se essa tendência continuar, o crescimento projetado pelo FMI de 2,7% para 2025 pode não se concretizar.

Redução da jornada semanal média de trabalho – Caiu para 34,1 horas em janeiro — o menor nível em cinco anos — e permaneceu inalterada em fevereiro. Desde abril de 2021, quando atingiu um pico pós-pandemia de 35 horas, a média de horas trabalhadas tem diminuído gradualmente.

Taxa de demissões voluntárias – Caiu de 2% em outubro de 2024 para 1,9% em novembro e dezembro. Embora tenha subido para 2,1% em janeiro, o índice tem mostrado uma tendência de queda desde a “Grande Renúncia” de 2022, quando atingiu 3%.

Outros sinais de mercado – Também podem indicar uma possível recessão, os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos que caíram de 4,57% para 4,16%, indicando uma fuga para ativos mais seguros. 

O ouro, tradicional refúgio em tempos de crise, já acumula uma alta de 40% desde o início de 2024, podendo alcançar US$ 3.000 por onça-troy até o final de 2025. 

O aumento da volatilidade das opções de venda e o alargamento dos spreads de crédito também sugerem um maior risco percebido pelos investidores. 

Outro sinal vem do setor de transporte aéreo, a Delta Airlines reduziu drasticamente sua projeção de crescimento de receita para o primeiro trimestre, de um teto de 9% para no máximo 4%, citando incertezas macroeconômicas. Outras companhias aéreas, como Southwest e American, também apresentaram previsões pessimistas.

Regra de Sahm

Tendo visto acima a análise de indicadores, podemos discutir a evolução da Regra de Sahm.A regra de Sahm é um modelo econômico que prevê o início de uma recessão nos Estados Unidos com base na taxa de desemprego. Ela é considerada um indicador confiável. Foi desenvolvida por Claudia Sahm, uma economista americana que trabalhou como economista no Federal Reserve de 2007 a 2019

A regra é acionada quando a média móvel de três meses da taxa de desemprego aumenta 0,50% ou mais em relação à média mínima dos últimos 12 meses. A regra utiliza dados em tempo real, permitindo que as análises sejam feitas com base nas taxas de desemprego mais recentes.

Visualizando a regra vis-à-vis os dados passados de recessão, pode-se visualizar esta correlação.

Ao longo de agosto de 2024, muito se escreveu sobre uma recessão que acabou por não se realizar.

Olhando com lupa o período janeiro 2024 até fevereiro 2025, podemos entender a preocupação e agito que ocorreu em agosto passado. 

Conforme a tabela abaixo cujos dados podem ser vistos representados pelo gráfico a seguir, naquele mês o índice atingiu o coeficiente de 0,57 em agosto, porém este valor rvem retrocedendo desde então. 

Enfim, o que nos resta é continuar monitorando os dados disponíveis para verificar se a trajetória de um cenário de recessão é afastado ou se confirma.


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