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Selic no topo: o Copom pisa no freio e acena para a transição
Publicado 09/05/2025 • 15:55 | Atualizado há 4 meses
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Publicado 09/05/2025 • 15:55 | Atualizado há 4 meses
Pixabay
Na última quarta-feira, o Copom entregou exatamente o que o mercado já havia precificado: mais um ajuste de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, elevando-a a 14,75% ao ano — o patamar mais elevado em vinte anos. O movimento técnico, sustentado em projeções teimosas de inflação acima da meta, foi também um sinal de respeito à resiliência da economia local, que segue respirando mesmo debaixo do aperto. Mas, nas entrelinhas, o recado principal ficou claro: o ciclo de alta finalmente chegou ao seu clímax.
Desta vez, o comunicado do Comitê veio embalado em um grau incomum de ambiguidade. Sai de cena o alerta sobre “risco assimétrico” para a inflação; o pragmatismo indica que, agora, os perigos são múltiplos e difusos. Para muitos analistas, é o prenúncio de uma virada de tendência. Ao mesmo tempo, o Copom reforçou a cautela e manteve a porta entreaberta para um “ajuste final” de 0,25 ponto em junho, caso o cenário exija. Flexibilidade é a palavra de ordem.
Para as mesas de operação e para os departamentos de pesquisa nos bancos, a leitura é unânime: alcançamos o topo da montanha. Casas como XP e Santander já falam em saturação — uma economia extenuada após um longo ciclo de juros altos. O tom do comunicado, menos assertivo e mais observador, sinaliza uma autoridade monetária disposta a trocar o protagonismo da ação por uma vigilância atenta e paciente.
Os dados de inflação corroboram essa leitura. O IPCA de abril ficou abaixo do esperado, mostrando desaceleração em núcleos sensíveis à política monetária. Alimentos e bens industriais deram trégua nos preços, enquanto até serviços — tradicionalmente mais teimosos — ensaiaram algum recuo. A projeção de inflação para o fim de 2026 é de 3,6%, ainda fora do ideal, mas em declínio. Aos poucos, o horizonte deixa de ser puro nevoeiro.
No cenário internacional, ventos favoráveis. O Federal Reserve indica pausa na alta de juros e, na Europa, o ciclo de flexibilidade monetária já começou. O dólar mais fraco e a estabilidade das commodities tiram parte da pressão externa. Pela primeira vez em muito tempo, as engrenagens globais jogam a favor.
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O entrave, porém, continua sendo o velho conhecido: o risco fiscal. Os prêmios embutidos nos juros longos seguem elevados, tradução direta da desconfiança com as contas públicas e com as projeções orçamentárias frágeis para 2026. O fiscal joga contra, mas o mercado começa a se posicionar para um novo ciclo: não só o fim dos aumentos, mas, talvez em breve, o início dos cortes.
Com o remédio do aperto já produzindo efeito, o desafio agora é dosar a recuperação sem recaídas. O Copom parece consciente: se vier ajuste adicional, será milimétrico. Sobretudo, o discurso mudou — de enfrentamento direto para gerenciamento da transição.
O Brasil ainda caminha sobre terreno repleto de incertezas, mas há algo promissor nessa nova postura: a busca pelo equilíbrio. Em meio à neblina, o Banco Central reduz os faróis, sinalizando gradualmente a mudança de marcha. Com responsabilidade fiscal e um pouco de sorte, o próximo capítulo pode ser de retomada — ainda que lenta, ainda que imperfeita. Mas, enfim, há motivos para enxergar uma fresta de luz à frente.
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