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Controle das emoções: o trunfo que separa líderes de quem só reage no trabalho

Publicado 26/11/2025 • 13:48 | Atualizado há 11 minutos

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homem de gravata se mostra preocupado na penumbra

Emoções no trabalho: o que é importante saber

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Em ambientes de alta pressão, como pregões e centros de decisão, o discurso dominante é sempre sobre produtividade, estratégia e inteligência analítica. Executivos e traders operam no limite, onde milissegundos definem ganhos ou perdas monumentais. Mas, enquanto todos buscam o próximo algoritmo ou a melhor tese de investimento, a competência que realmente distingue os melhores profissionais de quem apenas reage opera de forma silenciosa e quase invisível: a autorregulação emocional.

Por que dominar as emoções pesa mais do que parecer brilhante

Trata-se da metahabilidade de reconhecer e, sobretudo, manejar as próprias emoções. É a capacidade de manter a clareza, o foco e a racionalidade, mesmo quando a volatilidade do mercado atinge o pico, a cobrança é máxima e uma decisão de bilhões precisa ser tomada em 60 segundos.

Nos últimos anos, o tema deixou de ser um conceito abstrato para ganhar respaldo robusto da ciência. Uma meta-análise publicada em 2024, que analisou 110 estudos com mais de 8 mil participantes, concluiu que práticas de atenção plena e respiração consciente têm efeito significativo na redução da reatividade emocional.

Em outras palavras, pessoas treinadas para observar o que sentem antes de reagir são mais capazes de manter estabilidade emocional diante de estresse, pressão e conflitos. Para profissionais que lidam diariamente com risco sistêmico, negociação agressiva e múltiplas demandas em tempo real, isso não é apenas uma vantagem — é um diferencial estratégico inegociável.

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Na prática clínica, observo cada vez mais executivos, gestores e empreendedores buscando desenvolver autorregulação não apenas como ferramenta de bem-estar.

Mas como instrumento de performance. Um profissional emocionalmente regulado tende a tomar decisões mais racionais, evitar desgastes desnecessários, manter a consistência sob pressão e preservar relacionamentos internos — um ativo muitas vezes subestimado, mas fundamental para resultados sustentáveis.

Ferramentas simples para recuperar o equilíbrio em minutos

Entre as estratégias que mais funcionam está o simples ato de reconhecer e nomear as emoções. Isso reduz a impulsividade e reorganiza o pensamento. Técnicas breves de respiração diminuem a ativação fisiológica em minutos, permitindo que o profissional recupere o eixo antes de uma reunião importante ou de uma situação de conflito. A reavaliação cognitiva — reinterpretar a situação antes de reagir — também se destaca como uma das ferramentas mais poderosas. Já a construção de micro-rotinas diárias, como pequenas pausas de atenção plena, melhora a capacidade de manter estabilidade emocional a longo prazo.

Habilidade treinável: constância supera talento nato

Há também um ponto essencial: a autorregulação emocional não depende de talento nato, mas de treino. A própria meta-análise citada reforça isso. Quanto mais a pessoa pratica técnicas de atenção e consciência emocional, mais sólida se torna a habilidade. E isso, em ambientes corporativos, se traduz em profissionais mais estratégicos, líderes mais equilibrados e equipes com menor desgaste.

Em um mercado em que a competência técnica passou a ser apenas o ponto de partida, a capacidade de gerenciar emoções se transforma no elemento que diferencia quem apenas reage de quem realmente lidera. No ecossistema hipercompetitivo brasileiro, onde a competência técnica é apenas o preço de entrada, a capacidade de gerenciar o próprio estado emocional se torna o fator de desempate.

Se o futuro do trabalho será cada vez mais humano, essa não é apenas uma soft skill; é a ferramenta definitiva para a lucidez em momentos críticos. Nenhuma tecnologia ou IA, por mais avançada que seja, pode fazer o trabalho de manter um humano equilibrado. A autorregulação emocional deixou de ser uma vantagem competitiva e se tornou uma necessidade de sobrevivência corporativa.

Gisele Hedler - Psicanalista e especialista em comportamento humano

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