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Tecnologia, capital e humanização: como a saúde se prepara para uma transformação sem precedentes

Publicado 26/08/2025 • 22:07 | Atualizado há 6 horas

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KEY POINTS

  • Da inteligência artificial à robótica cirúrgica, da telemedicina ao cuidado domiciliar, executivos apontam como inovação e investimento podem remodelar a relação entre hospitais, médicos e pacientes até 2030.
Ferramentas digitais ampliam aeficiência da medicina.

Tecnologia deixa medicina mais eficiente

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O sistema de saúde global vive um ponto de inflexão. De um lado, uma revolução tecnológica avança em velocidade inédita, com inteligência artificial, biotecnologia e computação quântica prometendo diagnósticos mais rápidos, terapias personalizadas e maior longevidade. De outro, persistem dilemas estruturais como a inflação médica, o envelhecimento populacional e a desigualdade de acesso. O debate já não é mais se a inovação vai transformar a saúde, mas como, quando e com quais consequências para pacientes, médicos e instituições.

Esse foi o pano de fundo do Health & BioTech Day, promovido pela StartSe em São Paulo, que reuniu líderes de diferentes setores para discutir os rumos da saúde até 2030. Ao longo do evento, ficou claro que tecnologia, capital e experiência humana são as três engrenagens que precisarão girar em sincronia para que essa transformação seja de fato benéfica.

Felipe Leal, sócio da StartSe, trouxe a experiência de quem acompanha de perto os ecossistemas globais de inovação, em especial a China. Segundo ele, o aprendizado vai além da biotecnologia ou da robótica. “Na China, vimos como a lógica de ecossistema coloca o paciente no centro de tudo. Não é apenas plataforma ou produto, mas uma rede integrada que entende comportamento, dados e necessidades. No Brasil, ainda discutimos se a inovação deve entrar; na prática, ela entra mesmo sem pedir licença. A questão é como vamos nos adaptar”, afirma.

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A fala de Leal ecoa em um contexto em que o paciente brasileiro se vê cada vez mais como consumidor de serviços, exigindo rapidez, transparência e eficiência — atributos que a tecnologia pode oferecer, mas que ainda esbarram em barreiras culturais e regulatórias.

Se inovação é inevitável, dados são o seu combustível. Marcelo Meletti, diretor da IQVIA, lembrou que a saúde ainda é um dos setores mais ineficientes do mundo e que a inteligência artificial tem o potencial de se tornar o elo que conecta toda a cadeia. “Processamos mais dados do que todas as empresas de cartão de crédito do planeta. O futuro é uma jornada em que cada paciente será acompanhado de forma contínua, com dados que vão desde prevenção até o resultado final do tratamento. Isso permitirá medicamentos personalizados, diagnósticos precoces e menor sofrimento com doenças que hoje sobrecarregam o sistema”, relata Meletti.

E ele vai além: a computação quântica pode acelerar a descoberta de moléculas e terapias a uma velocidade inimaginável. Se no passado um novo medicamento levava 20 anos para chegar ao mercado, em breve poderá ser desenvolvido em meses. “Falamos da máquina da longevidade. Não sabemos ainda os riscos, mas sabemos que ela trará a possibilidade de rejuvenescer e evitar mortes por doenças que hoje parecem inevitáveis”, acrescenta.

No entanto, inovação só faz sentido quando traduzida em cuidado. Vander Corteze, fundador e CEO da Beep Saúde, trouxe a perspectiva de quem lida diariamente com a vida real do paciente. A empresa, que oferece serviços de vacinação e exames em domicílio, alcançou índices de satisfação superiores a 90% ao adotar uma filosofia clara: tecnologia invisível e atenção humana no centro. “Nossa missão é encantar com tecnologia e carinho humano. Usamos dados e algoritmos para otimizar rotas e reduzir atrasos, mas o que o paciente percebe é pontualidade, respeito e um profissional disponível para olhar nos olhos”, explica.

A reflexão de Corteze expõe um ponto-chave: a tecnologia pode automatizar processos, mas não substitui o gesto humano. Em um país como o Brasil, em que milhões ainda têm dificuldades de acesso ao básico, a inovação só terá impacto real se vier acompanhada de empatia. Afinal, saúde não é apenas eficiência, é confiança.

Do lado do capital, os investidores também ajustam sua lente. Norberto Januzzi, sócio do Pátria Investimentos, reforça que o setor de saúde brasileiro é atrativo pela combinação de envelhecimento acelerado da população e gasto crescente (já próximo de 10% do PIB). Mas alerta: só sobreviverão as empresas que aliarem inovação e eficiência. “O mercado já não premia mais o hype tecnológico. O que atrai capital é a capacidade de reduzir sinistralidade, otimizar a jornada do paciente e provar impacto econômico real. Sem isso, a tecnologia não passa de uma ideia promissora”, reforça.

Januzzi projeta três grandes transformações até 2030: interoperabilidade de dados, permitindo gestão populacional mais eficiente; ambulatorização do cuidado, com migração de procedimentos para day-clinics e hospital-at-home; e a inteligência artificial como motor de produtividade, inicialmente no back-office e depois em diagnóstico. Para os pacientes, isso pode significar acesso mais rápido, custos menores e maior personalização do cuidado.

O fio condutor que atravessou todas as falas é claro: a saúde do futuro será resultado da convergência entre inovação tecnológica, modelos de negócio sustentáveis e experiência humana. Mas há uma interrogação que paira sobre esse horizonte: a tecnologia será capaz de reduzir desigualdades ou acabará ampliando o abismo entre quem pode pagar por soluções de ponta e quem depende do sistema público?

Felipe Leal acredita que, no longo prazo, a inovação tende a ser democratizadora. “Se uma tecnologia é boa para todos, por que não estar disponível também no SUS? O desafio é o tempo de adoção, mas, inevitavelmente, ela irá se espalhar”, prevê Leal.

Essa é talvez a grande questão da próxima década. A saúde, por natureza, é um setor conservador, guiado pela prudência e pela necessidade de segurança. A inovação, por outro lado, avança de forma quase implacável. Conciliar esses dois ritmos — sem perder a humanização do cuidado — será o maior desafio de hospitais, médicos, empresas e governos. Para o paciente, o que está em jogo não é apenas tecnologia, mas a promessa de uma vida mais longa, mais saudável e, sobretudo, mais digna.

Alexandre Hercules é editor-chefe da Brazil Health (www.brazilhealth.com)

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