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Globo se rende ao YouTube para tentar frear canal criado por influencer

Publicado 02/08/2025 • 09:46 | Atualizado há 2 semanas

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Semanalmente, Michaele Gasparini destrincha um dos principais temas da indústria de mídia na semana. Nada passa despercebido ao olhar da colunista: tudo o que movimenta o mercado e rende milhões de dólares em publicidade nas emissoras de televisão e nas plataformas de streaming estará aqui.

CAIO ROCHA/ISHOOT/ESTADÃO CONTEÚDO

- O influenciador digital "Bolívia Zica" (Daniel Cronfli), da Cazé TV, na Arena Castelão

A Globo, desafiada pela crescente popularidade da Cazé TV de Casimiro Miguel com a LiveMode, está preparando o lançamento do canal GE TV no YouTube como resposta estratégica ao fenômeno digital do esporte online. A emissora, até então resistente ao modelo de negócios da bem-sucedida plataforma de vídeos do Google, decidiu se render para tentar frear o crescimento de uma emissora que nasceu apenas como um projeto de um influenciador digital, que rapidamente ganhou terreno e se firmou como uma das maiores referências em cobertura esportiva no país.

A proposta do GE TV é clara: aproveitar o canal já estabelecido do Globo Esporte no YouTube, com mais de 6 milhões de inscritos, e transformá-lo em uma plataforma de esportes com linguagem descontraída, inclusão de influenciadores digitais nas coberturas e exibição de conteúdos esportivos ao vivo e gratuitamente, tudo com foco no público jovem, seguindo exatamente a mesma proposta que popularizou a Cazé TV.

Diferentemente da equipe tradicional da Globo, composta majoritariamente por medalhões da área no país, a emissora optou por não escalar figuras do SporTV ou da TV aberta, exceto por Fred Bruno, apresentador do Globo Esporte de São Paulo e do Panela SporTV -- ele já tem experiência em canais esportivos no YouTube, com o Desimpedidos, e é uma figura querida nas redes sociais.

A lógica por trás dessa movimentação reside no modelo bem-sucedido da Cazé TV. Desde 2022, o canal se destacou ao transmitir grandes competições como a Copa do Mundo FIFA masculina e feminina, Pan-Americanos, Brasileirão, jogos da UEFA, Olimpíadas de 2024 e o Mundial de Clubes de 2025 — com este atingindo pico de 5,6  milhões de espectadores simultâneos no YouTube, uma marca invejável até mesmo para emissoras de televisão aberta. Atualmente, só a própria Globo consegue ultrapassar essa barreira com frequência.

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A Globo, por sua vez, enfrenta limitações: mantém os seus direitos mais valiosos dentro de pacotes exclusivos na TV aberta, SporTV e Premiere, com boa parte do conteúdo esportivo premium ainda inacessível digitalmente de forma gratuita. O GE TV surge, então, como uma alternativa digital que permite explorar transmissões que não comprometem seus acordos principais com exclusividade.

A emissora certamente não exibirá clássicos de seu portfólio, como um Flamengo x Fluminense, gratuitamente no YouTube, mas tentará usar a plataforma do Google para atrair novos públicos para a sua programação habitual, que enfrenta uma crise de identidade há vários anos.

Do ponto de vista estratégico, a iniciativa da Globo reflete a necessidade de modernizar sua presença esportiva no digital, respondendo à migração de audiência para plataformas online. Enquanto a Cazé TV se beneficiou de direitos comprados diretamente da LiveMode, sua sócia na operação da empresa, o GE  TV é uma tentativa de entrar nesse ambiente digital com recursos já disponíveis – o canal do Globo Esporte e a infraestrutura do Grupo Globo.

No entanto, o desafio para a Globo será tornar o GE  TV tão relevante no YouTube quanto a Cazé TV. O sucesso da Cazé TV foi construído em torno de transmissões de grande apelo, sem barreiras de acesso e com estilo próprio. A Globo terá que equilibrar o uso de eventos gratuitos e sua base de narradores tradicionais, ao mesmo tempo em que mantém coerência com sua marca e modelo de negócios existente — que depende fortemente de produtos premium.

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