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E se eu te dissesse que o Brasil já entrega comida por drone?
Publicado 03/10/2025 • 16:29 | Atualizado há 1 hora
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Publicado 03/10/2025 • 16:29 | Atualizado há 1 hora
Divulgação/Speedbird
Drone que entrega comida
Quando falamos de inovação, é quase automático olhar para fora. Queremos saber o que a Amazon está testando nos Estados Unidos, o que a China já implementou em larga escala ou qual startup israelense virou referência em algum segmento. É quase como se o Brasil estivesse sempre na arquibancada, assistindo os outros jogarem o campeonato da tecnologia.
Mas não é bem assim.
Enquanto muitos ainda acham que entregas por drone são um futuro distante ou uma cena de série futurista, o iFood – sim, o app que você usa no dia a dia – já está voando alto no Brasil.
Em Sergipe, a empresa retomou suas operações aéreas em parceria com a Speedbird Aero, agora com um marco histórico: a primeira autorização permanente da ANAC para voos sobre áreas com circulação de pessoas. Traduzindo: não é mais teste, não é laboratório isolado. É vida real.
Os drones atravessam o rio Sergipe, conectando o Shopping RioMar a condomínios em Barra dos Coqueiros em menos de 30 minutos. A pé ou de moto, essa rota poderia demorar o dobro. E detalhe: o drone carrega até 5 quilos, é operado com monitoramento remoto, tem paraquedas de emergência e está pronto para lidar até com vento forte e chuva leve.
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Parece coisa de conferência de inovação em Berlim ou Las Vegas? Pois é realidade em Aracaju.
E aqui entra a provocação: por que será que, mesmo com esses exemplos concretos, continuamos com a sensação de que o Brasil está sempre correndo atrás? Talvez porque ainda falte contar nossas próprias histórias de inovação com a mesma força que contamos as dos outros.
O que o iFood está fazendo não é apenas sobre entregar hambúrguer mais rápido. É sobre repensar a logística urbana em um país onde geografia e trânsito são grandes desafios. É sobre criar uma solução multimodal que coloca o entregador humano em rotas mais produtivas e o drone para resolver trajetos específicos, como o cruzamento de um rio. É sobre tecnologia aplicada de forma prática, eficiente e com impacto direto no dia a dia.
E não é um caso isolado. Startups como a Speedbird Aero – brasileira, diga-se de passagem – já são referência em mobilidade aérea urbana, com autorizações únicas na América Latina para operar drones em voos BVLOS (além da linha de visada do operador) e até durante a noite. São empresas daqui que passaram pelo rigor da ANAC e do DECEA e estão desenhando padrões para o mundo.
A pergunta que fica é: até quando vamos achar que a inovação acontece sempre “lá fora”? Até quando vamos nos surpreender com o fato de que, sim, o Brasil está jogando esse jogo de igual para igual?
Porque, no fundo, a inovação não tem passaporte. Ela floresce onde há problema real para resolver, onde há coragem para testar e onde há mercado disposto a adotar. E nisso, o Brasil tem uma vantagem enorme: nossas dores são grandes, mas nossa criatividade também.
Talvez esteja na hora de virar a chave. Em vez de perguntar “quando isso vai chegar por aqui?”, deveríamos começar a perguntar: “o que daqui pode ganhar o mundo?”
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