O paradoxo do engajamento: o alto custo emocional do comprometimento no trabalho
Publicado 06/05/2025 • 10:07 | Atualizado há 11 horas
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Publicado 06/05/2025 • 10:07 | Atualizado há 11 horas
KEY POINTS
Imagine um mundo onde apenas 1 a cada 5 funcionários está realmente engajado e comprometido com seu trabalho. Parece pessimista, não é? Mas, segundo o recente relatório “State of the Global Workplace 2025” da Gallup, essa é a realidade preocupante que estamos enfrentando.
O estudo revela que o engajamento global dos funcionários sofreu um declínio alarmante de 2 pontos percentuais em 2024, atingindo a marca de apenas 21%. Isso significa que a grande maioria da força de trabalho mundial, cerca de 80%, não está plenamente envolvida e motivada em suas atividades diárias. As consequências desse desengajamento são severas: a Gallup estima que a economia global tenha perdido impressionantes US$ 438 bilhões em produtividade no último ano.
Mas o que está por trás dessa queda no engajamento? Segundo o relatório, a resposta está nos gerentes. Com as crescentes demandas e expectativas conflitantes vindas da alta liderança e dos funcionários, os gerentes enfrentam uma verdadeira batalha para equilibrar tudo, e essa pressão está cobrando seu preço. Os gerentes se veem pressionados pela alta liderança para alcançar metas cada vez mais ambiciosas, ao mesmo tempo, em que precisam lidar com as necessidades e expectativas de suas equipes.
Eles são cobrados por resultados, mas muitas vezes não recebem o suporte e os recursos necessários para engajar e motivar seus funcionários de forma adequada. Além disso, os gerentes também enfrentam o desafio de adaptar-se rapidamente às mudanças constantes no ambiente de trabalho, como a adoção de novas tecnologias e a implementação de novos processos.
Essa pressão constante pode levar ao esgotamento dos gerentes, afetando sua capacidade de liderar e engajar suas equipes de forma eficaz. Quando os gerentes estão sobrecarregados e estressados, eles tendem a tomar decisões menos assertivas, a comunicar-se de maneira menos clara e a oferecer menos suporte emocional aos seus funcionários. Isso, por sua vez, pode contribuir para a diminuição do engajamento e o aumento do estresse e da insatisfação entre os membros da equipe
Em meio a esse cenário desafiador, o Brasil surge como um ponto positivo. Nosso país apresentou uma melhora no engajamento dos funcionários, passando de 31% para 34% entre 2023 e 2024. Esse resultado nos coloca como o 4º país com maior percentual de funcionários engajados na América Latina e Caribe, 13 pontos acima da média global.
Além disso, na comparação com a média dos três anos anteriores, o Brasil apresentou um crescimento de 3 pontos no engajamento, o que sugere que as empresas brasileiras têm se esforçado para criar um ambiente de trabalho propício, mesmo diante dos desafios impostos pela pandemia.
No entanto, não podemos nos acomodar. Os dados também revelam oportunidades de melhoria. Quase metade dos funcionários brasileiros relatou ter sentido muito estresse no dia anterior à pesquisa, enquanto 40% estão buscando ativamente ou atentos a novas oportunidades de emprego. Esses indicadores são um alerta para as organizações: é preciso investir continuamente em iniciativas de bem-estar e retenção de talentos.
Apesar do engajamento elevado, os brasileiros relatam níveis alarmantes de sofrimento emocional: 42% sentem estresse com frequência, 26% sentem tristeza, 23% relatam raiva e 19% relatam solidão. Essas taxas estão acima da média global em todos os indicadores. No estresse, por exemplo, a média mundial está em 40% — ou seja, estamos dois pontos percentuais acima.
Isso revela um paradoxo: estamos engajados — mas estamos sofrendo. O engajamento brasileiro não é fruto de ambientes organizacionais saudáveis, mas de uma cultura de pressão, exigência e carga emocional mal gerenciada. O resultado é um cansaço coletivo crônico que compromete tanto a saúde mental quanto a consistência das entregas.
Além disso, o Brasil ainda possui 17% de sua força de trabalho ativamente desengajada, o que nos coloca como o 6º país com maior percentual nessa categoria. Esses funcionários não apenas deixam de contribuir positivamente para as empresas, como também podem influenciar negativamente os colegas ao seu redor, criando um efeito dominó de desmotivação. Portanto, é crucial que os líderes estejam atentos a esse grupo e busquem compreender as causas desse desengajamento, para desenvolver estratégias eficazes de combate a esse problema.
O estudo da Gallup é categórico: o engajamento dos funcionários é uma métrica essencial para o sucesso dos negócios. As empresas brasileiras que conseguirem não apenas manter, mas ampliar o engajamento de suas equipes, terão uma vantagem competitiva significativa nos próximos anos, destacando-se em um mercado cada vez mais desafiador. Para alcançar esse objetivo, será necessário focar no desenvolvimento contínuo das lideranças, especialmente dos gerentes que estão na linha de frente, capacitando-os e dando o suporte necessário para que possam engajar e motivar suas equipes.
É importante destacar que as empresas benchmarks em engajamento, aquelas que alcançam incríveis 70% de funcionários engajados, não são países, mas sim organizações específicas. Essas empresas servem como modelo e inspiração, mostrando ser possível criar uma cultura de alto engajamento, independentemente do cenário global.
Apesar do cenário global preocupante, o Brasil tem se mostrado resiliente. No entanto, para manter e ampliar os bons resultados, as empresas precisam estar sempre vigilantes, atentas aos sinais de estresse e desengajamento, investindo constantemente no bem-estar e desenvolvimento de seus colaboradores e lideranças.
O futuro do trabalho já chegou, e ele exige organizações que priorizem o engajamento de suas equipes. Aquelas que o fizerem estarão mais bem posicionadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que estão por vir. O relatório da Gallup é um chamado à ação, lembrando-nos de que o capital humano é o ativo mais valioso das empresas, e cuidar dele é o caminho para o sucesso sustentável.
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