O governo Lula pretende aproveitar a viagem presidencial à China, em maio, para avançar com a ideia de criar uma rota ferroviária entre o Brasil e o Porto de Chancay, no Peru. O porto é estratégico para facilitar o comércio no Pacífico asiático.
De acordo com integrantes da gestão Lula, a intenção é que o presidente da República e o presidente chinês, Xi Jinping, anunciem de forma mais concreta o início do projeto para a viabilidade da nova rota — a conclusão, no entanto, ainda deve demorar. No ano passado, houve apenas um entendimento pela priorização do tema.
Na avaliação de membros do governo, a guerra comercial entre China e Estados Unidos “aqueceu muito” o assunto e trouxe um senso de “urgência generalizada”.
Além do interesse crescente da China em atuar na região de forma mais ativa, o governo brasileiro também vê espaço para ampliar o comércio entre os países da América Latina.
Ainda assim, integrantes do Ministério dos Transportes veem a iniciativa com cautela. Primeiro, ponderam, o Brasil terá que concluir o corredor para o Pacífico, através da construção da Ferrovia Oeste-Leste na Bahia — que enfrenta algumas dificuldades para avançar.
Na visão de um aliado de Lula, a obra ferroviária para o Pacífico é complexa e é vista como algo de “médio prazo”.
Em outra frente, o presidente do Chile, Gabriel Boric, virá ao Brasil na semana que vem para tratar da implementação de uma outra rota que conectará o sul do Brasil ao norte chileno por meio de uma estrada de mais de 2.400 km. A intenção também é facilitar o comércio com o Pacífico asiático.
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