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Análise Exclusiva Marcelo Favalli

Decifrando Donald Trump: quem é afetado ao ameaçar tarifas à Rússia?

Publicado 15/07/2025 • 06:27 | Atualizado há 1 dia

Redação Times Brasil

Foto de Marcelo Favalli

Marcelo Favalli

Marcelo Favalli além de jornalista é Mestre em Relações Internacionais pela PUC e professor nos cursos de pós-graduação de Política Contemporânea, da FAAP e do MBA em Comunicação e Política da USP. Dos 27 anos de profissão, na imprensa, dedicou 18 deles à cobertura estrangeira. Foi correspondente na América Latina e no Estados Unidos.

KEY POINTS

  • O jornalista Marcelo Favalli alertou para os potenciais efeitos econômicos de uma nova ofensiva tarifária de Donald Trump contra a Rússia.
  • O presidente dos EUA voltou a defender medidas mais duras contra Moscou, incluindo tarifas de até 100%, que podem ter efeitos colaterais severos sobre a economia global — e até sobre os próprios Estados Unidos.

O jornalista Marcelo Favalli alertou para os potenciais efeitos econômicos de uma nova ofensiva tarifária de Donald Trump contra a Rússia. O presidente dos EUA voltou a defender medidas mais duras contra Moscou, incluindo tarifas de até 100%, que podem ter efeitos colaterais severos sobre a economia global — e até sobre os próprios Estados Unidos.

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“Trump fala em sanções diretas e tarifas secundárias que podem atingir países que compram ou vendem para a Rússia. Isso inclui China e Índia, parceiros estratégicos de Moscou”, explicou Favalli.

Consequências econômicas: “Cortar na própria carne”

Segundo o analista, a nova retórica de Trump representa uma mudança de tom após o republicano ter suspendido o envio de armas à Ucrânia e adotado posturas mais próximas ao Kremlin. Agora, ele volta a pressionar a Rússia com um discurso mais agressivo, incluindo apoio militar à Ucrânia e medidas econômicas punitivas.

Favalli destacou que os Estados Unidos já reduziram drasticamente as importações russas desde 2022, e que atingir terceiros países, como China e Índia, pode ter um efeito bumerangue.

“As tarifas de 100% afetariam parceiros comerciais da Rússia, que também são fornecedores essenciais dos EUA. Isso seria, nas palavras do analista, ‘cortar na própria carne’.”

Setores mais expostos: energia, tecnologia e fertilizantes

A análise apontou setores que podem sofrer com a escalada das tensões:

  • Petróleo e derivados: exportações russas que ainda sustentam parte da cadeia energética global;
  • Metais e pedras preciosas: usados na indústria de alta tecnologia;
  • Fertilizantes e químicos: com impacto direto sobre o agronegócio global;
  • Máquinas, equipamentos e veículos: áreas de troca comercial entre Rússia e Ocidente que podem ser colapsadas.

“O Ocidente já sanciona fortemente a Rússia desde 2014. Mas ameaçar países que ajudam a sustentar a economia russa hoje pode desestabilizar ainda mais o comércio global”, avaliou.

Tarifa secundária: o exemplo da Venezuela

Favalli relembrou um caso anterior em que Trump utilizou o conceito de “tarifa secundária”: ao ameaçar países que comprassem petróleo da Venezuela, o então presidente americano sinalizou que qualquer aliado de um adversário pode ser penalizado.

“Trump deixou claro que o mesmo pode valer para a Rússia: quem comprar dela, paga caro”, disse Favalli, citando reportagem da CNBC sobre a possibilidade de tarifas de 100% a compradores e exportadores russos.

Riscos de autoisolamento e instabilidade

O analista concluiu que a retórica de Trump aumenta a incerteza sobre os rumos da política externa dos EUA. E mais: pode expor os Estados Unidos a danos econômicos internos, num contexto de interdependência global.

“A dúvida é: Trump vai realmente colocar em prática essas ameaças? Ou seria apenas mais uma jogada política com alto custo para os próprios EUA?”, questionou Favalli ao encerrar a análise.

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