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Preço do café dispara, puxado por problemas globais
Publicado 21/01/2025 • 13:09 | Atualizado há 11 meses
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KEY POINTS
A expectativa para esta espécie é de um total de 18,7 milhões de sacas, o que representa recorde da série histórica da Conab
Pixabay.
O preço do café disparou para níveis recorde em um contexto de mudanças climáticas, instabilidade política e problemas financeiros. E embora estes fatores possam ser amenizados, a volatilidade vai persistir, alertam especialistas.
O preço da variedade arábica, em alta de 90% durante 2024, bateu em 10 de dezembro seu recorde de 1977, a 3,48 dólares (R$ 21) a libra. O preço do café robusta também está alto.
Na origem desta disparada, impulsionada pela especulação, está o temor de colheitas ruins no Brasil e no Vietnã – primeiro e segundo produtores mundiais – devido à seca, depois de anos em que a demanda superou a oferta.
A isto se somam “as perturbações no Mar Vermelho, que prolongam o transporte da Ásia para a Europa e os atrasos em vários portos”, afirma Carlos Mera, analista do Rabobank.
Os compradores também têm em mente a aplicação de uma lei anti-desmatamento na UE – atualmente adiada – e o possível aumento de tarifas alfandegárias que o presidente americano, Donald Trump, pode adotar rapidamente.
Agora, “os preços deveriam cair mais que aumentar”, avalia Mera. “Mas neste mercado, as reservas estão baixas. Portanto, cabe esperar volatilidade”.
Também persistem outras causas de instabilidade, como o clima, sobretudo para a variedade arábica, cultivada na altitude. O robusta é mais resistente, mas tem menos demanda.
Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, serão produzidas cerca de 175 milhões de sacas (de 60 kg) de café na safra 2024-25: 56% de arábica e 44% de robusta.
Cultivadas em zonas intertropicais, as duas variedades estão expostas a variações meteorológicas, como geadas tardias que afetam as flores, chuvas fora da temporada e monções intensas demais, explica Guillaume David, do CIRAD, o organismo francês para a cooperação internacional em pesquisa agronômica. “Este ano, temos visto intempéries no Brasil e no Vietnã, antes era um ou outro”, afirma.
Entretanto, a demanda se mantém para este pequeno fruto nascido na África. Em 2024, foi registrada “uma pequena queda da demanda nos mercados maduros”, afirma Mera.
Na Europa, trata-se de um efeito da “crise do custo de vida” e nos Estados Unidos talvez se deva ao auge dos tratamentos para a perda de peso, contrários ao cafés latte, afirma.
Mas a demanda está “em forte alta na China”. No ano 2023-2024, o país importou 4,3 milhões de sacas, frente a 1,5 milhão quatro anos antes, segundo este analista, que prevê que a tendência se acentue.
A China ocupa a 13ª posição entre os produtores mundiais, com cerca de dois milhões de sacas anuais.
O Brasil aporta cerca de 40% da produção, à frente de Vietnã (17%), Colômbia (7%), Indonésia (6%), Etiópia (5%), Uganda, Índia, Honduras, Peru, México.
Alguns deles poderiam subir para a altitude, como no Brasil, que tem espaços planos onde se pode mecanizar o cultivo. Mas para o Equador, o Burundi e a Colômbia, será mais complicado.
A África poderia ter um papel-chave com, por exemplo, Togo e a Costa do Marfim, que abandonaram o café em benefício do cacau, ou o Quênia, que em alguns lugares o substituiu pelo abacate, sugere David.
Os agrônomos instam a adaptação do cultivo para enfrentar estas dificuldades: plantar cobertura vegetal para protegê-lo do sol e das intempéries, sair da monocultura para combater as pragas…
Como ajudar os pequenos produtores, que garantem dois terços da produção mundial (com menos de um hectare) e muitos dos quais seguem abaixo do limite da pobreza?
O G7, grupo das principais economias mundiais, aprovou, em outubro, a criação de um Fundo Mundial para a Sustentabilidade e a Resiliência do Café, impulsionado pela OCI (Organização Internacional do Café) e grupos do setor. O objetivo é encontrar financiamento público e privado para apoiar a inovação.
Muitos especialistas também apontam para a necessidade de remunerar de forma mais justa os agricultores.
O comércio justo, que garante um preço mínimo, representa 5% da produção. Para o resto, mais de 80% do café é colhido por gigantes do setor para beneficiadores internacionais, também muito concentrados.
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