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CNBC Tarifas de Trump sobre veículos podem reduzir vendas em milhões e gerar custo de US$ 100 bilhões

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Apple fica sem salva-vidas enquanto a guerra comercial de Trump com a China se intensifica, alertam analistas

Publicado 11/04/2025 • 09:03 | Atualizado há 2 dias

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • A Apple está fortemente dependente da China, que viu suas tarifas aumentarem continuamente, chegando a um total acumulado de 145%.
  • Embora a empresa esteja trabalhando para diversificar suas cadeias de suprimento, analistas dizem que ela está sem opções claras de curto prazo para reduzir rapidamente os impactos das tarifas.
Pessoas fazem compras em uma loja da Apple na Grand Central Station, em Nova York, em 4 de abril de 2025.

Pessoas fazem compras em uma loja da Apple na Grand Central Station, em Nova York, em 4 de abril de 2025.

Michael M. Santiago | Getty Images (Reprodução CNBC Internacional)

Embora a pausa de 90 dias do presidente dos EUA, Donald Trump, em muitas de suas “tarifas recíprocas” tenha dado algum alívio a empresas e investidores, a maior empresa americana, a Apple, não teve a mesma sorte.

A gigante de tecnologia sediada em Cupertino é fortemente dependente das cadeias de suprimento na China, que viu a taxa acumulada de tarifas dos EUA sobre produtos chineses chegar a 145%.

Assim, apesar da situação comercial dos EUA parecer mais promissora para grande parte do mundo, especialistas dizem que as negociações entre EUA e China continuam sendo a variável mais importante para a Apple.

“A Apple pode ser prejudicada por muitos anos com essas tarifas,” disse Dan Ives, chefe global de pesquisa em tecnologia da Wedbush Securities, à CNBC, acrescentando que a empresa “teve seu barco virado no oceano sem salva-vidas.”

A fabricante de smartphones vem diversificando sua cadeia de suprimentos da China há anos, mas dos 77 milhões de iPhones que enviou aos EUA no ano passado, quase 80% vieram da China, segundo dados da Omdia.

A empresa de pesquisa focada em tecnologia estima que, sob as tarifas atuais, a Apple poderia ser forçada a aumentar os preços dos telefones vendidos aos EUA a partir da China em cerca de 85% para manter suas margens.

“Quando as tarifas originais com a China estavam em 54%, esse tipo de impacto era sério, mas administrável… mas não faria sentido financeiro para a Apple aumentar os preços com base nas tarifas atuais,” disse Le Xuan Chiew, gerente de pesquisa da Omdia.

Poucas opções

Segundo a Reuters e o Times of India, a Apple teria enviado 600 toneladas de iPhones, ou até 1,5 milhão de unidades, da Índia para os EUA antes que as novas tarifas de Trump entrassem em vigor.

A Apple e dois de seus fabricantes de iPhone não responderam ao pedido da CNBC.

Chiew disse que, embora a notícia não esteja confirmada, o estoque antecipado teria sido a melhor opção para a empresa mitigar rapidamente os impactos das tarifas e ganhar algum tempo.

No entanto, não está claro quanto tempo esses estoques poderiam durar, especialmente à medida que os consumidores aumentam as compras de iPhones em antecipação aos preços mais altos, acrescentou.

Segundo a Omdia, a estratégia de médio prazo da Apple tem sido reduzir a exposição a riscos geopolíticos e tarifários, e ela parece ter focado no aumento da produção e exportação de iPhones a partir da Índia.

A pausa temporária de Trump provavelmente colocará as tarifas sobre a Índia em uma base de 10% — pelo menos por enquanto — dando-lhe uma entrada mais favorável nos EUA.

No entanto, o aumento da fabricação de iPhones na Índia tem sido um processo de anos. Os fabricantes indianos de iPhone só começaram a produzir os modelos top de linha Pro e Pro Max da Apple pela primeira vez no ano passado.

Segundo Chiew, aumentar a produção na Índia para satisfazer a demanda pode levar pelo menos um ou dois anos e não está livre de seus próprios riscos tarifários.

Isenções?

Diante das tarifas, especialistas disseram que a melhor opção da empresa provavelmente é apelar à administração Trump por uma isenção tarifária para as importações da China enquanto continua a ampliar seus esforços de diversificação.

Isso é algo que a empresa recebeu — em certa medida — durante a primeira administração Trump, com alguns analistas acreditando que isso pode acontecer novamente desta vez.

“Ainda vejo algum alívio potencial que pode vir na forma de concessões para a Apple com base em seu compromisso de US$ 500 bilhões com os EUA,” disse Daniel Newman, CEO do The Futurum Group. “Isso não tem sido muito discutido — mas estou otimista de que as empresas que se comprometem com expansão nos EUA podem ver algum tipo de alívio à medida que as negociações avançam.”

A Apple disse em fevereiro que investiria US$ 500 bilhões nos EUA, criando 20.000 empregos.

Ainda assim, Trump tem sido claro ao afirmar que acredita que a Apple pode fabricar iPhones nos EUA — embora analistas duvidem do plano. O analista da Wedbush, Ives, previu que um iPhone custaria US$ 3.500 se fosse produzido nos EUA, em vez dos típicos US$ 1.000.

Enquanto isso, outros analistas dizem que mesmo um acordo comercial ou uma isenção tarifária podem não ser suficiente para que a Apple evite efeitos negativos nos negócios.

“Vamos supor que haja pelo menos algum degelo, seja na moderação das tarifas recíprocas que atingem a China ou em uma isenção especial para a Apple,” disse Craig Moffett, cofundador e analista sênior da editora de pesquisas MoffettNathanson.

“Isso ainda não resolveria o problema. Mesmo uma tarifa básica de 10% representa um enorme desafio para a Apple.”

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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