A gigante britânica do setor de petróleo BP anunciou nesta quarta-feira (26) planos para aumentar os investimentos anuais em petróleo e gás para US$ 10 bilhões até 2027, como parte de uma reestruturação estratégica.
A empresa também informou que pretende reduzir seus gastos de capital anual para um intervalo entre US$ 13 bilhões e US$ 15 bilhões nesse mesmo período, além de buscar US$ 20 bilhões em desinvestimentos até o final de 2027.
A BP ainda disse que os investimentos em negócios voltados à transição energética serão “significativamente menores” nos próximos anos. Segundo a empresa, os gastos devem ficar entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões por ano — mais de US$ 5 bilhões abaixo da previsão anterior.
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“Estamos reduzindo e realocando os investimentos de capital para nossos negócios de maior retorno, em busca de mpulsionar o crescimento e buscar melhorias de desempenho e eficiência de custos”, declarou Murray Auchincloss, CEO da companhia, em um comunicado. “Tudo isso com o objetivo de aumentar de forma sustentável o fluxo de caixa e os retornos.”
A BP deve apresentar mais detalhes sobre essa nova estratégia em seu evento “Capital Markets Update” na tarde desta quarta-feira.
Analistas classificam o evento como um momento decisivo para a companhia, especialmente após a revelação de que o fundo ativista Elliot Management adquiriu participação na BP.
Auchincloss, que assumiu o cargo de CEO em definitivo em janeiro do ano passado, enfrenta forte pressão para tranquilizar os investidores e demonstrar que a empresa está no caminho certo para melhorar seu desempenho financeiro.
Nos últimos anos, a BP tem ficado atrás de suas concorrentes no setor, enquanto investidores continuam questionando a direção estratégica da empresa.
“Chocante, mas não surpreendente”
Lindsey Stewart, diretor de governança de investimentos e políticas na Morningstar Sustainalytics, disse nesta quarta-feira que a decisão da BP de reduzir o capital destinado às energias renováveis e reforçar sua aposta em combustíveis fósseis “será chocante, mas não surpreendente para investidores focados em sustentabilidade”.
Ele acrescentou que “depois de já ter reduzido suas metas de transição energética em 2023, o subsequente desempenho inferior da BP em comparação aos concorrentes criou uma pressão para que a administração da empresa focasse na sustentabilidade financeira, em vez da ecológica”.
Na segunda-feira, a agência Reuters informou que a BP está prestes a abandonar sua meta de aumentar em 20 vezes sua geração de energia renovável até 2030, citando duas fontes anônimas próximas ao assunto. Procurada pela CNBC, um porta-voz da empresa preferiu não comentar.
Há cinco anos, a BP foi uma das primeiras gigantes do setor de energia a anunciar planos para reduzir suas emissões a zero líquido “até 2050 ou antes”. Como parte desse compromisso, a empresa prometeu cortar suas emissões em até 40% até 2030 e aumentar os investimentos em projetos de energia renovável.
No entanto, em fevereiro de 2023, a companhia revisou essa meta, reduzindo o objetivo de corte de emissões para um intervalo entre 20% e 30%, alegando que precisava continuar investindo em petróleo e gás para atender à demanda global.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC
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