A inteligência artificial ajudou a impulsionar a riqueza global em 2025 e levou o patrimônio combinado dos bilionários do mundo a um recorde de US$ 18,7 trilhões em dezembro. Mas o saldo positivo esteve longe de ser padrão. Uma parcela relevante dos mais ricos do planeta terminou o ano mais pobre. Alguns, inclusive, fora do clube dos bilionários.
Segundo levantamento da Forbes, cerca de um quarto dos mais de 2.700 bilionários existentes ao fim de 2024 viu sua fortuna encolher ao longo de 2025. Desse grupo, 85 pessoas deixaram de ser bilionárias, enquanto mais de 660 nomes acumulam perdas relevantes no ano.
Nenhuma queda foi tão dramática quanto a de Nicolas Puech, herdeiro de quinta geração da Hermès. Ele alegou que suas ações da empresa desapareceram e que seu falecido consultor financeiro teria vendido os papéis sem seu conhecimento ao bilionário Bernard Arnault e ao grupo LVMH. Ambos negam as acusações.
Sem os papéis, a Forbes retirou Puech da lista de bilionários. Sua fortuna era estimada em US$ 14,8 bilhões ao fim de 2024.
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Na maioria dos casos, as perdas não envolveram disputas familiares ou acusações, mas sim um conjunto de fatores econômicos: tarifas comerciais, juros elevados, inflação e mudanças aceleradas provocadas pela inteligência artificial.
O setor industrial liderou o número de bilionários em queda, seguido por tecnologia e moda/varejo. Geograficamente, os Estados Unidos concentram o maior número de perdas, à frente de Índia e China.
Um exemplo emblemático é Gary Friedman, da Restoration Hardware. As ações da companhia caíram 55% em 2025, na maioria devido às tarifas impostas pelo governo Trump, o que reduziu sua fortuna de US$ 1,2 bilhão para cerca de US$ 850 milhões.
Veja a lista dos bilionários que mais perderam dinheiro em 2025 segundo a Forbes, em valores aproximados:
- Nicolas Puech: −US$ 14,8 bilhões
Herdeiro da Hermès; retirado da lista de bilionários após perda das ações
- Manuel Villar: −US$ 13,5 bilhões
Mercado imobiliário; colapso de avaliação da Vista Land & Lifescapes
- Mike Cannon-Brookes: −US$ 3,7 bilhões
Software; queda das ações da Atlassian
- Scott Farquhar: −US$ 3,6 bilhões
Software; retração de demanda corporativa
- Jeff T. Green: −US$ 3,7 bilhões
Publicidade digital; forte queda das ações da Trade Desk
- Michael Saylor: −US$ 2,4 bilhões
Criptomoedas; recuo do bitcoin e das ações da Strategy
- Thomas Hagen: −US$ 2,1 bilhões
Seguros; queda das ações da Erie Insurance
- Joe Mansueto: −US$ 1,7 bilhão
Serviços financeiros; pressão sobre empresas de informação
- Albert Chao e família: −US$ 1,3 bilhão (cada)
Petroquímicos; desaceleração da demanda global
- Gary Friedman: −US$ 350 milhões
Varejo de luxo; impacto de tarifas e queda de ações
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