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Em recuperação judicial, Grupo Dia tinha R$ 163 milhões em CDB ligados ao Banco Master — e só obteve 12% de retorno

Publicado 10/12/2025 • 06:30 | Atualizado há 32 minutos

KEY POINTS

  • CDB no Banco Master concentrava cerca de 70% do caixa do Dia, segundo o relatório oficial da recuperação judicial, nível de exposição considerado extremamente alto para uma empresa em crise
  • Varejista só recebeu R$ 20 milhões à vista, cerca de 12% do total de R$ 163,3 milhões aplicados, após acordo firmado com o Letsbank semanas antes da liquidação do Master pelo Banco Central
  • Maior parte do valor foi “quitada” com um precatório sem liquidez, que não resolve o caixa imediato da empresa e, se vendido, pode sofrer deságio de 30% a 60% no mercado secundário

O Grupo Dia aplicou cerca de 70% de seu caixa — R$ 163,3 milhões — em um CDB emitido pelo Letsbank, ligado ao Banco Master. Agora, com a instituição financeira em liquidação extrajudicial, a rede de supermercados conseguiu recuperar apenas R$ 20 milhões, pouco mais de 12% do total aplicado. A informação consta em um relatório obtido pelo Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC.

O acordo entre o Dia e o Letsbank foi firmado em 22 de outubro, menos de um mês antes da intervenção do Banco Central. Pelo documento, o banco reconhecia oficialmente a dívida de R$ 163,3 milhões e se comprometia com três formas de pagamento:​​

  • R$ 20 milhões à vista, já recebidos;​
  • R$ 50 milhões em dez parcelas mensais de R$ 5 milhões a partir de fevereiro de 2026, corrigidas por 109% do CDI;​
  • E a quitação dos R$ 93,3 milhões restantes por meio da cessão de um precatório federal de R$ 116 milhões.​

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Com a liquidação do Master, o recebimento das parcelas futuras tornou-se incerto. O relatório aponta que o Dia agora aguarda o posicionamento do liquidante nomeado pelo Banco Central e que, até lá, não há garantia de que qualquer valor adicional previsto no acordo será efetivamente pago.​​

O precatório, apesar de ter um valor alto no papel, não funciona como dinheiro na mão. Ele não pode ser usado para pagar fornecedores ou reforçar o caixa da empresa imediatamente — é um crédito que depende de decisões judiciais e do orçamento da União, e não há previsão de quando será pago.

Se o Dia precisar transformar esse título em dinheiro rápido, terá de vendê-lo para terceiros. Nesse mercado, ninguém paga o valor cheio: precatórios costumam ser negociados com grandes descontos, muitas vezes entre 30% e 60%, conforme explicam operadores do setor. Ou seja, de cada R$ 100 no papel, o Dia poderia receber algo entre R$ 40 e R$ 70.

O episódio ocorre em um momento em que a rede tenta avançar em sua reestruturação sob comando do empresário Nelson Tanure, após a saída do grupo espanhol. Segundo o relatório obtido pelo Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC, o Dia afirma estar cumprindo todas as obrigações da recuperação judicial e mantendo operações e abastecimento, apesar do impacto do rombo associado ao Master.

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O que diz o Grupo Dia

Procurado pelo Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC, o Grupo Dia informou que todas as informações financeiras são divulgadas exclusivamente pelos canais oficiais da administração judicial da companhia. “Qualquer informação além desta está protegida por sigilo bancário”, disse a empresa.

“Reforçamos que estamos cumprindo 100% todas as obrigações previstas no processo de recuperação judicial, e que não há qualquer alteração na condução das operações, no abastecimento das lojas ou em qualquer relação com parceiros, fornecedores e clientes”, concluiu.

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