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Fitch eleva rating da Vale para ‘BBB+’ e destaca menor risco ambiental e solidez financeira
Publicado 24/10/2025 • 07:55 | Atualizado há 13 horas
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Publicado 24/10/2025 • 07:55 | Atualizado há 13 horas
KEY POINTS
A agência de classificação de riscos Fitch elevou nesta quinta-feira (23) a nota de crédito da mineradora Vale S.A. de ‘BBB’ para ‘BBB+’, mantendo a perspectiva estável.
Segundo a Fitch, a elevação reflete um perfil de crédito mais forte, impulsionado pela diversificação do portfólio, melhor equilíbrio entre escala e valor agregado, forte geração de caixa e redução de incertezas jurídicas e ambientais relacionadas aos desastres de Mariana e Brumadinho, que deixaram 19 e 272 pessoas mortas, respectivamente, após o rompimento de barragens de rejeitos.
No relatório, a agência destacou que a Vale segue como maior produtora mundial de pelotas e uma das três principais mineradoras transoceânicas de minério de ferro, com operações concentradas no Sistema Norte, no Pará, que responde por cerca de 90% do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) do grupo. A companhia também atua na produção de níquel (1% do EBITDA) e cobre (10%), consolidando um mix de produtos mais flexível e de maior valor agregado.
A Fitch disse também que a Vale vem ajustando sua estratégia para privilegiar rentabilidade e eficiência, e não apenas volume. Produtos de minério de ferro com teor elevado e baixo impacto ambiental fortalecem a posição competitiva da empresa, enquanto novos produtos de médio teor equilibram a oferta para diferentes siderúrgicas globais.
De acordo com o relatório, a Vale continua entre as mineradoras de menor custo do mundo, com custo-caixa entre US$ 20,5 e US$ 22 por tonelada, e meta de atingir menos de US$ 20/t até 2026. Até 2030, a expectativa é reduzir o custo para US$ 18–19,5/t, apoiada em programas de eficiência e automação.
A estrutura de capital conservadora é outro ponto central do upgrade. A Fitch estima dívida bruta média de US$ 18 bilhões entre 2025 e 2027 e dívida líquida de cerca de US$ 12 bilhões, com alavancagem líquida próxima de 0,9 vez no período. O EBITDA projetado é de US$ 14,2 bilhões em 2025, US$ 13,4 bilhões em 2026 e US$ 13,3 bilhões em 2027, com margens de fluxo de caixa livre acima de 4%.
Mesmo com um cenário de preços desafiador — a agência projeta o minério de ferro a US$ 85/t em 2026, US$ 75/t em 2027 e US$ 70/t em 2028 —, a Fitch avalia que a Vale mantém flexibilidade financeira suficiente para atravessar diferentes ciclos de preços.
A Fitch destacou os progressos da Vale em gestão de riscos ambientais e segurança operacional, com 60% do programa de descaracterização de barragens já concluído. Restam apenas quatro estruturas a montante a serem encerradas até 2027 e oito em etapas posteriores. A mineradora não possui barragens em nível de emergência 3.
Os acordos de reparação de Samarco e Brumadinho também reduziram a exposição a litígios e trouxeram previsibilidade aos desembolsos, estimados em US$ 900 milhões em 2026 e US$ 600 milhões em 2027 para Samarco, e US$ 700 milhões em 2026 e US$ 500 milhões em 2027 para Brumadinho.
A Vale mantém ainda liquidez elevada, com US$ 5,5 bilhões em caixa e aplicações e US$ 5 bilhões em linhas de crédito rotativas, com prazo médio de vencimento de 9,1 anos.
Na comparação com concorrentes como BHP, Rio Tinto e Anglo American, a Fitch ressalta que a Vale tem menor diversificação geográfica, mas margens semelhantes e alavancagem mais baixa. O foco em minério de ferro e o avanço em cobre e níquel — com projetos em Salobo, Sudbury e Voisey’s Bay — reforçam a estratégia de crescimento controlado, voltada à produtividade e redução de custos.
A perspectiva estável reflete a expectativa de que a Vale manterá disciplina financeira e foco em rentabilidade, mesmo com a volatilidade do mercado e pressões sobre o preço do minério.
Para a Fitch, um novo upgrade é improvável no curto prazo, mas poderia ocorrer se a mineradora diversificar de forma sustentável seu portfólio, reduzir ainda mais a alavancagem e completar a descaracterização de todas as barragens a montante.
O rebaixamento, por outro lado, poderia vir de aumento de dividendos financiados por dívida, alavancagem superior a 1,5 vez, novos passivos ambientais ou fragilidade na governança.
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