A General Motors caminha para ser a ação de montadora negociada nos Estados Unidos com melhor desempenho em 2025. Os papéis da fabricante de Detroit vivem seu melhor ano desde que a empresa saiu do processo de falência em 2009.
As ações da GM acumulam alta superior a 55%, alcançando um recorde de mais de US$ 80 por ação (R$ 446) no fechamento de sexta-feira. O resultado supera o crescimento anual anterior da empresa, de 48,3% registrado no ano passado. Apenas neste mês, os papéis já subiram quase 13%, completando cinco meses consecutivos de valorização, segundo dados da FactSet.
Vários fatores têm impulsionado essa alta. No entanto, Mary Barra e outros executivos da GM vêm argumentando há anos que as ações da montadora estavam significativamente subavaliadas, considerando o desempenho consistente dos lucros.
“Veículos excelentes, tecnologia inovadora, uma experiência recompensadora para o cliente e resultados financeiros sólidos continuarão a diferenciar a GM em um ambiente cada vez mais competitivo”, afirmou Barra durante a última teleconferência de resultados trimestrais da empresa, em outubro.
Apesar da valorização, Barra reduziu de forma relevante sua participação na companhia. Neste ano, ela exerceu opções ou vendeu cerca de 1,8 milhão de ações, avaliadas em aproximadamente US$ 73 milhões (R$ 407 milhões), de acordo com documentos públicos confirmados pela GM.
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Segundo o último registro público, de setembro, Barra ainda possuía mais de 433,5 mil ações, avaliadas em cerca de US$ 35 milhões (R$ 195 milhões), sendo que grande parte de sua remuneração anual é concedida em ações e opções.
O desempenho das ações da GM contrasta com a alta anual de 17% da Tesla, o avanço de 34% da Ford Motor e a queda de 15% da Stellantis, controladora da Chrysler, até o fechamento de sexta-feira. Outras montadoras negociadas nos EUA, como Honda Motor, Toyota Motor e Lucid Group, registraram ganhos menores no período.
Os resultados trimestrais mais recentes da GM foram um catalisador importante para o otimismo dos analistas de Wall Street, levando a revisões de classificação e aumentos nos preços-alvo após o terceiro trimestre.
De acordo com estimativas médias compiladas pela FactSet, o lucro ajustado por ação da GM superou as expectativas do mercado em todos os trimestres dos últimos cinco anos, com exceção do segundo trimestre de 2022.
Analistas destacam, de forma geral, a geração de caixa da GM, a resiliência dos lucros e o histórico de retorno aos acionistas (incluindo recompras de ações) como principais razões para o otimismo. A montadora também deve se beneficiar significativamente de mudanças regulatórias sob o governo americano de Trump, apesar da manutenção de tarifas comerciais.
O UBS elevou recentemente seu preço-alvo de 12 meses para as ações da GM em 14%, para cerca de US$ 97 por ação (R$ 540), e classificou a empresa como sua principal aposta no setor automotivo rumo a 2026.
No início deste mês, o Morgan Stanley também elevou a recomendação da GM para overweight (acima da média), com preço-alvo de aproximadamente US$ 90 por ação (R$ 501).
“Em nossa visão, a General Motors lidera o grupo D3 na América do Norte e globalmente, com crescimento consistente nas vendas de unidades, aumento do preço médio de transação, controle disciplinado de incentivos e boa gestão de estoques. Isso resultou em margens de lucro antes de juros e impostos e retornos superiores aos dos concorrentes”, afirmou o analista do Morgan Stanley, Andrew Percoco, em nota a investidores em 7 de dezembro.
As ações da GM acumulam desempenho positivo semanal desde junho. O maior ganho semanal, de 19,3%, ocorreu quando a empresa divulgou seus resultados do terceiro trimestre, em 21 de outubro. Os números superaram as expectativas de Wall Street, e a companhia elevou sua projeção anual, indicando que os lucros do próximo ano devem ser melhores do que os de 2025.
As ações da GM também foram impulsionadas por fatores externos. O governo do presidente americano Donald Trump flexibilizou os padrões de economia de combustível e emissões nos Estados Unidos, removeu penalidades impostas durante a administração Biden e renegociou o acordo comercial com a Coreia do Sul, um importante polo de manufatura para a GM. Ao mesmo tempo, o setor enfrenta uma desaceleração nas vendas de veículos elétricos menos rentáveis.
“A GM é, na prática, uma montadora regional focada na América do Norte, e acreditamos que está bem posicionada para se beneficiar do ambiente regulatório mais flexível dos EUA (emissões e eficiência de combustível)”, escreveu o analista do UBS Joseph Spak em nota de 15 de dezembro, ao elevar o preço-alvo da ação.
No início deste mês, o diretor financeiro da GM, Paul Jacobson, afirmou que a empresa continuará realizando recompras de ações.
“Enquanto a ação permanecer tão subavaliada quanto está hoje, a prioridade é recomprar papéis. E acredito que isso continuará acontecendo daqui para frente”, disse ele durante uma conferência do UBS para investidores.
Atualmente, a GM possui recomendação média overweight e preço-alvo de aproximadamente US$ 80,86 (R$ 451), segundo dados compilados pela FactSet.
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