IA promete revolucionar videogames com novas ferramentas e maior produtividade, prevê cofundador da Razer

A inteligência artificial deve provocar grandes transformações no universo dos jogos eletrônicos, afetando todos os elos da cadeia, desde desenvolvedores e editoras até jogadores. Essa é a avaliação de Min-Liang Tan, cofundador e diretor-executivo da Razer, empresa especializada em acessórios para games. O setor soma 3,6 bilhões de jogadores e movimenta quase US$ 189 bilhões (aproximadamente R$ 1 trilhão) por ano, segundo dados da Newzoo.

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Durante a conferência SWITCH em Singapura, Tan explicou que ferramentas baseadas em IA já começam a ser usadas tanto no desenvolvimento quanto na distribuição e marketing de jogos. Ele afirmou que “a IA vai mudar completamente tudo no universo dos games”. Para os jogadores, novas tecnologias prometem alterar a experiência, permitindo formas inovadoras de jogar e interagir com os títulos.

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Inovações e desafios da inteligência artificial nos games

A Razer desenvolveu o Game Co-AI, sistema capaz de analisar o desempenho do jogador com visão computacional e sugerir soluções para desafios ou inimigos. A ferramenta também utiliza informações de APIs públicas e deve ter uma versão de testes liberada no decorrer de 2025, conforme divulgado no site da empresa. Além disso, a aplicação de IA em esportes eletrônicos desperta debates. Tan comentou que, embora a IA não deva atuar durante as partidas, há interesse em seu uso para treinos, destacando que “as oportunidades são ilimitadas”.

No processo de criação de jogos, a inteligência artificial também promete agilizar a identificação de bugs. Tradicionalmente, equipes inteiras realizam testes de qualidade jogando e registrando falhas. A Razer está desenvolvendo o AI QA Companion, que automatiza a identificação e registro de erros, devendo em breve sugerir correções. Tan contou que o controle de qualidade representa de 20% a 30% dos custos e cerca de 30% do tempo de desenvolvimento, e que a automação aumentará a produtividade dos profissionais.

Embora a IA avance em diferentes setores, ainda há ceticismo sobre o limite dessas tecnologias nos games. Strauss Zelnick, diretor-executivo da Take-Two Interactive, produtora de Grand Theft Auto, declarou que “a IA não consegue competir com desenvolvedores humanos”. Tan acredita, no entanto, que nos próximos doze meses devem surgir “um ou dois grandes sucessos” criados com IA, tornando o desenvolvimento mais acessível para equipes reduzidas. Ele ressalta que a criatividade humana permanece essencial, enquanto tarefas repetitivas podem ser delegadas à tecnologia.

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O papel pioneiro dos games e o futuro da IA

Tan defende que as inovações impulsionadas pelos jogos digitais podem dar origem a novos mercados, afirmando que “muito do que acontece na tecnologia nasceu nos games, e acredito que o futuro da IA também será moldado por inovações no setor de games”, disse à CNBC. Fundada em 2005 por Tan e Robert Krakoff, a Razer ficou famosa com o mouse Boomslang, voltado ao público gamer. “Para um gamer, o mouse é tudo. É uma extensão do seu braço. Quanto mais preciso, mais chances de obter vitórias”, afirmou Tan. A empresa, sediada em Singapura e Irvine, Califórnia, expandiu-se globalmente e abriu capital em 2017 na bolsa de Hong Kong, retornando ao controle privado em 2022.