Rio Grande do Sul avança no hidrogênio verde e em biocombustíveis Be8 rumo à COP30

Um projeto da fabricante de biocombustíveis Be8 foi selecionado para integrar o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Hidrogênio Verde no Rio Grande do Sul (H2V-RS).

O empreendimento será instalado em Passo Fundo, na mesma área da futura fábrica de etanol da empresa, e contará com o primeiro posto de abastecimento do país voltado ao transporte pesado movido a hidrogênio verde. O investimento total é de R$ 38,7 milhões, com apoio do governo estadual.

O hidrogênio será produzido por eletrólise da água utilizando energia elétrica, processo considerado maduro e eficiente, segundo a Be8. A operação será acompanhada por uma equipe multidisciplinar, envolvendo universidades, fabricantes e especialistas, garantindo segurança e rigor técnico.

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O projeto visa testar a viabilidade do combustível como alternativa ao diesel, reduzir emissões de CO₂ em cerca de 400 toneladas por ano e servir de base para uma futura rede de abastecimento no país.

“O nosso projeto representa um passo fundamental para tornar o hidrogênio verde uma realidade no transporte pesado”, afirmou Erasmo Battistella, presidente da Be8. O governador Eduardo Leite acrescentou: “Oferecemos condições para a realização desses projetos, consolidando uma posição única do Rio Grande do Sul para a produção de hidrogênio verde com custo competitivo, tanto para exportação quanto para consumo interno”.

Testes de biocombustível e inovação sustentável

Paralelamente, a caravana “Rota Sustentável COP30” segue do Rio Grande do Sul ao Pará, testando a eficiência do biocombustível Be8 BeVant em caminhões e ônibus Mercedes-Benz. O percurso de mais de 4 mil quilômetros envolve modelos abastecidos tanto com diesel B15 quanto com o novo combustível, em uma iniciativa que busca reduzir emissões e demonstrar vantagens ambientais e operacionais.

“Com a utilização do BeVant, nossos veículos podem contribuir ainda mais para a redução de emissões e a descarbonização do transporte. Isso também destaca a nossa presença na COP30”, afirmou Luiz Carlos Moraes, diretor da Mercedes-Benz do Brasil.

O tema da transição energética também será debatido na COP30 por empresas como a ComBio, especializada em biomassa. Em entrevista, o CEO Paulo Skaf Filho destacou que a biomassa utilizada, como bagaço de cana e caroço de açaí, tem balanço neutro de carbono e cria valor para comunidades ribeirinhas no Norte do país.

“O combustível biológico captou CO₂ no seu crescimento, e à medida que é queimado, libera o mesmo CO₂. O fóssil simplesmente libera um novo CO₂, trazendo desequilíbrio ecológico”, explicou Skaf. Ele ressaltou que a Casa ComBio, espaço de debates instalado na Ilha do Combu, será um ponto de encontro para discutir soluções de descarbonização industrial a baixo custo, fortalecendo o protagonismo do Brasil em energia renovável.

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Felipe Pjevac

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