Com o aumento nos preços dos imóveis, o mercado imobiliário brasileiro apresentou crescimento acima da inflação em 2024. Enquanto isso, os fundos caíram 15%, registrando uma desvalorização entre 5,09% e 15,30%.
Em entrevista ao Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC, nesta quarta-feira (19), Luiz Pepe, Head de Mercado Imobiliário da Galoppo, comentou sobre esse movimento desigual no setor.
Segundo Pepe, o aumento nos preços pode ser explicado pelas várias classes de imóveis.
“No setor logístico, como os galpões, há uma procura crescente, especialmente para o e-commerce. Já o mercado corporativo tem sofrido, mas com o fim da pandemia as coisas voltaram. As pessoas retornaram aos escritórios, os aluguéis cresceram. Então, vemos uma demanda reprimida no mercado residencial. A inflação não consegue capturar exatamente os movimentos do mercado”, explicou.
Pepe também destacou que este ano pode ser desafiador para os fundos imobiliários, devido à concorrência dos fundos de renda fixa.
“Os preços e aluguéis estão crescendo acima da inflação. Quem apostar no risco de investir em fundos imobiliários pode ter um ótimo retorno com a valorização das cotas. Fundos imobiliários funcionam como ações, e hoje muitos estão abaixo do seu valor real. As pessoas focam nos dividendos, mas existe uma valorização de cota que, quando a taxa de juros cair, será um bom investimento”.
“Quando você fala da bolsa de valores, existem várias métricas. Nos fundos imobiliários, você olha para o valor patrimonial. O fundo de tijolo tem o seu valor de mercado. Muitos fundos estão abaixo do custo de reposição dos ativos, mas estão performando muito bem. Se você fosse montar um fundo igual, não conseguiria pelo mesmo valor. Quem apostar nesse mercado com certeza terá um bom ganho de capital”, explicou o especialista.
Ele também acrescentou que o mercado imobiliário acompanha muito o crescimento do PIB.
“O Brasil tem um déficit habitacional crescente, então, se a economia ficar muito ruim, isso pode impactar. Porém, não vamos ficar só dentro dessa bolha. O mercado é regulado e funciona através do financiamento imobiliário. As famílias conseguem comprar imóveis e, por ser um recurso regulado pelo banco e pelo governo, não existe risco iminente. A relação entre aluguel e compra de imóveis continua sendo positiva”, finalizou.
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