A Nvidia revelou nesta terça-feira (18) novos chips voltados para o desenvolvimento e a implementação de modelos de inteligência artificial (IA) durante sua conferência anual. O CEO da empresa, Jensen Huang, apresentou a linha Blackwell Ultra, prevista para chegar ao mercado no segundo semestre deste ano, e a Vera Rubin, nova geração de unidades de processamento gráfico (GPU), com lançamento programado para 2026.
A empresa viu seu faturamento crescer mais de seis vezes desde o lançamento do ChatGPT, da OpenAI, no fim de 2022, impulsionado pela demanda por suas GPUs avançadas, essenciais para o treinamento de modelos de IA.
Investidores e desenvolvedores acompanham de perto os novos chips para avaliar seu desempenho e eficiência, fatores cruciais para empresas como Microsoft, Google e Amazon, que investem bilhões de dólares na construção de data centers baseados na tecnologia da Nvidia.
“No último ano, quase todo o mundo se envolveu. A necessidade computacional e a escalabilidade da IA não só se mantiveram, como aceleraram drasticamente”, disse Huang.
A empresa também anunciou que adotará um ciclo de lançamentos anuais para novas gerações de chips, uma mudança em relação ao intervalo de dois anos que seguia antes do boom da IA.
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GTC: Evento reúne 25 mil participantes
A GTC 2025, realizada em San Jose, Califórnia, também serve como uma vitrine do poder da Nvidia no mercado. O evento, que acontece presencialmente pela segunda vez desde a pandemia, reúne 25 mil participantes e centenas de empresas que utilizam o hardware da Nvidia para IA, incluindo Waymo, Microsoft e Ford.
Além dos novos chips, a Nvidia anunciou notebooks e desktops equipados com suas GPUs, incluindo dois PCs voltados para IA, capazes de rodar modelos avançados como Llama e DeepSeek. Também foram apresentadas atualizações para os sistemas de interconexão de GPUs e um novo pacote de software chamado Dynamo, que otimiza o uso dos chips da empresa.
Vera Rubin: nova geração de chips chega em 2026
A Nvidia informou que os novos chips da família Vera Rubin serão lançados no segundo semestre de 2026. O nome é uma homenagem à astrônoma Vera Rubin, que fez descobertas fundamentais sobre matéria escura. O sistema será composto por dois componentes principais:
- Vera – um processador central (CPU) desenvolvido pela própria Nvidia;
- Rubin – um novo design de GPU;
A Nvidia destacou que a Vera será sua primeira CPU personalizada, baseada em um design proprietário chamado Olympus. Até então, a empresa utilizava arquiteturas prontas da Arm. Segundo a Nvidia, a Vera será duas vezes mais rápida que a CPU da linha Grace Blackwell, lançada no ano passado.
Outra mudança importante está na nomenclatura das GPUs. A partir do Rubin, a Nvidia passará a considerar cada “die” (unidade de processamento) como uma GPU separada. Em 2027, a empresa lançará o “Rubin Next”, um chip que combinará quatro dies, dobrando a velocidade do Rubin original. Esse modelo será integrado ao rack Vera Rubin NVL144, sucessor do NVL72.
Blackwell Ultra: mais desempenho para IA em tempo real
A Nvidia também revelou o Blackwell Ultra, nova versão da linha Blackwell. O chip tem capacidade de gerar mais tokens por segundo, aumentando a velocidade na criação de conteúdo e tornando-se ideal para aplicações sensíveis ao tempo.
Com esse avanço, a empresa afirma que provedores de nuvem poderão oferecer serviços premium de IA, aumentando em até 50 vezes a receita em comparação com a geração Hopper, lançada em 2023.
O Blackwell Ultra será comercializado em diferentes versões:
- GB300 – modelo com duas GPUs conectadas a uma CPU Arm da Nvidia.
- B300 – versão somente com GPU.
- Blade de servidor com oito GPUs.
- Rack com 72 chips Blackwell.
Atualmente, as quatro maiores empresas de nuvem já implantaram três vezes mais chips Blackwell do que Hopper, destacou a Nvidia.
DeepSeek e o impacto na Nvidia
O modelo DeepSeek R1, lançado na China em janeiro, gerou preocupação entre investidores da Nvidia, pois foi construído com um número menor de chips do que modelos desenvolvidos nos EUA. No entanto, a empresa vê a tecnologia como uma oportunidade.
Isso porque o DeepSeek utiliza um processo chamado “reasoning” (raciocínio), que exige mais poder computacional para gerar respostas melhores. De acordo com Huang, esse avanço, conhecido como “IA agente”, representa um marco fundamental na evolução da inteligência artificial.
“Nos últimos dois ou três anos, houve um avanço significativo na IA, que chamamos de IA agente. Agora, ela pode raciocinar sobre como responder ou resolver um problema”, disse Huang.
A Nvidia afirmou que os novos chips Blackwell Ultra e Vera Rubin são otimizados para modelos baseados em raciocínio, garantindo eficiência no processamento dessas tarefas complexas.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
