CNBC

CNBCTrump anuncia medida radical de imigração após ataque em Washington; entenda

Empresas & Negócios

Offshores e Grupo Refit: entenda como funcionam e por que estão no centro da operação 

Publicado 28/11/2025 • 11:00 | Atualizado há 11 minutos

KEY POINTS

  • O termo offshore descreve empresas registradas em paraísos fiscais;
  • Investigações recentes indicam o uso de offshores em movimentações ligadas ao Grupo Refit
Offshores e Grupo Refit

Reprodução/Governo Federal

Grupo Refit foi alvo de operação nesta quinta-feira (27)

Uma nova fase de investigações sobre crimes financeiros voltou a colocar em evidência o papel das empresas offshore e o funcionamento de estruturas fiscais complexas usadas para movimentar grandes volumes de recursos.

A Operação Poço de Lobato, deflagrada por órgãos estaduais e federais, alcançou o Grupo Refit e expôs a amplitude de um esquema que teria provocado prejuízo superior a R$ 26 bilhões aos cofres públicos.

Leia também: Grupo Refit: quem é Ricardo Magro, um dos maiores sonegadores do Brasil?

O que são empresas offshore?

O termo offshore significa literalmente ultramar. Segundo o IPEA, a palavra é usada em outras áreas, como tipos de embarcação e na extração de petróleo em águas profundas, mas ganhou notoriedade por descrever empresas registradas em paraísos fiscais.

Essas empresas existem apenas no papel e são constituídas em países onde não realizam atividades reais. Os endereços costumam ser caixas postais ou escritórios especializados na abertura desse tipo de sociedade.

O objetivo principal é operar em ambientes de baixa ou nenhuma tributação, realizar sonegações, ocultação de bens ou lavagem de dinheiro. Essas jurisdições também aceitam recursos sem comprovação de origem e preservam o sigilo bancário, o que facilita práticas como sonegação e lavagem de dinheiro.

O Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC explica que a Lei 14.754, aprovada no final de 2023, altera de forma profunda a maneira como brasileiros com rendimentos no exterior precisarão declarar seus lucros a partir do Imposto de Renda de 2025, referente ao ano-base de 2024.

Pela primeira vez, investidores que possuem empresas offshore em países de tributação favorecida passam a ser tributados com uma alíquota fixa de 15% sobre os lucros dessas estruturas.

A Receita Federal incluiu no programa do IR um espaço específico para registrar os ganhos provenientes dessas empresas. A mudança garante que esses lucros sejam tributados junto aos demais rendimentos do contribuinte, de forma centralizada.

Até 2023, a cobrança seguia outra lógica. O contribuinte precisava calcular mensalmente o lucro distribuído e pagar o imposto conforme a tabela progressiva. Com a nova regra, a tributação passa a ocorrer de uma única vez, mesmo quando o lucro não foi distribuído ao investidor.

A regra alcança também quem mantém aplicações financeiras e outros rendimentos no exterior. Todos esses valores deverão ser informados e tributados na alíquota padronizada de 15 por cento.

Outra mudança importante envolve a forma como a empresa offshore será tratada do ponto de vista fiscal. Existem dois caminhos possíveis:

– No regime de transparência fiscal, todos os rendimentos da empresa são considerados como se fossem do próprio investidor e são tributados anualmente.

– No regime de opacidade, a cobrança incide apenas sobre o lucro efetivamente distribuído ao dono da empresa, de acordo com as regras do país onde a estrutura está registrada.

A escolha entre transparência e opacidade é definitiva. Uma vez selecionado o regime, ele valerá por toda a vida da empresa offshore e não poderá ser alterado no futuro.

Leia também: O que faz o Grupo Refit, maior devedor de ICMS do estado de São Paulo

Sobre o Grupo Refit

Com mais de 7 décadas de atuação no refino de petróleo, a Refit é dono da primeira refinaria privada do Rio de Janeiro. Suas instalações às margens da Avenida Brasil ocupam cerca de 600 mil metros quadrados e incluem um dos maiores parques de armazenagem de líquidos do país, com capacidade superior a 200 milhões de litros.

A empresa destaca a produção de Gasolina A, Diesel A S10 e Diesel Marítimo, além de combustíveis aditivados de série desenvolvidos em parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia.

O que aconteceu?

A operação Poço de Lobato mobilizou 621 agentes públicos e executou 190 mandados de busca e apreensão em seis unidades da federação. O foco está em empresas e pessoas relacionadas ao Grupo Refit, proprietário da antiga refinaria de Manguinhos.

De acordo com o Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, as apurações conduzidas pelo Ministério Público de São Paulo, Receita Federal, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e outras instituições indicam a existência de uma organização criminosa especializada em fraudes fiscais no setor de combustíveis.

Os investigadores afirmam que o conglomerado acumulou dívidas que o colocam entre os maiores devedores de ICMS em São Paulo e também da União.

As autoridades bloquearam R$ 8,9 bilhões em bens e contas de investigados, enquanto a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional pediu a indisponibilização adicional de R$ 1,2 bilhão.

Leia também: Grupo Refit: Entenda o esquema bilionário da máfia de combustíveis que usava offshores e fundos para ocultar patrimônio

Os relatórios analisados pelos investigadores mostram o uso de holdings, offshores, instituições de pagamento e fundos de investimento como canais para movimentar recursos ligados ao grupo. Esse modelo fragmentava a origem e o destino do dinheiro, criando barreiras que dificultavam o rastreamento.

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:


🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no

MAIS EM Empresas & Negócios

;