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Samsung ganha espaço nos EUA e tira fatia de mercado da Apple com celulares dobráveis em alta

Publicado 16/08/2025 • 16:23 | Atualizado há 5 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • No segundo trimestre, os envios de celulares da Samsung dispararam nos Estados Unidos, levando a participação da marca de 23% para 31%, segundo dados da Canalys.
  • No mês passado, a Samsung lançou dois novos celulares dobráveis: um que pode virar praticamente um tablet e outro que lembra os antigos "flip", mas com tecnologia atual.
  • Analistas dizem que a Apple deve começar a correr atrás, primeiro com um iPhone mais fino previsto para o mês que vem e, talvez, um iPhone dobrável em 2026.

REUTERS/Jeenah Moon

Uma pessoa segura um telefone Samsung Galaxy Z Fold 7 durante um evento em Nova York,

Em 2014, Apple e Samsung travavam uma verdadeira disputa para dominar o mercado de smartphones nos Estados Unidos. A Samsung apostava em aparelhos com telas grandes, enquanto fãs do iPhone pediam uma resposta.

Demorou um pouco, mas a Apple finalmente lançou o iPhone 6, mudando o padrão dos modelos anteriores ao oferecer uma opção de tela maior. O iPhone saiu vencedor dessa vez.

Agora, mais de dez anos depois, os números mais recentes de vendas e envios de celulares mostram que a briga entre Apple e Samsung voltou com tudo. E, de novo, a disputa gira em torno do tamanho e formato da tela.

Crescimento da Samsung e queda da Apple no mercado americano

No segundo trimestre, os envios de celulares da Samsung nos EUA cresceram bastante, com a fatia de mercado da empresa subindo de 23% para 31% em relação ao período anterior, conforme dados da Canalys. Já a participação da Apple caiu de 56% para 49% no mesmo período.

A Apple ainda lidera o mercado americano de smartphones, sendo responsável pela maioria das vendas de aparelhos novos no país. Apesar de, no mundo, geralmente ficar em segundo lugar, essa queda recente sinaliza um momento de instabilidade para a empresa, algo que não acontecia há mais de dez anos.

Um dos motivos é que investidores fizeram as ações da Apple caírem 7,5% neste ano, desempenho pior do que todas as outras gigantes americanas de tecnologia, com exceção da Tesla. Enquanto isso, as ações da Samsung subiram cerca de 35% em 2025.

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Lançamentos da Samsung impulsionam popularidade dos dobráveis

Em julho, a Samsung apresentou dois novos celulares inovadores com telas dobráveis. Um deles, o Z Fold 7, pode ser usado como tablet, enquanto o Z Flip lembra os antigos “flip”, mas traz recursos modernos. Eles se juntaram ao portfólio de lançamentos da linha Galaxy deste ano, que também inclui o Galaxy S25 Edge, um modelo bem fino e leve.

Esses aparelhos estão bombando nas redes sociais, principalmente em testes de resistência.

Um usuário fez uma transmissão ao vivo mostrando o Z Fold 7 sendo dobrado mais de 200 mil vezes seguidas. O vídeo viralizou e já foi compartilhado em várias redes, com uma versão passando dos 15 milhões de visualizações no YouTube.

No último mês, os celulares premium da Samsung, incluindo o Z Fold 7, foram citados mais de 50 mil vezes nas redes sociais — e, segundo a empresa Sprout Social, 83% dessas menções foram positivas ou neutras.

Fatores que explicam a mudança no mercado

O aumento na participação de mercado não se deve só à preferência do público. Analistas explicam que parte dessa mudança nos números do segundo trimestre é consequência das tarifas, que estão bagunçando o setor enquanto as fabricantes tentam estratégias diferentes para reduzir o impacto nos negócios.

Mas o avanço da Samsung também mostra a capacidade da marca de oferecer uma variedade muito maior de produtos e preços do que a Apple. Isso inclui desde aparelhos de entrada, responsáveis por boa parte do crescimento da Samsung nos EUA, até modelos topo de linha, mais caros que qualquer iPhone individual.

A linha Galaxy e Z da Samsung “vai de US$ 650 (R$ 3.509) até US$ 2.400 (R$ 12.958). É uma variedade enorme de aparelhos”, disse o analista Runar Bjorhovde, da Canalys. “A ideia é atingir consumidores de todas as faixas de preço e estar presente em todas as categorias.”

O iPhone praticamente não mudou de cara desde 2017 — é aquele retângulo de vidro com tela sensível ao toque na frente e algumas câmeras atrás. Hoje, a Apple oferece quatro modelos, variando de US$ 829 (R$ 4.478) a US$ 1.599 (R$ 8.638). Já a Samsung e outras marcas estão deixando o formato tradicional de lado e investindo em novos estilos de aparelho.

Perspectivas para a Apple e a resposta ao crescimento da Samsung

A expectativa é que a Apple também entre nessa onda — começando, possivelmente, já no mês que vem, com o lançamento de um iPhone mais fino para competir com o Galaxy Edge da Samsung.

“A Apple claramente aposta que seu modelo Air de 5,5mm vai virar o jogo, já que os testes mostram grande interesse do público nesse novo formato”, escreveu John Donovan, diretor da Loop Capital, em maio.

O analista Samik Chatterjee, do JPMorgan Chase, escreveu em um relatório no mês passado que a Apple pode lançar um celular dobrável no ano que vem para competir com o Z Fold da Samsung.

“O foco dos investidores já está voltado para os lançamentos do segundo semestre de 2026, quando a Apple deve apresentar seu primeiro iPhone dobrável como parte da linha iPhone 18 em setembro de 2026”, disse Chatterjee.

Segundo Bjorhovde, ao apostar em novos formatos, a Apple também pode cobrar mais caro pelos aparelhos.

O iPhone mais caro atualmente é o 16 Pro Max, que parte de US$ 1.199 (R$ 6.479) para 256GB de armazenamento e chega a US$ 1.599 (R$ 8.638) na versão com 1TB. Já o Galaxy Z Fold 7, apresentado na semana passada, começa em US$ 1.999 (R$ 10.797) para 256GB e chega a US$ 2.419 (R$ 13.051) na versão de 1TB.

Chatterjee aposta que o iPhone dobrável da Apple pode chegar ao mercado custando a partir de US$ 1.999 (R$ 10.797). A Apple não quis comentar.

Celulares dobráveis finalmente amadurecem

O primeiro celular dobrável da Samsung saiu em 2019, mas a estreia foi conturbada. O lançamento atrasou depois que jornalistas — incluindo a CNBC — descobriram que os primeiros aparelhos quebravam na dobradiça.

Desta vez, porém, a Samsung garante que tudo mudou e que, agora, os dobráveis estão prontos para conquistar o grande público, principalmente em relação à resistência.

“Hoje em dia, praticamente não há mais desvantagens em ter um aparelho dobrável”, disse Drew Blackard, vice-presidente de gerenciamento de produtos móveis da Samsung Electronics América.

A empresa sul-coreana não divulga números de vendas, mas Blackard afirma que o Galaxy Z Fold 7, o mais recente, teve 25% mais pré-vendas do que qualquer outro dobrável da Samsung até agora e que as vendas estão 50% acima do modelo anterior.

“Com os dobráveis, a Samsung consegue realmente apostar na inovação”, diz Bjorhovde. “Mostra que está na frente, que tem algo diferente — e isso cria uma espécie de efeito positivo para a marca.”

Impacto da inteligência artificial e inovação nos formatos

Segundo a consultoria Counterpoint Research, que estima vendas de smartphones para consumidores finais, os números da Samsung subiram 16% no segundo trimestre, puxados pela procura por aparelhos topo de linha, incluindo um leve empurrão do S25 Edge mais fino.

A chegada da inteligência artificial também está abrindo espaço para novos formatos em eletrônicos, que podem, no futuro, até substituir o iPhone.

Em maio, a OpenAI comprou a startup do ex-designer da Apple, Jony Ive, por US$ 6,5 bilhões (R$ 35 bilhões). A ideia é desenvolver a próxima geração de dispositivos, enquanto outras startups de IA já lançaram broches, pingentes e óculos controlados por voz.

Os aparelhos da Samsung e outros Androids já contam com o Gemini, da Google, considerado um dos melhores modelos de IA junto com o ChatGPT da OpenAI. O Gemini traz funções que a Siri e a Apple Intelligence ainda não têm.

Blackard afirma que os dobráveis, com telas maiores, combinam bem com inteligência artificial. O recurso de “circulo para pesquisar” da Google, por exemplo, permite que o usuário simplesmente circule algo na tela para saber mais sobre aquilo.

Em um dobrável da Samsung, segundo ele, o usuário pode ver, ao mesmo tempo, a tela original com o conteúdo circulado e outra tela com informações adicionais.

“Fica muito mais produtivo poder ir e voltar entre as informações”, comentou Blackard.

Desafios e estratégias da apple frente à inovação

Investidores têm mostrado preocupação com o atraso da Apple em IA, incluindo a próxima geração da Siri que ficou para o ano que vem. Mesmo assim, muitos analistas acham que a força da marca e o ecossistema da Apple ainda devem garantir lealdade dos usuários por alguns anos antes de perder clientes para concorrentes.

Chatterjee disse à CNBC que a estratégia da Apple tem sido esperar até que a tecnologia esteja pronta para o público geral antes de adotá-la. E, para ele, esse momento pode ter chegado para os aparelhos dobráveis.

A Apple “nunca foi de sair na frente só para ser a primeira”, diz Chatterjee. “A empresa prefere observar, esperar a tecnologia amadurecer, garantir que não existam grandes obstáculos para a adoção — e só então apostar forte.”

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