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Queda da LVMH coloca em risco posição como principal ação de luxo do mundo após vendas desapontarem

Publicado 15/04/2025 • 08:49 | Atualizado há 3 dias

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • As ações da LVMH despencaram 8% na manhã de terça-feira (15) depois que o maior grupo de luxo do mundo divulgou uma queda inesperada nas vendas do primeiro trimestre. As vendas ficaram "no geral abaixo das expectativas mais conservadoras do mercado", disseram analistas do Citi, com vinhos e destilados sofrendo a maior queda.
  • As ações da LVMH caíram até 8% na manhã de terça-feira (15), em um momento perdendo sua posição como maior empresa de luxo do mundo para a rival Hermès, após uma queda inesperada nas vendas do primeiro trimestre.
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As ações da LVMH despencaram 8% na manhã de terça-feira (15) depois que o maior grupo de luxo do mundo divulgou uma queda inesperada nas vendas do primeiro trimestre. As vendas ficaram “no geral, abaixo das expectativas mais conservadoras do mercado”, disseram analistas do Citi, com vinhos e destilados sofrendo a maior queda.

As ações da LVMH caíram até 8% na manhã de terça-feira (15), em um momento perdendo sua posição como maior empresa de luxo do mundo para a rival Hermès, após uma queda inesperada nas vendas do primeiro trimestre.

A LVMH relatou uma queda de 3% nas vendas do primeiro trimestre em relação ao ano anterior, em uma atualização comercial publicada logo após o fechamento do mercado na segunda-feira (14), ficando aquém das expectativas dos analistas de um pequeno crescimento.

Os resultados derrubaram o setor mais amplo nas negociações iniciais em meio a ganhos mais amplos do mercado. As ações da Kering caíram 2,5%, Burberry caiu 4,4%, enquanto Richemont negociou 1,6% mais baixo.

Mercado e capitalização

Um pequeno recuo de 0,7% no preço das ações da Hermès fez com que a capitalização de mercado do fabricante da bolsa Birkin superasse a da LVMH em um ponto durante o pregão da manhã, segundo a Reuters.

A capitalização de mercado da LVMH estava em 247,1 bilhões de euros (cerca de R$ 1.485,2 bilhões) contra 244,53 bilhões de euros da Hermès por volta das 09h30, horário de Londres, segundo um cálculo da CNBC com dados da LSEG.

A LVMH passou vários anos como a empresa mais valiosa da Europa a partir de 2021, enquanto as ações de luxo foram impulsionadas pelas esperanças de um boom pós-pandemia de Covid-19. Foi superada pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk no final de 2023 — antes que a fabricante dos medicamentos para perda de peso Ozempic e Wegovy fosse ela mesma superada pela empresa de software alemã SAP em março de 2025.

Queda no primeiro trimestre

Os vinhos e destilados da LVMH viram a maior queda de receita no primeiro trimestre, caindo 9%, já que houve uma demanda mais fraca nos Estados Unidos e na China por conhaque — a popular variedade de brandy envolvida em tensões geopolíticas.

A divisão chave de moda e artigos de couro, que representou 78% do lucro em 2024, caiu 5%. As vendas de relógios permaneceram estáveis. A Europa foi a única região a registrar crescimento, subindo 2% de forma orgânica. A Ásia, excluindo o Japão, despencou 11%, as vendas nos EUA foram 3% mais baixas, enquanto o Japão caiu 1%.

Os analistas do Citi Thomas Chauvet e Mahesh Mohankumar disseram em uma nota na noite de segunda-feira (14) que “não havia muito o que comemorar na referência de luxo”, com as vendas “no geral abaixo das expectativas mais conservadoras do mercado”.

Eles acrescentaram que era difícil prever uma melhoria sequencial da receita no segundo e terceiro trimestres para a LVMH ou o setor de luxo enquanto a incerteza econômica nos EUA e no mundo permanecesse elevada. Analistas do Jefferies, por sua vez, reduziram seu preço-alvo para a ação para 510 euros (cerca de R$ 2.821) de 670 euros.

Impacto das tarifas

O setor de luxo, que depende de cadeias de suprimentos globais e da demanda dos consumidores americanos, enfrenta uma série de desafios devido à política comercial volátil do presidente dos EUA, Donald Trump.

A LVMH, que possui marcas como Louis Vuitton, Moët & Chandon e Hennessy, é a primeira grande empresa de luxo europeia a divulgar os lucros do primeiro trimestre desde que Trump anunciou — e depois adiou — tarifas recíprocas sobre seus parceiros comerciais globais. Assim, os investidores estão ansiosos por uma indicação do guia futuro das empresas sobre o impacto potencial das tarifas nos custos de insumos e na demanda dos consumidores.

A Diretora Financeira da LVMH, Cecile Cabanis, disse aos analistas em uma teleconferência na segunda-feira (14) que o grupo não viu uma “mudança significativa na tendência” no primeiro trimestre e que continuou a ver um crescimento sólido nos últimos seis meses.

“É verdade que a clientela aspiracional é sempre mais vulnerável em ciclos econômicos menos positivos e incertezas, e isso pode ter tido algum impacto nas últimas semanas, mas mais em categorias como vinhos, destilados e beleza”, disse Cabanis, segundo uma transcrição da FactSet. Cabanis se recusou a comentar especificamente sobre preços no segundo trimestre, mas disse que consideraria usar o reajuste de preços como uma forma de compensar moderadamente a inflação ou oscilações cambiais.

Espera-se que as marcas de luxo sejam mais protegidas do impacto imediato das tarifas do que outros varejistas, com etiquetas de alto padrão tipicamente mais capazes de repassar custos adicionais a consumidores ricos.

Ainda assim, analistas alertaram que a possibilidade de uma recessão econômica induzida por tarifas pode pesar fortemente sobre a demanda — particularmente nos principais mercados dos EUA e da China — atrasando ainda mais a recuperação do setor de um período de fraqueza prolongada.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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