O CEO da Tesla, Elon Musk, confirmou que a empresa terá robotáxis nas ruas de Austin, Texas, até o final de junho.
Em entrevista dada nesta terça-feira (20) a David Faber, da CNBC, na sede da empresa em Austin, Musk disse que a Tesla pretende levar seus robotáxis para Los Angeles e San Francisco após a estreia planejada em Austin.
Musk disse que um serviço de robotáxis da Tesla começará com cerca de 10 veículos em Austin e se expandirá rapidamente para milhares de veículos, caso o lançamento ocorra sem incidentes.
Desde 2016, Musk vem prometendo aos investidores, clientes e fãs da Tesla que a empresa está a cerca de um ano de entregar um carro autônomo capaz de transportar passageiros com segurança, sem intervenções humanas ou um humano ao volante. No entanto, a Tesla ainda não oferece um veículo seguro para uso sem supervisão humana.
“É prudente começarmos com um número pequeno, confirmar que as coisas estão indo bem e, em seguida, expandirmos”, disse Musk.
Austin é só o começo
Para começar, a Tesla disse que seus robotáxis serão veículos Modelo Y equipados com uma versão futura do FSD (direção totalmente autônoma), conhecida como FSD Unsupervised.
A Waymo, da Alphabet, opera atualmente serviços comerciais de transporte por aplicativo sem motorista em vários mercados dos Estados Unidos. Em uma recente teleconferência de resultados, a Alphabet afirmou que a Waymo já realiza 250 mil viagens pagas por semana.
Musk afirmou que a Tesla “irá geolocalizar” seus robotáxis em Austin para começar, o que significa que a empresa limitará os locais onde esses veículos Model Y podem trafegar. Mas não haverá um motorista de segurança humano nos carros, prometeu Musk.
Os funcionários da Tesla monitorarão a frota remotamente, disse ele.
“Observaremos o que os carros estão fazendo com muito cuidado e, à medida que a confiança aumentar, menos disso será necessário”, disse Musk.
Sistema rodoviário terá IA
Musk já havia afirmado que a abordagem “generalizada” da Tesla para robotáxis é mais ambiciosa do que a da Waymo. A Tesla depende principalmente de sistemas baseados em câmeras e visão computacional, em vez de usar sensores sofisticados, como lidar e radar, em seus veículos.
Musk afirmou que esses sensores eram caros e poderiam impedir a produção em larga escala de robotáxis e o aumento da escala de uma frota global.
“O que realmente funcionará melhor para o sistema rodoviário é inteligência artificial, redes neurais digitais e câmeras”, disse Musk na terça-feira.
Faber pressionou Musk sobre a reação política que a Tesla tem enfrentado em resposta ao seu envolvimento com o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, e na política alemã. A Tesla teve queda nas vendas de veículos elétricos, incluindo uma queda de 20% na receita automotiva no primeiro trimestre de 2025.
Musk atribuiu a queda nas vendas à necessidade da empresa de reequipar suas fábricas para iniciar a produção de uma versão atualizada de seu carro mais popular, o Model Y.
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“Não podemos fabricar carros se as fábricas estiverem se reequipando. Mas vimos uma grande recuperação na demanda neste momento”, disse Musk, sem fornecer números. “Quando você compra um produto, o quanto você se importa com as opiniões políticas do CEO?”.
Enquanto permanece à frente da Tesla e também comanda a SpaceX e a xAI, Musk atua como conselheiro-chave do presidente Trump, após gastar quase US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão, na cotação atual) para levá-lo de volta à Casa Branca.
Musk fundou o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), que trouxe mudanças radicais a Washington com uma campanha de corte e queima para desmantelar agências e expurgar a força de trabalho federal. O presidente Donald Trump apoiou avidamente os cortes liderados por Musk.
As participações de Musk na Tesla e na SpaceX fazem dele o indivíduo mais rico do mundo, com um patrimônio líquido estimado em cerca de US$ 376 bilhões (R$ 2.128,2 trilhões) atualmente, de acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg.
Mais cedo na terça-feira, Musk afirmou estar comprometido em liderar a Tesla pelos próximos cinco anos.
“Sim, sem dúvida alguma”, disse Musk em entrevista no Fórum Econômico do Catar da Bloomberg, em Doha.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC
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