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Ex-funcionário da Meta lidera busca nacional da OpenAI por data centers Stargate há 10 meses
Publicado 05/10/2025 • 17:54 | Atualizado há 3 horas
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Publicado 05/10/2025 • 17:54 | Atualizado há 3 horas
KEY POINTS
OpenAI
Keith Heyde em Abilene, Texas, onde a infraestrutura Stargate da OpenAI está em construção. Heyde, ex-chefe de computação de IA na Meta, agora lidera a expansão física da OpenAI.
Não foi exatamente como Keith Heyde imaginava passar as festas de fim de ano. Em vez de aproveitar o feriado com a esposa em casa, no Oregon, ele passou o fim de dezembro visitando possíveis locais para a construção de data centers em diferentes regiões dos Estados Unidos.
Dois meses antes, Heyde havia deixado a Meta para se juntar à OpenAI como chefe de infraestrutura. Sua missão: transformar os ambiciosos planos de computação do CEO Sam Altman em realidade, buscando vastas áreas de terra adequadas para abrigar instalações que, no futuro, serão equipadas com poderosas unidades de processamento gráfico (GPUs) voltadas ao desenvolvimento de grandes modelos de linguagem.
“Entre o Natal e o Ano Novo do ano passado, passei a maior parte do tempo visitando locais”, contou Heyde, de 36 anos, em entrevista à CNBC. “Minha família adorou isso, pode acreditar.”
A rotina em 2025 só ficou mais intensa. Desde janeiro, a OpenAI vem analisando e revisando propostas de cerca de 800 candidatos interessados em sediar a próxima geração dos data centers Stargate — polos de supercomputação de IA criados para treinar modelos cada vez mais poderosos.
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Atualmente, cerca de 20 locais estão em estágio avançado de avaliação, com grandes extensões de terra sob análise em regiões do sudoeste, meio-oeste e sudeste dos Estados Unidos. Segundo Keith Heyde, os incentivos fiscais representam “uma parte relativamente pequena da matriz de decisão”.
Os fatores mais determinantes são acesso à energia, capacidade de expansão e apoio das comunidades locais. “Conseguimos construir rápido? A oferta de energia aumenta com agilidade? E faz sentido para a comunidade?”, questionou.
Heyde lidera o desenvolvimento de locais dentro da equipe de computação industrial da OpenAI — uma divisão que rapidamente se tornou uma das mais estratégicas da empresa. A infraestrutura, antes vista como suporte, agora é tratada como um pilar essencial, ao lado do produto e do desenvolvimento de modelos.
Com os data centers tradicionais operando próximos do limite, a OpenAI aposta que ter infraestrutura física própria de próxima geração é fundamental para controlar o futuro da inteligência artificial.
A demanda energética é de difícil mensuração. Um único data center de um gigawatt consome a mesma quantidade de energia que algumas cidades inteiras. No fim de setembro, a OpenAI anunciou planos de expansão de 17 gigawatts, em parceria com Oracle, Nvidia e SoftBank.
Segundo Heyde, os novos locais precisarão de diversas fontes de energia — de usinas solares com baterias a turbinas a gás reformadas e até pequenos reatores nucleares modulares. Cada instalação terá características próprias, mas todas formarão a espinha dorsal industrial que sustentará a expansão da empresa.
“Fizemos uma excelente análise de gargalos para entender quais tipos de fontes de energia realmente nos permitem avançar na jornada que queremos trilhar”, afirmou.
Boa parte do capital virá da Nvidia, que se comprometeu a investir até US$ 100 bilhões na expansão da OpenAI, incluindo a compra de milhões de GPUs da própria fabricante.
Ex-chefe de computação de IA na Meta, Heyde ajudou a supervisionar a construção do primeiro cluster de 100 mil GPUs da empresa.
Além da disponibilidade de energia, a OpenAI avalia também a velocidade de construção, a oferta de mão de obra e a proximidade de governos locais favoráveis, segundo o pedido de propostas do projeto Stargate.
Heyde afirmou que a equipe já realizou cerca de 100 visitas e mantém uma lista reduzida de locais em fase final. Alguns projetos serão construídos do zero, enquanto outros exigirão reformas e conversões de instalações existentes.
“Os terrenos perfeitos já estão, em grande parte, ocupados”, disse. “Mas sabíamos que o perfeito não era o objetivo — o objetivo era, acima de tudo, garantir uma expansão convincente de energia.”
A competição é acirrada. A Meta está construindo o que pode se tornar o maior data center do Hemisfério Ocidental — um projeto de US$ 10 bilhões no nordeste da Louisiana, impulsionado por bilhões em incentivos fiscais. Em julho, o CEO Mark Zuckerberg elevou o teto de gastos anuais de capital da empresa para US$ 72 bilhões.
Enquanto isso, Amazon e Anthropic se unem para erguer um campus de IA de 1.200 acres em Indiana. Em todo o país, estados oferecem cortes de impostos, garantias de energia e aprovações de zoneamento aceleradas para atrair o próximo grande polo de IA.
A OpenAI, fundada há apenas uma década e catapultada à fama com o lançamento do ChatGPT, já alcançou avaliação de US$ 500 bilhões, com investimentos de Microsoft, SoftBank e Nvidia.
A empresa demonstra não ter medo de liderar o setor. Um campus solar próprio em Abilene, no Texas, já está em operação.
Embora ainda conte com parceiros como a Oracle, a diretora financeira Sarah Friar afirmou à CNBC, também em Abilene, que possuir infraestrutura própria oferece uma vantagem estratégica: reduz custos de fornecedores, protege propriedade intelectual e segue a mesma lógica que levou a Amazon a criar o AWS, em vez de depender de estruturas terceirizadas.
Mesmo assim, Heyde reconhece que não há manual para o que vem pela frente — especialmente à medida que as empresas buscam desenvolver uma inteligência artificial geral (AGI), capaz de igualar ou superar as capacidades humanas.
“É uma escala completamente diferente quando pensamos no tipo de entrega que precisa acontecer nesses locais”, explicou.
Alguns proponentes, incluindo antigos operadores de mineração de bitcoin, ofereceram infraestruturas de energia já existentes, como subestações e estruturas modulares, mas Heyde disse que nem sempre elas se encaixam nas necessidades da OpenAI.
“Às vezes é até bom ser o primeiro ponto de contato de uma comunidade”, comentou. “É uma ótima narrativa dizer que estamos levando o data center e a infraestrutura para lá em nome da OpenAI.”
Os 20 locais finalistas representam apenas a primeira fase de uma expansão muito maior. A OpenAI pretende evoluir de projetos de um único gigawatt para grandes campi industriais.
“Qualquer local em que estejamos avançando foi escolhido com base na viabilidade e na nossa confiança de que podemos entregar tanto a parte de energia quanto a de infraestrutura associadas a ele”, afirmou Heyde.
Ele entende o ceticismo.
“É difícil, não há dúvida disso”, disse. “Os números de que estamos falando são desafiadores — mas certamente possíveis.”
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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