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Pesquisa aponta desconforto feminino e temor de afastamento social no uso de IA no Brasil
Publicado 25/06/2025 • 13:46 | Atualizado há 6 horas
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Publicado 25/06/2025 • 13:46 | Atualizado há 6 horas
KEY POINTS
Pixabay.
Um levantamento realizado pelo PiniOn, empresa de pesquisa de mercado especializada em dados competitivos e comportamentais, identificou que 33% dos brasileiros utilizam Inteligência Artificial (IA) com frequência no cotidiano.
A pesquisa, feita em maio de 2025 com 917 entrevistados de todas as regiões do país, mostra que, embora o uso da tecnologia avance, existem barreiras relacionadas a desconforto e preocupações com relações humanas.
Segundo o estudo, 51,5% dos entrevistados citaram o ChatGPT como a primeira ferramenta de IA que vêm à mente. A percepção de conforto na interação com a tecnologia, no entanto, varia entre gêneros. Entre os homens, 43,1% afirmaram se sentir sempre confortáveis ao utilizar IA, enquanto entre as mulheres esse percentual foi de 33%.
As justificativas para o desconforto também divergem. Os homens demonstraram receio de se tornarem dependentes da tecnologia. Já as mulheres apontaram a perda da capacidade crítica como principal preocupação.
Para Talita Castro, CEO do PiniOn, os dados mostram que o público brasileiro aceita novas tecnologias, mas espera responsabilidade. “A percepção de gênero que identificamos na pesquisa é um reflexo importante de como experiências distintas moldam a relação com a tecnologia. As mulheres demonstram mais desconforto e receio sobre os efeitos da IA no pensamento crítico, reforçando a necessidade de desenvolver soluções que se adéquem aos diferentes públicos”, afirmou.
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Entre os entrevistados, 45,6% apontaram o distanciamento humano — tanto pessoal quanto profissional — como o maior risco relacionado ao uso da IA. Outros 35,7% manifestaram preocupação com a possibilidade de perder o emprego para a tecnologia, e a mesma proporção relatou medo de ser considerado menos competente por utilizar ferramentas baseadas em IA.
A pesquisa também revelou que 61,6% dos respondentes acreditam já ter conversado com uma IA sem perceber. A interação com as ferramentas costuma exigir de dois a três prompts para chegar à resposta desejada.
O estudo mostrou que o uso da tecnologia é mais intenso entre jovens de 18 a 34 anos, principalmente para fins educacionais. Entre os brasileiros com mais de 35 anos, o foco está no ambiente de trabalho. Além disso, 37% disseram usar a IA todos os dias, e 70,5% afirmaram recorrer a essas ferramentas para esclarecer dúvidas sobre assuntos específicos.
Para o futuro, 69,8% dos entrevistados acreditam que a IA poderá contribuir para a análise de cenários econômicos e sociais. Outros usos citados foram a previsão de catástrofes ambientais, identificação de ameaças cibernéticas e combate a fraudes financeiras.
De acordo com Talita Castro, a consolidação da IA no Brasil dependerá de fatores relacionados à comunicação e à transparência das empresas. “Com os dados, observamos que a confiança do brasileiro depende menos da tecnologia em si e mais de como ela é comunicada e aplicada. A IA está na rotina, mas só será plenamente adotada quando houver transparência sobre o uso de dados e cuidado nas soluções”, explicou.
Ela acrescentou que a sociedade busca participar desse processo de transformação. “O brasileiro quer se sentir parte do processo de transformação tecnológica. A confiança virá na medida em que as empresas demonstrarem responsabilidade com a privacidade, a segurança e os impactos sociais da IA”, concluiu.
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