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Airbus domina o Paris Air Show enquanto a Boeing volta a ficar em segundo plano
Publicado 19/06/2025 • 15:22 | Atualizado há 5 horas
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Publicado 19/06/2025 • 15:22 | Atualizado há 5 horas
KEY POINTS
Modelo A350-941 da Airbus, da Qatar Airways.
Wikimedia Commons
Os pedidos e novos modelos da Airbus foram o grande destaque da edição deste ano do Paris Air Show, enquanto a rival norte-americana Boeing mais uma vez manteve um perfil discreto em meio aos problemas que enfrenta.
Companhias aéreas e fabricantes costumam aproveitar os grandes salões aeronáuticos para anunciar compras de aeronaves após meses de negociações, algumas das quais se concretizam durante o evento. Segundo cálculo da Reuters, até a manhã desta quinta-feira (19), a Airbus já havia acumulado quase US$ 21 bilhões em pedidos.
Na segunda-feira, a fabricante europeia garantiu 132 pedidos firmes, de clientes como a empresa saudita de leasing AviLease, a japonesa ANA e a polonesa LOT, contra 41 pedidos da Boeing e 15 da brasileira Embraer, de acordo com levantamento da consultoria IBA.
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Nos dois dias seguintes, a Boeing não fez nenhum novo anúncio, enquanto a Airbus fechou um Memorando de Entendimento com a VietJet Air para 150 aeronaves A321neo, e novos pedidos de A350 widebody com a EgyptAir e a Starlux Airlines.
O CEO da AirAsia, Tony Fernandes, afirmou à CNBC que estava em negociações no salão de Paris para expandir o atual pedido da empresa para o Airbus XLR — o novo modelo narrowbody de longo alcance da fabricante, com sede em Toulouse — e que esperava um anúncio oficial dentro de cerca de um mês. A aeronave, que entrou em serviço no ano passado, permitirá que as companhias aéreas operem rotas de médio e longo curso com menores custos de combustível.
A Embraer também garantiu uma vitória importante na última quarta-feira com 60 pedidos para o E175, além de opções adicionais.
A presença relativamente discreta da Boeing em Paris não reflete uma crise de demanda mais ampla no setor. Durante a viagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Oriente Médio em maio, a fabricante fechou diversos acordos, incluindo um contrato de 210 jatos com a Qatar Airways.
Tanto Boeing quanto Airbus mantêm carteiras de pedidos superiores a 5 mil e 8 mil aeronaves, respectivamente — números que praticamente não se alteram há quase uma década devido aos desafios na cadeia de suprimentos, agravados após a pandemia, dificultando a renovação das frotas envelhecidas pelas companhias aéreas.
John Plueger, CEO da Air Lease Corp, disse à CNBC no início da semana que o volume atual de encomendas já indicava que esta edição do Paris Air Show seria mais modesta em comparação com anos anteriores, como o pós-pandemia de 2023. “Tanto Airbus quanto Boeing estão com produção vendida até 2031 ou 2032. Quantos pedidos adicionais para 2033, 2034 e 2035 realmente veremos? … Mas, de modo geral, o ambiente de demanda segue muito robusto”, afirmou.
Ainda assim, este é mais um ano em que a Boeing evita demonstrações de voo ou grandes ações promocionais. Desde 2019, após os dois acidentes fatais com o B737-Max, seguidos pela pandemia e, mais recentemente, crises como a explosão de uma porta de emergência, denúncias de problemas generalizados de controle de qualidade e atrasos nas entregas, a empresa acumula motivos para fugir dos holofotes.
Quando 2025 parecia marcar um possível ponto de virada para a Boeing, com a presença do CEO Kelly Ortberg prevista em Paris, o primeiro acidente envolvendo um Boeing Dreamliner, ocorrido na semana passada no desastre da Air India, mudou os planos. Ortberg cancelou sua participação e a empresa fez poucos anúncios à imprensa, afirmando que está focada em seus clientes e na investigação das causas do acidente.
“A demanda por novas aeronaves segue inédita, acompanhando a demanda recorde por viagens aéreas”, disse Tony Payne, sócio do escritório de advocacia DLA Piper.
Payne acrescentou que os pedidos continuam fortes, apesar do “clima sombrio e reflexivo” após o acidente da Air India, já que as partes interessadas “estão plenamente conscientes do impacto que qualquer relaxamento nos padrões de segurança pode causar”.
Assim, “discreta” tornou-se a palavra da semana na aviação comercial, enquanto o setor de defesa — que responde por quase metade da programação deste ano — ganhou papel de destaque em meio a tensões no Oriente Médio, à guerra entre Rússia e Ucrânia e à proximidade da cúpula da Otan, que deverá discutir um aumento dos gastos em segurança nacional. Entre os acordos firmados, destaca-se o contrato da Thales para fornecer 48 novos sistemas de artilharia remotamente operados ao governo francês.
“O impacto do acidente da Air India paira sobre Paris”, afirmou o CEO da Airbus, Guillaume Faury, à CNBC na segunda-feira. “Ainda assim, o ritmo do setor segue muito forte”, completou, destacando a demanda especialmente aquecida por aeronaves widebody, que precisavam recuperar espaço no mercado após a pandemia, em comparação aos narrowbody.
Dan Taylor, diretor de consultoria da IBA, disse à CNBC que o desequilíbrio entre Boeing e Airbus este ano se deve “mais ao contexto do que à competição”.
“Os recentes pedidos da Boeing no Oriente Médio, apoiados pelo engajamento diplomático dos Estados Unidos, e sua postura discreta após o acidente da Air India provavelmente influenciaram sua menor visibilidade no Paris Air Show. Isso não é sinal de fraqueza na demanda, mas sim uma pausa estratégica em um cenário geopolítico volátil e com possíveis incertezas tarifárias”, afirmou Taylor.
“As companhias aéreas provavelmente estão reavaliando suas estratégias de frota diante da crise mais recente, mas a forte rentabilidade, o envelhecimento das frotas, a redução dos níveis de endividamento e o crescimento contínuo do PIB e da demanda por viagens em diversas regiões indicam um apetite sustentado por novas aeronaves no longo prazo.”
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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