Embraer amplia as capacidades do Super Tucano ao adicionar um pacote antidrone que combina sensores, datalinks e armamentos guiados.
Super Tucano passa a atuar como caçador de drones e se posiciona como solução de baixo custo para países que buscam defesa aérea acessível.
Adaptação antidrone do Super Tucano abre nova frente de receita para a Embraer, especialmente em mercados europeus em modernização militar.
Embraer Digital
Embraer to expand A-29 Super Tucano capabilities to counter Unmanned Aerial Systems
A Embraer ampliou as capacidades do Super Tucano e incluiu no portfólio da aeronave a possibilidade de combater sistemas aéreos não tripulados, uma demanda crescente entre forças armadas europeias e de outras regiões. A empresa anunciou hoje a adaptação da plataforma para neutralizar drones de diferentes perfis, abrindo novas oportunidades comerciais em um cenário global marcado pelo avanço desses equipamentos em conflitos recentes.
A solução utiliza sensores já integrados ao Super Tucano, combinados com novos datalinks para identificação de coordenadas, mira eletro-óptica e infravermelho (EO/IR), designação a laser e foguetes guiados. O pacote permite que forças aéreas equipadas com o modelo atualizem suas aeronaves sem alterações estruturais significativas, o que reduz custos e acelera a adoção.
Drone warfare e o Super Tucano no contexto global
Segundo a Embraer, a atualização reflete mudanças no campo de batalha, com guerras recentes mostrando a necessidade de meios de baixo custo capazes de detectar, acompanhar e neutralizar drones. Para países que não contam com caças avançados ou sistemas dedicados de defesa antidrone, o Super Tucano oferece uma alternativa materialmente mais acessível, com operação em pistas curtas e baixa demanda logística.
A empresa já acumula mais de 600 mil horas de voo com a plataforma e tem contratos com 22 forças aéreas, o que facilita a expansão da solução para clientes atuais. No mercado europeu, a guerra na Ucrânia acelerou projetos de modernização e aquisição de sistemas antidrones, fortalecendo o interesse por plataformas flexíveis e de rápida integração.
Como funciona o pacote antidrone
A capacidade antidrone do Super Tucano combina:
datalink para recebimento de coordenadas e direcionamento de alvo;
sensor EO/IR para rastreamento e identificação;
designador laser para emprego de armamentos guiados;
foguetes guiados por laser;
metralhadoras .50 instaladas em pontos fixos nas asas.
O conjunto permite atuar contra diferentes tipos de drones, dos modelos táticos aos improvisados, usados tanto por forças estatais quanto por grupos irregulares.
Um reforço na estratégia da Embraer Defesa
Para a Embraer, a modernização amplia a relevância do Super Tucano em um ambiente competitivo e aumenta as possibilidades de venda em mercados maduros. A companhia destaca que o conceito operacional (CONOPS) pode ser adotado por operadores atuais e futuros, sem necessidade de uma nova aeronave.
Segundo Bosco da Costa Junior, CEO da Embraer Defesa & Segurança, o movimento busca responder a um desafio real enfrentado por governos. Ele afirma que o Super Tucano se posiciona como solução de custo operacional reduzido para missões que vão de apoio aéreo aproximado e vigilância até o combate direto a drones.
Uma plataforma multimissão
Além da nova função antidrone, o Super Tucano já cumpre missões como:
treinamento avançado;
apoio aéreo aproximado;
patrulha e interdição aérea;
vigilância de fronteiras;
operações armadas de inteligência, vigilância e reconhecimento (IVR);
escolta e controle de ataque conjunto.
A aeronave foi projetada para operar em terrenos austereos e pistas não pavimentadas, um diferencial para países com baixa infraestrutura militar. A estrutura foi desenhada para resistir a ambientes de uso intensivo, com requisitos reduzidos de manutenção.
Próximos passos do Super Tucano
A Embraer deve apresentar a solução a operadores europeus ao longo de 2026, período em que a demanda por sistemas antidrone tende a crescer. O posicionamento do Super Tucano como plataforma de custo competitivo pode ampliar o alcance comercial da empresa, especialmente entre forças aéreas que buscam reforço imediato em defesa aérea de baixa e média intensidade.
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