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Vinhos portugueses conquistam paladar brasileiro; saiba mais sobre a produção

Publicado 14/12/2025 • 11:37 | Atualizado há 10 horas

KEY POINTS

  • Portugal reforça exportação de vinho do Porto e Douro ao Brasil.
  • O negócio movimentou R$ 56 milhões em 2024.
  • Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), espera um crescimento de 2% nos embarques.

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O setor produtivo de Portugal tem promovido missões no Brasil, seu principal cliente na compra de vinhos, para estimular a venda de rótulos produzidos na região do Douro, ao norte do país, onde fica a cidade do Porto. A bebida regional, conhecida por ser mais forte e doce, representa um mercado de 9 milhões de euros (R$ 56,2 milhões, na cotação atual) entre os consumidores brasileiros em 2024 – uma leve retração após a máxima atingida no ano anterior. 

Para concluir 2025, Carlos Soares, representante do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), espera um crescimento de 2% nos embarques. “Há uma tendência de conquistar cada vez mais o paladar do brasileiro”, disse ele à Agência DC News durante uma degustação exclusiva no Le Cordon Bleu, em São Paulo. 

A exportação dos vinhos do Porto e do Douro para o Brasil equivale a menos de 1% das exportações totais de vinho de Portugal. O país faturou 966 milhões de euros (R$ 6,1 bilhões) com a venda total de vinhos para o mercado externo no ano passado, de acordo com a Associação Interprofissional do Vinho (ViniPortugal). Trata-se do nono maior exportador da bebida no mundo, que embarca para o exterior 47% de uma produção total de 690 milhões de litros por ano, aproximadamente um terço disso cultivado e engarrafado na região douroense. 

Vinícolas

As vinícolas do terroir português reúnem 583 produtores em 43,7 mil hectares de área plantada, pouco menos do que a área total de vinhas no Rio Grande do Sul (47 mil hectares). O vinho é produzido num solo xistoso e declinado, praticamente sem nenhuma mecanização, exceto por algumas áreas com irrigação. 

As bebidas apresentadas na degustação, em setembro, eram seis rótulos que datavam de dez a 80 anos de envelhecimento, e o sommelier portuense destacou que existem 116 castas nativas de uva e, diferentemente do que o público brasileiro está acostumado, são fermentadas para serem servidas geladas, ou seja, a 4ºC. 

Segundo Soares, esse é o trabalho didático que deve ser feito para mostrar ao público brasileiro que “o vinho do Porto tem uma diversidade de situações de consumo. É o nosso foco”. 

O Brasil e os EUA são os principais destinos das missões promovidas pela Wines of Portugal, agência de promoção do vinho produzido em todas as regiões do país europeu, com volumes negociados de respectivamente 28,5 milhões de litros (85,8 milhões de euros, ou R$ 543,1 milhões) e 23,5 milhões L (102,1 milhões de euros, ou R$ 646,2 milhões) em 2024. 

Quando se fala apenas na produção e consumo de vinhos do Porto e do Douro, os principais destinos são, em primeiro lugar, Portugal mesmo, com a demanda incrementada pelo turismo – o país responde por 21,6% do faturamento do segmento (78,9 milhões de euros, ou R$ 499,4, milhões); em segundo lugar, a França, com 17,5% do consumo (64,1 milhões de euros, ou R$ 405,7 milhões); e por último os Estados Unidos (41 milhões de euros, R$ 259,5 milhões), de acordo com o IVDP. 

O Brasil ocupa a 14ª posição nos negócios com a região. “Já esteve no top 10 em 2011, mas foi perdendo essa posição, motivado pela política fiscal”, disse Soares: “Como tem mais álcool, o vinho do Porto paga mais imposto no país”. 

Globalmente, foram comercializados 114,8 milhões de litros desses vinhos portugueses em 2024, movimentando 623,8 milhões de euros (R$ 3,9 bilhões) no total, cerca de metade do que fatura – para fins de comparação – a divisão de vinhos e destilados da multinacional francesa LVMH, fabricante dos espumantes da Moët & Chandon. 

Rótulos inéditos 

O Douro, banhado pelo rio com homônimo, constitui um dos terroirs (termo francês para o conjunto de características de uma área que influenciam na qualidade do produto) mais antigos do mundo. Delimitada há 269 anos, em 1756, a região é conhecida por acrescentar um quarto de aguardente vitivinícola na composição do vinho, obtendo uma bebida mais alcoólica e com maiores teores de açúcar em relação aos vinhos suaves. 

“É um dos melhores vinhos do mundo”, afirma Soares. “Mas no Brasil precisamos recuperar seu reconhecimento, e ir pouco a pouco subindo.” 

Uma das representantes de venda presentes à ocasião era Fernanda Teixeira, de São Paulo. Ela trabalha com cinco importadoras que trazem vinhos da Europa e América do Sul, além de uma distribuidora que fornece garrafas de 20 vinícolas espalhadas pelo Brasil. Atende a restaurantes premiados com estrelas Michelin, como o Evvai e o Bar da Dona Onça, em São Paulo. “A única coisa que me recuso a fazer é indicar um vinho que não tem qualidade”, disse, “e assinar embaixo só porque o cliente está pagando.” 

Para ela, os vinhos portugueses são os melhores do mercado em termos de custo-benefício, sendo mais baratos que os franceses, por exemplo, mas de boa qualidade e competitivos com os vinhos argentinos e chilenos. 

Fernanda trouxe um novo vinho do Porto para o Brasil em outubro, intermediando a compra e revenda com uma vinícola do Douro e um restaurante paulistano. A bebida foi produzida na quinta familiar do produtor Pedro Santos, um dos responsáveis pelo setor de exportações da Fladgate, que por sua vez é uma das grandes empresas exportadoras de vinho do Porto e do Douro. “É algo especial e particular”, disse ele à reportagem, explicando que foram produzidas somente seis mil garrafas, numa área de 40 hectares (28 hectares de vinhas e o restante de oliva), e 1,8 mil delas foram enviadas para o Brasil. 

Na venda dos rótulos aos restaurantes, Fernanda explica que trabalha de duas maneiras: “Escolho os vinhos que se adaptam melhor ao cardápio”, disse ela, “ou faço uma carta completa de vinhos”. 

Ela reforça que os vinhos do Porto, hoje em dia, se destacam em seu mix de produtos – não há uma carta de vinhos, em nenhum restaurante atendido por ela, sem que haja pelo menos uma bebida portuguesa. “Há alguns anos, têm um peso muito grande”, afirma. “Eles (os vitivinicultores portugueses) oferecem preços interessantíssimos, boa qualidade e um estilo de vinho que agrada ao brasileiro.”

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