Voepass entra com pedido de recuperação judicial, declara dívida de R$ 429 mi e culpa a Latam
Publicado 23/04/2025 • 13:11 | Atualizado há 2 dias
Trump Org vende boné e camiseta “Trump 2028”, alimentando especulações sobre terceira candidatura à Casa Branca
Jim Cramer descreve a influência única de Trump sobre o mercado: ‘Nunca, jamais vi o mercado se curvar tão prontamente aos desejos de um só homem’
Empresas dos EUA se preparam para lucros menores, já que as tarifas forçam consumidores a repensar gastos
Consumidores continuam a gastar mesmo com as guerras comerciais a aumentarem o risco de recessão
42% dos jovens americanos ‘mal conseguem sobreviver’ financeiramente, aponta pesquisa de Harvard
Publicado 23/04/2025 • 13:11 | Atualizado há 2 dias
KEY POINTS
Imagem de aeronave da VoePass.
Reprodução/Instagram
Em pedido de recuperação judicial apresentando na Justiça de Ribeirão Preto na noite da terça-feira (22), a Voepass declara dívidas totais de R$ 429 milhões e culpa a Latam como responsável pela piora da sua situação financeira, já agravadas depois do acidente aéreo em Vinhedo, em agosto do ano passado, e pela suspensão, em março deste ano, das suas operações pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Das dívidas da empresa aérea, R$ 209 milhões estão sujeitas à recuperação, dos quais há R$ 43 milhões em passivos trabalhistas, com mais de 400 processos, e R$ 3,4 milhões com empresas de pequeno porte.
A empresa declara ainda R$ 187 milhões em dívidas com credores extraconcursais, ou seja, de créditos não sujeitos à recuperação. Há ainda uma dívida em dólar.
“O Grupo Voepass não poderia deixar de indicar, já na largada, que a principal responsável por sua crise econômico-financeira e pelo correlato pedido de Recuperação Judicial é a Latam”, afirma o documento entregue pela empresa à Justiça, obtido pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
A Voepass tinha um contrato de codeshare (compartilhamento de voos) com a Latam desde 2014, mas alega no documento entregue à Justiça que esse acordo foi suspenso em setembro do ano passado em quatro das 10 aeronaves que faziam parte do contrato.
Além disso, a companhia afirma que a Latam deixou de fazer pagamentos da ordem de R$ 34,7 milhões, o que ajudou a agravar sua situação financeira. Esse valor é referente a custos das aeronaves paradas em solo.
É o segundo pedido de recuperação judicial da história da Voepass, que em outubro de 2012, então com o nome de Passaredo, buscou a Justiça para se proteger dos credores. O processo durou até 2017.
Em 14 de fevereiro, a Voepass havia conseguido na Justiça uma medida que garantia uma suspensão (“stay”) de 60 dias dos pagamentos dos passivos a seus credores, que venceu na metade do mês. Sem acordo com eles, teve que recorrer à recuperação judicial.
“A iniciativa ocorre em um contexto desafiador para o setor aéreo regional, que passa por uma diminuição da oferta de acesso ao transporte aéreo no interior do Brasil, e reflete o compromisso da companhia em preservar sua operação, manter o atendimento aos clientes e honrar seus compromissos com colaboradores e fornecedores”, afirma nota à imprensa da Voepass.
“Com todo o cenário enfrentado pela companhia nos últimos meses, esta foi a única saída para realizar uma reestruturação completa e garantir que a Voepass volte a oferecer um serviço essencial para o desenvolvimento do Brasil”, ressalta o presidente da companhia aérea, José Luiz Felício Filho, na nota.
A Voepass é assessorada pelos escritórios Daniel Carnio Advogados e Mubarak Advogados Associados, com assessoria financeira da EXM Partners.
Procurada, a Latam não se pronunciou até o fechamento desta matéria.
A nova recuperação judicial da Voepass não engloba os processos indenizatórios ligados ao acidente aéreo do ano passado, segundo a companhia. Quem está à frente desses processos é a seguradora. Em agosto do ano passado, um avião seu caiu sobre um condomínio residencial em Vinhedo (SP), causando a morte de 62 pessoas.
“Caso o pedido de recuperação judicial seja deferido pela Justiça, todos os passivos da Voepass serão congelados e negociados com base em um plano detalhado que será elaborado para atender todos os credores”, afirma a empresa, por meio de nota.
Na sequência, a aérea destaca que o processo não inclui os processos relacionados ao acidente de Vinhedo. Com sede em Ribeirão Preto, no interior paulista, a empresa está sob rígida fiscalização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) desde o acidente.
Em março deste ano, o órgão interrompeu as operações da companhia por identificar problemas de segurança. Ao divulgar a recuperação judicial, a aérea disse que desde a notificação recebida pela Anac em março, vem atuando “de maneira colaborativa e transparente com o órgão regulador, apresentando todas as comprovações técnicas e operacionais exigidas, com foco na segurança e na retomada das atividades o mais breve possível”.
Em meio à suspensão da operação, a Voepass anunciou, em abril, a demissão de “parte do quadro” de funcionários, incluindo tripulação, aeroportuários e pessoas de áreas de apoio. Sem divulgar o número de desligamentos, a aérea afirma que a medida visa “readequar seu quadro de funcionários à nova realidade”.
—
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, TCL Channels, Pluto TV, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Mais lidas
Guerra comercial 'insustentável' com a China e a verdade sobre a próxima onda de escassez no varejo
Alemanha espera crescimento zero do PIB este ano e culpa tarifas de Trump
China inaugura primeira rede comercial de banda larga 10G do mundo
Roche registra crescimento de 6% nas vendas no 1º tri, impulsionado pela demanda por medicamentos
"Momento de transformação", diz CEO Miguel Setas sobre Motiva, nova marca do Grupo CCR; veja