Para Serena Williams, vencer o Australian Open grávida foi o maior momento de sua carreira: “não sei como consegui”
Publicado 05/06/2025 • 11:54 | Atualizado há 1 dia
Publicado 05/06/2025 • 11:54 | Atualizado há 1 dia
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Serena Williams se apresenta no palco durante o show do intervalo do Super Bowl LIX da Apple Music no Caesars Superdome, em 9 de fevereiro de 2025, em Nova Orleans, Louisiana.
EMILEE CHINN/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/Getty Images via AFP
BERLIM — Já era um feito impressionante quando Serena Williams conquistou seu 23º título de Grand Slam em simples no Australian Open de 2017, batendo a irmã Venus na final. Logo depois, veio a revelação: ela estava grávida na época.
“Honestamente, não sei como consegui aquilo”, disse Serena em um evento na quarta-feira (4), ao escolher o momento como o mais importante de sua carreira no tênis.
Foi uma carreira e tanto. Após vencer seu primeiro Grand Slam no US Open de 1999, Serena se tornou a única jogadora a alcançar o “Golden Slam” — vencer o Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e o US Open, além de conquistar a medalha de ouro olímpica — tanto em simples quanto em duplas.
“Eu não sei o que estava fazendo naquela época, eu estava com nove semanas de gravidez… Só lembro que não conseguia correr por muito tempo”, contou Serena durante a conferência de private equity SuperReturn, em Berlim.
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“Eu não contei para ninguém. Quer dizer, a Venus sabia, e até hoje me sinto muito mal por isso, porque uma parte profunda de mim sente que, como nos enfrentamos na final, ela deve ter percebido, e deve ter sentido um peso ainda maior para tentar se superar e dar tudo de si. Mas ela foi uma das únicas duas pessoas que sabiam.”
Os sintomas iniciais da gravidez podem ser intensos, já que o corpo passa por uma grande transformação. O aumento dos hormônios pode provocar fadiga, falta de ar e náuseas.
“Lembro que pensava: preciso fazer muitos aces (saque tão eficiente que o oponente não consegue tocar na bola com a raquete), preciso de muitos winners”, continuou Serena, referindo-se aos pontos conquistados diretamente no saque. “Eu só conseguia jogar, tipo, quatro bolas e já era.”
“Lembro de uma vez em que disputei um ponto longo contra uma jogadora, e eu não conseguia respirar. Pensava: como ela não percebe que estou sem fôlego agora? Então perdi o ponto de propósito, só para tentar recuperar a energia. Mas aí me perguntei: por que estou jogando assim, grávida desse jeito? Isso é loucura.”
Serena, que tem duas filhas com o investidor e cofundador do Reddit Alexis Ohanian, deixou o circuito profissional em 2022 para se dedicar à família.
Estrelas do esporte, como a ciclista Laura Kenny, têm falado nos últimos anos sobre os desafios de conciliar uma carreira intensa e fisicamente exigente com o desejo de engravidar, enquanto a tenista Naomi Osaka criticou os comentários públicos que sugerem que é preciso abrir mão de uma coisa ou de outra.
Atualmente, Serena comanda o fundo de venture capital Serena Ventures, que já investiu em 40 empresas.
Ela contou ao auditório lotado de profissionais de private equity que as qualidades que a fizeram ser obcecada por vitórias no esporte se traduziram em um foco absoluto como investidora.
“Lembro que, em certo momento, estava indo para a quadra em Wimbledon, e minha sócia me ligou por causa de um negócio que estávamos tentando fechar”, contou.
“Naquele dia, eu ia jogar na Quadra Um, e a caminhada até lá é bem longa. Lembro que estava falando com ela ao telefone, e no meio da conversa ela perguntou: ‘Como está seu dia?’ E eu disse: ‘Estou indo para a quadra agora.’ E ela: ‘Você está brincando? Precisa desligar agora.’ E eu: ‘Tá tudo bem. O caminho é longo. Já fiz isso antes.’ Esse é o nível da minha intensidade, da minha intencionalidade”, disse Serena.
Ela afirmou que busca empreendedores que sejam obcecados por serem os melhores no que fazem e por transformar a vida das pessoas que desejam impactar.
Seu primeiro investimento foi no time de futebol americano Miami Dolphins, em 2009, quando ainda era a número 1 do mundo no ranking feminino.
“Na época, saíram várias matérias dizendo por que não deveríamos estar fazendo aquilo. Que deveríamos apenas focar no tênis, e não pensar nisso”, disse sobre a reação da imprensa e do mundo esportivo naquele momento.
“Hoje, como atleta, se você está só no basquete, ou só no futebol, ou só no tênis, a pergunta é: ‘E o que mais você faz?’ Então, demos às pessoas uma plataforma para entender que está tudo bem. Você pode ser empreendedor e atleta ao mesmo tempo. Não precisa seguir apenas um caminho e fazer uma única coisa.”
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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