As ações da Tesla caíram nas negociações de pré-mercado nesta segunda-feira (7) após o CEO Elon Musk anunciar planos para formar um novo partido político. O papel recuava 7,13%.
Musk afirmou, no fim de semana, que o partido se chamará “America Party” e poderá focar “em apenas 2 ou 3 cadeiras no Senado e de 8 a 10 distritos da Câmara”. Segundo ele, isso seria “suficiente para servir como voto decisivo em leis controversas, garantindo que reflitam a verdadeira vontade do povo”.
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O envolvimento do bilionário na política tem gerado controvérsia entre os investidores. No início do ano, Musk fez parte do chamado Departamento de Eficiência Governamental e trabalhou de forma próxima com o presidente Donald Trump, uma iniciativa que foi vista como potencialmente prejudicial à imagem da Tesla.
Musk deixou o DOGE (Department of Government Efficiency) em maio, o que impulsionou as ações da Tesla.
Agora, o retorno do bilionário do setor de tecnologia ao cenário político está deixando investidores apreensivos.
“Elon Musk se aprofundar ainda mais na política e agora tentar enfrentar o establishment de Washington é exatamente o oposto do que os investidores e acionistas da Tesla querem que ele faça neste momento crucial da história da empresa”, disse Dan Ives, chefe global de pesquisa em tecnologia da Wedbush Securities, em nota no domingo.
“Embora os apoiadores mais fiéis de Musk o defendam a qualquer custo, há um sentimento generalizado de exaustão entre muitos investidores da Tesla com o fato de ele continuar insistindo nesse caminho político.”
A incursão política anterior de Musk lhe rendeu elogios de Trump nos primeiros momentos, mas desde então ele passou a ser alvo de críticas do presidente dos Estados Unidos.
Os dois têm divergido em diversas áreas da política, incluindo o projeto de orçamento de Trump, que Musk afirmou que aumentaria o endividamento dos EUA. O empresário criticou especialmente os cortes em créditos tributários e o apoio à energia solar, eólica e aos veículos elétricos.
No domingo, Trump chamou de “ridícula” a decisão de Musk de criar um partido político, dizendo ainda que o CEO da Tesla “perdeu completamente o rumo”.
Além da turbulência política, Musk também enfrenta desafios no setor automotivo. A Tesla reportou uma queda de 14% nas entregas de veículos no segundo trimestre em relação ao ano anterior, frustrando as expectativas. A companhia ainda enfrenta uma concorrência crescente, especialmente em seu principal mercado, a China.
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