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A Alemanha finalmente tem um líder. Agora vem a parte difícil para Friedrich Merz
Publicado 07/05/2025 • 12:41 | Atualizado há 4 meses
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Publicado 07/05/2025 • 12:41 | Atualizado há 4 meses
KEY POINTS
Friedrich Merz recebe seu certificado de nomeação do presidente alemão Frank-Walter Steinmeier após ser eleito o novo chanceler da Alemanha.
Photo by John MACDOUGALL / AFP.
Após momentos de tensão e cerca de dez semanas desde as eleições alemãs, a maior economia da Europa finalmente tem um novo líder: Friedrich Merz.
Sua ascensão, no entanto, não foi fácil. Na terça-feira, Merz não conseguiu ser eleito chanceler em uma surpreendente votação no primeiro turno, um evento sem precedentes na história recente do país. Apesar de ter conquistado o apoio parlamentar necessário em uma segunda tentativa ainda no mesmo dia, Merz inicia seu novo cargo de forma um tanto abalada.
“É o começo mais fraco possível”, afirmou Carsten Brzeski, chefe global de macroeconomia do ING, à CNBC.
Leia também: Após revés, Merz da Alemanha é eleito chanceler após votação do 2º turno no Bundestag
Outros analistas, como Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank, se mostram menos preocupados.
“Acho que daqui a uma semana, ninguém vai mais falar muito sobre isso. Em vez disso, as pessoas vão observar o que o governo está decidindo e fazendo”, disse ele à CNBC.
De toda forma, o trabalho duro está apenas começando para o novo chanceler, que também lidera o governo de coalizão formado pela União Democrata Cristã (CDU), sua afiliada União Social Cristã (CSU), e o Partido Social-Democrata (SPD).
Entre os desafios que terá pela frente estão lidar com divisões internas sobre temas como migração, tensões geopolíticas envolvendo gastos com defesa e comércio, uma economia estagnada e a missão de manter a coalizão unida e alinhada.
A economia alemã será prioridade para Merz, que durante a campanha eleitoral prometeu reformas e novos investimentos, além de ter feito duras críticas às políticas do governo anterior.
Há mais de dois anos, o país alterna entre crescimento e retração econômica a cada trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB) anual teve desempenho negativo tanto em 2023 quanto em 2024, e as projeções mais recentes não indicam alívio no curto prazo.
Isso apesar do amplo pacote fiscal acordado durante as negociações da coalizão entre CDU/CSU e SPD, que inclui mudanças nas regras fiscais de longo prazo para permitir mais gastos com defesa, além de um fundo de 500 bilhões de euros (US$ 567 bilhões) voltado para infraestrutura e investimentos climáticos.
Segundo Brzeski, do ING, ao menos esse montante parece garantido, mas há dúvidas sobre outras medidas econômicas e fiscais.
“Acredito que o pacote de 500 bilhões de euros para infraestrutura não será alterado e está garantido”, disse ele. “Mas todas as outras medidas, como a aceleração da depreciação para investimentos ou os cortes de impostos corporativos previstos para 2028, tornaram-se ainda mais incertas”, acrescentou, relacionando essa incerteza ao risco crescente de impasses sobre o orçamento do país.
Franziska Palmas, economista sênior para a Europa na Capital Economics, também acredita que o pacote fiscal será implementado como planejado.
“Achamos que isso dará um impulso significativo ao crescimento do PIB e tirará a Alemanha da estagnação após seis anos”, afirmou ela à CNBC, mas destacou que, devido à insatisfação de alguns setores da coalizão, aumentaram os riscos de esse impulso ser menor ou demorar mais do que o esperado.
Outra questão-chave afetada pela turbulência de terça-feira é a confiança dentro da coalizão — e isso pode ser vital para a viabilidade das políticas econômicas do governo, segundo Otto Fricke, ex-deputado do Parlamento alemão pelo Partido Liberal Democrático (FDP).
“O verdadeiro problema aqui, no fim das contas, é sobre o assunto mais importante da política: confiança”, disse ele à edição matinal da CNBC na quarta-feira. Segundo Fricke, a economia alemã precisa de mudanças — e rápido — se quiser voltar a crescer.
“Por isso, é necessário haver confiança dentro do gabinete, no parlamento, para aprovar as leis com rapidez.”
Franziska Palmas lembrou das promessas de Merz de que seu governo seria mais estável que o anterior, que desmoronou após desacordos sobre temas econômicos e fiscais.
No entanto, após o início conturbado de seu mandato, “aumentou o risco de que ele não consiga cumprir a promessa de comandar um governo muito mais eficiente e livre de conflitos em comparação com a coalizão semáforo anterior”, disse ela.
Apesar das tensões e da instabilidade aparente, Cyrus de la Rubia, do Hamburg Commercial Bank, destacou que, conforme demonstrado pelo acordo conjunto da coalizão, CDU/CSU e SPD não estão tão distantes politicamente.
Por exemplo, todos os partidos devem concordar sobre a necessidade de investir em ferrovias, estradas, pontes e outras infraestruturas por meio do fundo, e também é possível encontrar consenso sobre os gastos com defesa sem grandes conflitos, afirmou ele.
Assim, ainda que o fracasso de Merz no primeiro turno possa ter sido um alerta do Parlamento, isso não deve impedir o novo governo de promover mudanças profundas, disse de la Rubia.
“Isso não significa, e não deve significar, que eles tenham de evitar as reformas necessárias para modernizar a infraestrutura, reduzir a burocracia, especialmente nos processos de aprovação para obras, parques eólicos e redes elétricas, melhorar a digitalização e adotar medidas para enfrentar a escassez de mão de obra”, afirmou.
“Tenho poucas dúvidas de que o novo governo conseguirá implementar seus grandes objetivos de política.”
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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