Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
Ansiedade, frustração e esperança para os moradores do Oriente Médio enquanto Trump negocia um frágil cessar-fogo
Publicado 24/06/2025 • 06:10 | Atualizado há 4 horas
Preços do petróleo caem 3% com cessar-fogo entre Irã e Israel, reduzindo temores sobre o fechamento do Estreito de Ormuz
Ansiedade, frustração e esperança para os moradores do Oriente Médio enquanto Trump negocia um frágil cessar-fogo
Por que os mercados globais ignoram os ataques dos EUA ao Irã
Trump Media aprova recompra de ações de US$ 400 milhões
Irã refuta alegações de Trump sobre acordo de cessar-fogo com Israel, mas sinaliza prontidão para encerrar hostilidades
Publicado 24/06/2025 • 06:10 | Atualizado há 4 horas
KEY POINTS
Fumaça sobe de uma instalação de armazenamento de petróleo após aparentemente ter sido atingida por um ataque israelense no sábado, em Teerã, no Irã, nesta segunda- feira, 16 de junho de 2025.
DUBAI, Emirados Árabes Unidos — Uma guerra regional crescente ou um monte de teatro coreografado?
Milhões de pessoas em todo o Oriente Médio foram orientadas a se abrigar na noite de segunda-feira, enquanto o espaço aéreo se fechava sobre elas e o Irã disparava uma barragem de mísseis sobre a base aérea de Al-Udeid, no Catar, a maior e mais fortificada base militar dos EUA na região. Vídeos de interceptadores iluminando o céu noturno de Doha viralizaram nas redes sociais, enquanto plataformas de rastreamento de voos mostravam jatos de passageiros a caminho de Dubai e Abu Dhabi revertendo abruptamente seu curso.
O ataque iraniano, que o presidente dos EUA, Donald Trump, mais tarde descreveu como “fraco” e que a Casa Branca diz ter sido telegrafado antes de ser realizado para minimizar as baixas, ocorreu em resposta aos ataques sem precedentes dos EUA às instalações nucleares do Irã na semana passada, que foram realizados com as maiores bombas não nucleares do planeta.
Trump declarou um cessar-fogo e pediu paz. Resta saber se Israel e Irã aceitarão e manterão o cessar-fogo, e ainda restam perguntas: o que aconteceu com os suprimentos de urânio enriquecido do Irã? Qual o dano causado em todos os ataques? Será que tudo termina aqui? O governo iraniano sobreviverá? O espaço aéreo será reaberto e os voos serão retomados em toda a região?
Pessoas da região expressaram seus sentimentos, medos e esperanças em conversas com a CNBC. Várias dessas pessoas optaram por fazê-lo sob condição de anonimato, devido à natureza sensível de seus comentários e por temerem repercussões do Estado ou de seus empregadores.
Na minha opinião, esta guerra teve um vencedor — e esse vencedor foram os Estados Unidos. Porque também mostrou a Israel que, sem os Estados Unidos, não se pode vencer — ou mesmo pôr fim — a uma guerra. E o segundo perdedor foi a República Islâmica, que percebeu que não tinha capacidade militar para conter ataques aéreos americanos e que os EUA poderiam acessar qualquer parte do Irã quando quisessem. E os maiores perdedores foram o povo do Irã, cuja riqueza nacional foi gasta em enriquecimento nuclear — apenas para ser destruída em questão de noites.
— H., diretor de negócios de petróleo e gás em Teerã, Irã.
Estou tão ‘ehhh’ com isso. Parecia só um grande espetáculo. Acho que todos estavam esperando a resposta do Irã. Este é provavelmente o melhor cenário para acalmar as coisas. Espero que o foco volte para Gaza agora. Muitas pessoas ainda são mortas lá todos os dias.
— Saed Elayan, empreendedor palestino que mora em Dubai.
As pessoas estão rindo do escopo muito limitado da operação do Irã contra Al-Udeid. No entanto, Teerã conseguiu transmitir uma mensagem geoestratégica poderosa aos Estados do Golfo: em vez de ser uma fonte de proteção, hospedar forças americanas em seu território poderia — e de fato iria — apenas convidar ataques devastadores.
— Mo, egípcio-americano residente no Cairo.
“Estamos completamente fartos. Estamos com raiva, frustrados, tristes e assustados. Sentimo-nos impotentes e sofremos uma injustiça enorme. Estamos cansados de sermos atacados e desestabilizados pelos EUA e Israel sob o pretexto de ‘nos libertar da tirania’. É ridículo e todos nós percebemos isso — só queremos viver em paz e não ver nossos primos serem massacrados por simplesmente quererem existir.” — Kareem, empreendedor egípcio que vive em Dubai.
“Sinceramente, não estou tão preocupado com o Irã. Eles causaram mais mortes no Iraque nos últimos 70 anos do que Israel na Palestina. E se eles decidirem se bombardear, quem sou eu para me opor? Minha única esperança é que guardem isso para si, sem arrastar o resto da região para isso.”
— A., expatriado iraquiano morando em Dubai.
Assim como todas as outras pequenas interações entre Irã e Israel, esta durou muito, muito pouco, e eles basicamente tiveram uma pequena escaramuça e depois desistiram. Eu sabia que não seria nada diferente. E o verdadeiro sinal revelador foi o fato de que… a República Islâmica nunca entrou oficialmente em estado de guerra. Porque uma guerra inerentemente precisa de um vencedor e um perdedor.
Mas esta não foi uma guerra. Foi apenas uma espécie de, sei lá, briga de tapa, uma briga de tapa de vez em quando, e de qualquer forma, ambas as partes poderiam se safar, salvar a cara e dizer que ambas venceram, e tecnicamente venceram, porque não houve guerra, então tecnicamente não há perdedor.
— Amir, editor de vídeo, Isfahan, Irã
“Como libanês com negócios na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos, quero que isso acabe o mais rápido possível. Estamos a uma distância igual de não gostar de ambos os países [Irã e Israel] e somos tão resilientes que não estamos preocupados, mas queremos que isso acabe.”
— Cam Khoury, empreendedor libanês, Dubai.
“Para mim, pessoalmente, como cidadã suíça, me sinto segura em Dubai. Mas me sinto muito estranha, vivendo uma vida normal, postando nas redes sociais, parece errado. Atualmente, estou preocupada principalmente com a situação dos voos — enquanto outras pessoas temem por suas vidas. E estou chocada como Israel pôde simplesmente atacar um Estado soberano sem quase nenhuma consequência.” — Luisa, expatriada suíça que trabalha em Dubai.
“Odeio acordar e me perguntar o que aconteceu. Vou dormir sem ter ideia de como a região estará pela manhã. Eu deveria ter saído daqui mais cedo do que planejei, agora, se os voos continuarem suspensos, estou preso. Mas espero que isso acabe logo e que não piore a partir daqui.”
— H., expatriado americano em Dubai.
“Há um profundo sentimento de medo — não apenas de guerra, mas de algo se desfazendo. Vivemos sob a sombra de uma ameaça existencial crescente, onde o futuro parece um tanto frágil e incerto. E, no entanto, ao lado desse medo, há uma esperança persistente: que este momento de crise também possa ser um ponto de virada para algo melhor.”
— Cochav Elkayam Levy, presidente da Comissão Civil, Israel Central.
“Minha família está bem, graças a Deus… Acho que estou mais ansioso do que eles. Puta merda, cara, é isso aí. É agora ou nunca [a queda do regime iraniano]. Tanta coisa para ficar nervoso. Tanta coisa para ter esperança. Tanta coisa para chorar. Tanta coisa para expressar alegria. É uma experiência bipolar agora ser iraniano.”
— S., expatriado iraniano e consultor em Dubai.
″ Basicamente, estou preocupado com o fato de que refúgios como Dubai deixem de ser refúgios seguros, porque os EUA e Israel podem agir independentemente de quaisquer regras internacionais e com impunidade. Que o resto da região seja arrastado para esta guerra devido a egos. O preço do meu imóvel será afetado? Dubai deixará de ser um lugar seguro para se viver? Meus parentes no Iraque estarão seguros, considerando que estão tão perto do Irã?
— F., expatriado iraquiano e advogado em Dubai.
″“Há uma sensação de alívio pelo fato de as capacidades nucleares, disruptivas e os aliados do Irã terem sido seriamente degradados — mas também uma profunda ansiedade quanto ao risco de outra guerra regional em larga escala e de um cessar-fogo frágil, que dificilmente se manterá. Começar uma guerra é uma coisa — terminá-la é outra. É preciso se perguntar se o Oriente Médio está fadado a ‘guerras eternas’ ou se a verdadeira prevenção de conflitos e a construção da paz algum dia se enraizarão.”
— Mazen Hayek, consultor de mídia, Dubai.
Os países vizinhos precisam se unir e pressionar Israel a interromper imediatamente seus ataques implacáveis ao Irã para que haja alguma chance de paz. O cenário atual é um pouco assustador para muitos e impactará negativamente o turismo, o mercado imobiliário, os investidores e a segurança geral no Golfo Pérsico. Como residente de longa data que viveu todos os conflitos desde a Primeira Guerra do Golfo, estou profundamente preocupado – com o Irã e todos os países da Península Arábica.
— K., fundador de consultoria em energia, expatriado europeu em Dubai.
—
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
Mais lidas
JBS: subsidiária americana capta US$ 3,5 bilhões em bonds, maior e mais longa da história da companhia
Israel acusa Teerã de violar o cessar-fogo de Trump; Irã diz que segue ‘com as mãos no gatilho’
Trump pressiona Israel para manter cessar-fogo: “Não estou satisfeito com eles”
Israel diz que suspendeu ataques ao Irã após ligação de Trump com Netanyahu
Iguatemi aprova venda de 49% do Market Place e Galleria Shopping, em SP, por R$ 500 milhões