Apenas 5% das empresas de mercado imobiliário atingiram seus objetivos de IA; Veja o porquê

O mercado imobiliário comercial (commercial real estate – CRE) tem sido historicamente lento para se modernizar, mas parece estar acelerando sua adoção de inteligência artificial.

As empresas estão indo além dos testes iniciais e da exploração para aplicações mais direcionadas que visam redefinir o valor, de acordo com uma nova pesquisa da JLL.

A pesquisa com mais de 1.500 investidores de CRE sêniores e tomadores de decisão ocupantes (occupier decision-makers) dos Estados Unidos constatou que, embora ainda em estágios iniciais, as organizações estão tornando a IA uma prioridade em seus orçamentos de tecnologia. Elas também estão passando de usá-la apenas para eficiência para focar em como ela pode expandir seus negócios.

A JLL constatou que 88% dos investidores, proprietários e locadores disseram ter iniciado a pilotagem de IA, com a maioria buscando uma média de cinco casos de uso simultaneamente. E mais de 90% dos ocupantes estão executando pilotos de IA em imóveis corporativos, de acordo com o relatório. Compare isso com apenas 5% iniciando pilotos de IA há dois anos. A adoção é rápida, mas não totalmente fácil.

Apenas 5% dos entrevistados disseram ter alcançado todos os objetivos de seus programas, enquanto quase metade disse ter alcançado dois a três objetivos. Grande parte dos esforços ainda é experimental, sem muito crescimento.

“Se você pensar em imóveis comerciais (commercial real estate), tradicionalmente, não é um adotante rápido de tecnologia e é geralmente cético”, disse Yao Morin, chief technology officer da JLL. “Portanto, o alto número de adoções é, na verdade, bastante surpreendente para mim. O que não é surpreendente, por outro lado, é que apenas 5% realmente acham que alcançaram todos os objetivos. Isso também está bastante alinhado com muitas outras indústrias.”

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A razão pela qual não estão atingindo suas metas é porque a linha de chegada (goal line) mudou. As empresas foram além de apenas querer fazer certas tarefas mais rapidamente, ou as chamadas eficiências operacionais. Agora, elas estão atrelando a IA às suas metas de receita.

Por exemplo, algumas a estão usando para ajudar a melhorar seus modelos de risco de investimento, tomando decisões de investimento e de portfólio com base na saída (output) da IA. Isso exigirá grandes mudanças na maneira fundamental como elas operam.

“Quando você realmente começa a se mover para o lado da receita, para o lado da expansão de margem, então isso exigirá muito mais do que apenas usar uma tecnologia”, explicou Morin. “Você não pode simplesmente dizer: ‘Bem, estou economizando 10% para você fazer esta coisa em particular.’ As empresas precisam, na verdade, repensar seu modelo operacional, repensar como se organizam para realmente alcançar as economias.”

E assim, as empresas estão investindo pesadamente em IA, apesar dos ventos contrários (headwinds) econômicos. Mais da metade dos investidores pesquisados pela JLL conseguiu obter um crescimento orçamentário significativo nos últimos dois anos no espaço. O gasto número 1 deles é em consultoria estratégica em tecnologia ou IA, e a maioria relata que seus orçamentos aumentaram unicamente devido à IA. Depois disso, os gastos vão para a atualização de medidas de cibersegurança e segurança de dados e para a infraestrutura para integração de IA.

Morin disse que o que ela achou realmente surpreendente é que, embora a maioria pense que as empresas começarão a usar IA para tarefas simples, ou, frutas ao alcance (low-hanging fruit) e de baixo risco, esse não foi o caso.

“Nossa pesquisa mostrou o oposto. Estamos chegando a um ponto de sofisticação, além desta fase cética inicial, onde as empresas estão realmente focando na vantagem competitiva para problemas de negócios urgentes, usando a IA para resolver em vez de [apenas] aquelas operações simples de baixo risco.”

Nathalia Fruchi

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